Janeiro também é mês de enfatizar e conscientizar a população sobre o câncer de colo de útero e traz a cor verde para marcar a campanha de prevenção. No Brasil, 19 mulheres morrem por dia em decorrência do câncer de colo do útero, sendo a segunda doença que mais mata pessoas do sexo feminino no país, na faixa etária de 20 a 49 anos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são em torno de 17 mil mulheres diagnosticadas a cada ano, na maioria dos casos feitos tardiamente.
Para mulheres a partir dos 25 anos e que tenha vida sexualmente ativa, o exame preventivo deve ser realizado todo ano para fazer o diagnóstico precoce. Mas se a pessoa foi ao ginecologista para conversar sobre anticoncepcional ou teve qualquer problema, o ideal é fazer o exame de prevenção. É o que frisa o médico ginecologista Weber Alexandre. “Exame de prevenção tem vários nomes, mas independente disso, toda mocinha, todos os anos deveria fazer o exame de prevenção.”
Campanha
Sobre a Campanha de Conscientização e Prevenção do Câncer do Colo do Útero, o ginecologista destaca. “É uma iniciativa fantástica, igual o ‘Novembro Azul’, o ‘Outubro Rosa’, o ‘Setembro Amarelo’. A gente aproveitou o mês de janeiro que é mês de férias para os professores, crianças, zeladoras, enfim, para as pessoas que talvez estejam em casa tomarem a iniciativa de ir ao médico”. O HPV, vírus do Papilomavírus Humano é uma infecção transmitida sexualmente e para prevenir esse contágio o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina HPV.
Vacinas HPV
Para o especialista a vacina deve ser a primeira medida e prevenção essencial já na infância, visando assim reduzir os casos no futuro. As doses estão disponíveis gratuitamente para meninas e também para meninos de 9 a 14 anos. “Depois da pandemia onde todos nós ficamos com medo de vacina, muitas pessoas deixaram de fazer”.
Existem duas vacinas chamadas gardasil: a tetravalente que protege contra 4 tipos de HPV (rede pública e indicada a cada 6 meses) e a nonavalente que protege contra 9 tipos de HPV, que estão disponíveis em clínicas privadas
Exame
Alexandre disse que muitas mulheres ficaram ressabiadas em realizar também o exame ginecológico em Maringá, pelos casos de abuso ocorridos. “Independente de quem seja o médico que ela possa ir onde se sinta adequada. O exame evita que exista o câncer de colo do útero”. No exame ginecológico é retirada uma secreção do fundo da vagina, essa secreção é analisada para saber se tem células com características que possam evoluir para câncer ou se estão normais.
Todas as Unidades de Saúde, todos os consultórios de médicos ginecologistas, estão habilitados a colher o preventivo. “Se você passar no postinho de saúde perto da sua casa e perguntar, em menos de dez dias é colhido o exame. Aquelas pessoas que colheram e tiveram células não legais a gente vai avançar na investigação. Então, Maringá e as demais cidades estão mobilizadas”, enfatiza Weber Alexandre.
Esperança
Trabalhando no Hospital do Câncer de Barretos/SP, o ginecologista comenta sobre uma conversa que teve durante os atendimentos. “A gente sempre enfatiza como trata. Recentemente um professor falou assim: “eu tenho vergonha de dar essa aula porque eu gostaria que não precisasse mais tratar, que isso pudesse desaparecer”. Eu achei isso fantástico. Eu também espero viver o suficiente pra dizer que essa cirurgia se fazia no passado e que não vai ter mais”, conta. Enquanto isso não acontece, a mobilização das mulheres que estão entre os 25 e 65 anos de idade é indispensável.
Assista entrevista completa no YouTube com o ginecologista Weber Alexandre