Estamos concluindo o ciclo litúrgico de 2024 com inúmeras passagens da manifestação amorosa de Jesus, por toda a humanidade. Desde o Tempo do Advento, preparação para a Festa do Nascimento de Jesus, passa o Tempo da Quaresma, Tempo Pascal, Tempo Comum, com várias festas e comemorações. Hoje, ao proclamar Jesus, Rei do Universo, terminamos o ano litúrgico na Igreja Católica Apostólica Romana. Nada melhor do que coroar Rei aquele que se faz presente e salva toda a humanidade pela força da paz e da harmonia. Proclamamos Cristo, o Rei, contudo sua realeza não é deste mundo. Jesus é Rei, pois é o único mediador da salvação de toda a criatura.
No prefácio da missa rezamos com propriedade o reinado: Jesus inaugura o Reino da verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz. Esta solenidade proclama a ação salvífica de Jesus durante Sua missão neste mundo porque Ele guia seu povo, a Igreja, com amor e reina como Pastor, sempre atento à ovelha perdida ou enferma; reinado que tem início aqui na terra e se completa na vida eterna. Portanto é um Rei diferente, tem reinado diferente, não se confunde com os deste mundo. Sua mensagem é de esperança e de inclusão. Acolhe os mais prejudicados e esquecidos neste mundo. Ensina-nos a arte de acolher os desajustados, quebrados, indefesos, inúteis na visão do mundo moderno.
O Evangelista São João (18,33b-37) aborda o verdadeiro sentido da realeza de Jesus. Ele se encontra no interior do pretório; lá é interrogado. Há uma busca por saber qual o sentido do Seu reinado? Nos comentários litúrgicos deste domingo, sabemos que o ambiente externo é turbulento: seus inimigos, respirando ódio e violência, procuram uma forma de declarar Jesus culpado. Por uma construção literária e uma fina ironia, Pilatos acaba confirmando a realeza de Jesus.
Os reis deste mundo, por defenderem o seu reinado pelo poder e pelas armas, pertencem ao mundo do pecado. Jesus é Rei, mas não no sentido que o mundo entende esse reinado. Sua realeza se identifica com Sua missão messiânica. O reinado de Jesus não se apoia no poder e nas armas; Seu reinado é dar testemunho da verdade autêntica, que Ele mesmo veio proclamar e testemunhar, e que é Ele mesmo. O reinado de Jesus não pertence a essa ordem, mas pertence ao de cima, reinado recebido do Pai. Jesus é Rei não só dos judeus como também da humanidade inteira; reinado cuja realeza comunica vida e não opressão e morte.
Sua missão: dar testemunho da verdade e da vida que é Ele mesmo, a verdade do amor de Deus ao mundo; e revelar a vida àquela que Ele tem e comunica. É para isso que Ele veio ao mundo, para realizar Sua missão histórica. Esses comentários litúrgicos nos esclarecem o porquê Jesus é proclamado Rei do Universo neste dia, quando também comemoramos o Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas.
Todos os batizados fazem parte do reinado de Deus quando buscam viver a autenticidade, a verdade, o amor e a paz. Enquanto o mundo estiver imerso em guerras, ainda não é cristão. É lamentável que nações cristãs são as maiores provocadoras das guerras no mundo, basta ver quais, ou qual é o país que está metido em todos os conflitos bélicos no mundo. Quem está no comando das ações e domínios deste mundo. Quem promove a guerra, ou custeia a guerra, está longe de pertencer ao reinado de Jesus que promove a paz, a harmonia e a fraternidade universal.