O primeiro lockdown na cidade de Maringá aconteceu em março de 2020 quando, mesmo com as fronteiras fechando, embarquei para o Japão um dia após o decreto. Fui para a cidade de Fuji, província de Shizuoka. A cidade é pouco menor que Maringá em número de habitantes e o primeiro caso de Covid-19 aconteceu somente no final de abril. Na ocasião o prefeito veio a público informar e sugerir que todos usem máscaras e álcool, evitem sair sem necessidade e que mantenham o distanciamento social.
Diante da solicitação do prefeito, todos, sem exceção, acataram o pedido no mesmo dia. Não houve lockdown ou toque de recolher em Fuji. O povo japonês já tem como hábito usar máscara, principalmente quando estão gripados, para proteger o próximo. É um sinal de educação e respeito.
Todos os residentes no Japão, estrangeiros, pobres, ricos, crianças ou idosos receberam cerca de mil dólares e até auxílio moradia, entre outros benefícios, desde que comprovassem a queda no rendimento financeiro devido a pandemia.
Todos os comerciantes receberam cerca de 10 mil dólares, além dos mil como pessoa física e uma linha de crédito de 20 mil dólares a serem pagos depois de um ano em prestações e sem juros, fora outros benefícios. Recebemos máscaras da prefeitura em nossas casas.
No início do mês, o novo primeiro-ministro se culpou e lamentou por não ter conseguido tirar algumas grandes capitais do estado de emergência, mesmo reduzindo a níveis muito satisfatórios os casos em todo país.
Em quase 11 meses que estive nesta cidade de Fuji foram registrados pouco mais de 100 casos sem nenhuma morte. Faz aproximadamente dois meses que retornei do Japão. Em princípio fui à passeio e negócios, mas devido a situação aqui no Brasil, aeroportos fechados e depois de três voos cancelados, acabei esticando a minha estadia. É triste perceber que muitas pessoas só começaram a levar a doença a sério e se prevenir quando o problema chegou no amigo, no vizinho e até na própria porta.
Temos que fazer a nossa parte pelo bem das pessoas à nossa volta e também pelo nosso próprio bem. Vamos nos cuidar!