Ao final de outubro deste ano, a Prefeitura de Maringá assinou a ordem de serviço para execução das obras de contenção de erosão e ligação dos canais de drenagem do Parque do Ingá. A obra é uma das medidas indicadas em estudo contratado pelo município e realizado pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico (Fadec), vinculada à Universidade Estadual de Maringá (UEM), que apontou soluções técnicas e científicas para o restabelecimento do nível do lago.
As obras têm investimento de R$ 1,8 milhão e preveem a implantação de dois pontos de desvios parciais nos canais de drenagem internos do Parque para que água da chuva seja direcionada para o lago. Os desvios terão sistemas de gradeamento para evitar que resíduos sólidos sejam levados pela chuva. Além disso, a solução prevê que a água pluvial será conduzida para o lago após alguns minutos de chuva, ou seja, apenas a água limpa será direcionada para o lago.
Os canais de contenção de águas no Parque do Ingá, que atualmente impedem que água da chuva seja desviada para o lago, foram implantados nos anos de 2010. A prática resultou, ao longo do tempo, no secamento do lago e em vários processos erosivos ao longo do canal.
“É um projeto feito por pesquisadores da UEM, do Departamento de Engenharia Civil, com apoio da Fadec. Ele [projeto] estudou a capacidade de vazão do lago. O quanto que o lago poderia ter a presença de uma maior quantidade de águas pluviais. Foi feito todo o estudo de rede, todo um estudo de convergência dessas águas”, diz Vanalli, em entrevista à reportagem, explicando que, após a implementação, o lago do Ingá voltará a ter sua famosa capacidade.
O reitor destaca que a UEM pode fazer ainda mais pela sociedade, pois é uma instituição que conta com corpo técnico que, em parceria com o poder público (municipal e estadual), é capaz de grandes projetos. “É esforço da minha pessoa, da minha gestão como reitor, de aproximar mais a UEM dos equipamentos públicos, dos poderes públicos. E buscar que eles se aproximem de nós. Sempre uma via de mão dupla”.
Inclusive, ele destaca que a UEM estreitou relações com a comunidade nos últimos dois anos e está muito mais presente em projetos.
Calendário
Nos últimos anos, o calendário acadêmico da UEM estava em descompasso com o chamado mundo civil. Em outras palavras, o início/término das aulas não batia com a folhinha. Tudo por conta da pandemia de Covid-19 que prejudicou o andamento normal no meio universitário.
Isso vai mudar em 2025, quando o calendário da Universidade Estadual de Maringá vai começar no mesmo ano civil. Segundo o reitor Leandro Vanalli, isso é um marco de sua gestão, com apoio do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEP), que acatou a proposta. “No ano que vem, teremos o retorno do calendário coincidente com o ano civil”, explica. “Começaremos em março e terminaremos em dezembro. Uma grande conquista”.
Ele conta, por exemplo, que isso vai dar mais segurança para que os vestibulares tenham maior abrangência.
Mandato
Desde outubro de 2022, Leandro Vanalli e a vice-reitora Gisele Mendes estão à frente da Universidade Estadual de Maringá. Ou seja, são mais de dois anos na gestão da melhor instituição de ensino superior estadual do Paraná e que tem um quadro funcional de quase 4 mil pessoas.
“Em dois anos, nós conseguimos planejar, retomamos as obras, fortalecemos alguns cursos com laboratórios. Criamos alguns cursos, a exemplo dos três no campus de Umuarama: engenharia da computação, arquitetura e tecnologia em gastronomia. Trouxemos uma turma da engenharia têxtil para cá [campus sede], vestibular aberto, um curso de grande empregabilidade. Curso de serviço social também para cá. Mudamos o turno do curso de música”, enumera Vanalli, citando ainda a reforma de espaços. “Evidente que precisamos e iremos fazer muito mais ainda”, destacando que toda as bases estão plantadas para o desenvolvimento rápido nos dois últimos anos de sua gestão.
Nesse contexto, ele informa que foi possível se adaptar à nova Lei de Licitações e entrar nas esferas públicas com uma ação de conquista de recursos. “A equipe está em sintonia de entender que a UEM precisa de mais dedicação de todos nós, de mais busca de recursos e de projetos. Sem projeto, não há desenvolvimento. Esse é um tema muito sincero para mim. Eu sou engenheiro civil, e engenheiro pensa em projetos. É isso que tenho de colocar na equipe: ‘vamos fazer projetos’. Não só para nós, mas para toda a comunidade. Para a UEM se consolidar cada vez mais como a melhor universidade estadual do Paraná e subir nos rankings”.
Outro ponto é a internacionalização, com a Universidade Estadual de Maringá em crescimento de seus convênios com instituições do exterior, sobretudo na América do Sul com mais de 100 projetos. Além de parcerias com o governo federal no Brasil.
Vanalli ainda diz que a UEM pretende expandir seus cursos e polos na Educação a Distância (EaD).
Orçamento
Segundo dados da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa), a Universidade Estadual de Maringá vai receber o maior montante de sua história: mais de 1 bilhão, sendo o principal entre as universidades paranaenses. Esse valor considera a folha de pagamento e o Hospital Universitário Regional de Maringá (HUM), que consome grande fatia de recursos.
Leandro Vanalli explica que tudo isso é garantido pelas métricas criadas pelo Estado por meio da Lei Geral das Universidades (LGU). “É uma lei polêmica, evidente. Mas toda lei precisa de aprimoramentos, mas ela trouxe alguns aspectos importantes e bons, como a segurança para o orçamento do ano que vem, baseando-se na quantidade e na nossa dimensão, quanto somos de estudantes e número de servidores. E [a lei] trouxe outra conquista esperada, que é a questão dos concursos públicos”.
O reitor conta que, em sua gestão, foram realizados concursos públicos para docentes e agentes universitários, que é o corpo de técnicos da instituição, tanto de nível médio quanto superior.
Em resumo, ele frisa que a LGU prevê seu estudo e reformulação a partir do quarto ano, para ser consolidada. “Mas é uma lei que trouxe alguma segurança e a gente tem de reconhecer isso também”, finaliza.