Final de ano, época em que normalmente as compras e vendas aumentam com o recebimento do 13º salário. Em Maringá, cerca de 167 mil trabalhadores do mercado formal vão ter esse dinheiro adicional. O valor médio é de R$ 2.824.
Informações do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem) avaliam que os números que são injetados na economia impactam na arrecadação de impostos e no volume de dinheiro em circulação, em especial nesta época do ano, com o pagamento do décimo terceiro salário. O montante deve chegar a R$ 472,4 milhões até dezembro. O valor é 4% maior em relação a 2023 e 7% superior a 2022.
Serviços e o comércio respondem por 78% da renda extra, visto que concentram 74% dos trabalhadores com carteira assinada. Além disso, haverá incremento de R$ 77 milhões na economia local advindos do pagamento da segunda parcela do 13° salário dos aposentados e pensionistas.
O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim), José Carlos Barbieri, destaca que o Natal é o maior período de vendas para o varejo brasileiro, e explica que em Maringá há otimismo. “A estimativa da Acim é que sejam criados entre 900 e 1,3 mil empregos temporários na cidade e que sejam injetados na economia mais de R$ 470 milhões com o décimo terceiro salário. É um dinheiro que será usado para pagar contas, compras de final de ano e de presentes, reformar a casa, viajar e para investimento”.
Barbieri informou que além da decoração especial, o comércio também funcionará em horário ampliado a partir de dezembro, incentivando a vinda de moradores da região e que as famílias saiam às ruas para lazer e compras.
BRASIL
Segundo revelou o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), até dezembro de 2024 o pagamento do 13º salário tem o potencial de injetar na economia brasileira cerca de R$ 321,4 bilhões. Este montante representa aproximadamente 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e será pago aos trabalhadores do mercado formal, inclusive aos empregados domésticos; aos beneficiários da Previdência Social e aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios.
Ainda segundo estimativas, 92,2 milhões de brasileiros serão beneficiados com rendimento adicional, em média, de R$ 3.096,78. Para o cálculo do pagamento do 13º salário em 2024, foram reunidos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego. Também foram consideradas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Previdência Social e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
Do montante a ser pago como 13º, aproximadamente R$ 214 bilhões, ou 66% do total, irão para os empregados formais, incluindo os trabalhadores domésticos. Outros 33,3% dos R$ 321 bilhões, ou seja, cerca de R$ 107 bilhões, serão pagos aos aposentados e pensionistas. Considerando apenas os beneficiários do INSS, são 34,2 milhões de pessoas, que receberão R$ 60,1 bilhões. Aos aposentados e pensionistas da União serão destinados R$ 11,03 bilhões (3,4%); aos aposentados e pensionistas dos estados, R$ 19,1 bilhões (5,9%); e aos aposentados e pensionistas dos regimes próprios dos municípios, R$ 16,8 bilhões (5,2%).
REGIÕES
A região Sul vai ficar com 16,7% de todo o montante da parcela do 13º salário pago no país. A mais expressiva vai para o Sudeste (50,1%) já que é a região com maior participação relativa no PIB do país e que concentra a maioria dos empregos formais e aposentados e pensionistas. No Nordeste o percentual é de 15,9%. A região Centro-Oeste fica com 9% e a Norte, 5%.
O maior valor médio para o 13º deve ser pago no Distrito Federal (R$ 5.665) e o menor, no Maranhão e Piauí, o equivalente a cerca de R$ 2.000,00. Essas médias, entretanto, não incluem o pessoal aposentado pelo Regime Próprio dos estados e dos municípios, pois não foi possível obter esses dados.
PARANÁ
A economia paranaense deverá receber, cerca de R$ 19,6 bilhões, aproximadamente 6,1% do total do Brasil e 36,6% da região Sul. Esse montante representa em torno de 2,7% do PIB estadual. A média de valores por pessoa é estimada em R$ 2.963,19.
Segundo os cálculos, 5,855 milhões de pessoas devem receber o 13º no estado. O número equivale a 6,4% do total que terá acesso ao benefício no Brasil. Em relação à região Sul, corresponde a 36,5%. Os empregados do mercado formal, celetistas ou estatutários, representam 64,4%, enquanto pensionistas e aposentados do INSS equivalem a 35,6%. O emprego doméstico com carteira assinada responde por 1,5%.
Em relação aos valores que cada segmento receberá, nota-se a seguinte distribuição: os empregados formalizados ficam com 69,4% (R$ 13,6 bilhões) e os beneficiários do INSS, com 18,4% (R$ 3,6 bilhões), enquanto aos aposentados e pensionistas do Regime Próprio do estado caberão 5,4% (R$ 1,1 bilhão) e aos do Regime Próprio dos municípios, 5,9% (R$ 1,2 bilhão).
COMERCIANTES
O proprietário de loja de acessórios, em Maringá, Daniel Campanha, disse que notou o movimento de 2024 abaixo dos últimos anos e que esperava bem mais vendas. “Sentimos bastante. A gente teve uma queda bem acentuada”. No entanto, a esperança de melhora pode ser a partir de agora. “Hoje a gente está com uma expectativa muito boa para o décimo terceiro porque a gente precisa desse valor pra poder levantar o nosso comércio novamente, a gente poder ter uma expectativa boa de que as coisas vão dar uma melhorada”.
Apesar do ano não ter sido fácil, o lojista destaca que o investimento não pode parar. “A gente não pode deixar de estar investindo, deixando o comércio da melhor forma possível, para o cliente sempre estar vendo novidades. Então, a gente está preparado, e o 13º com certeza vai ajudar bastante o nosso comércio, fomentando a nossa região”. Campanha está otimista para o mês de dezembro. “Mesmo em anos fracos é a melhor época para o comerciante, nunca nos decepcionou, as vendas sobem, as pessoas estão mais animadas, investem mais, muitos presentes. Dezembro é a nossa galinha dos ovos de ouro”, conclui.
Gustavo Silva é gerente de loja de calçados no centro da cidade há 2 anos e também está esperançoso para o restante de novembro e principalmente dezembro. No entanto, ele constatou que menos pessoas estiveram nas ruas durante o ano. “O ano passado a gente viu mais gente na rua do que agora. Não sei se é porque é ano político, economia, alguma coisa nesse sentido. A gente segue com nosso pensamento positivo e vontade de vender”.
Em loja de chocolates na avenida Herval, a atendente Natiele Rocha, disse que as vendas já estão altas. “Já está vendendo bastante, principalmente o panetone com chocolate, as pessoas compram bastante nessa a partir de agora”, expõe. Sandra dos Santos trabalha com atendimento ao público a mais de 10 anos e salientou que vai dar uma segurada no seu décimo terceiro por questões pessoais, no entanto, ela vai comprar algumas coisas na Cidade Canção, mesmo sendo de Mandaguaçu. “Alguns querem trocar de carro, reformar a casa, outros querem viajar, outros se presentearem. Eu pretendo passear, comprar aqui em Maringá, pois vejo mais opções e vantagens”.