Acessos seguros, ciclovias, semáforos e travessias são alguns dos temas que compuseram a pauta que moradores das adjacências da Avenida Sincler Sambatti, o Contorno Sul, apresentaram na primeira reunião de 2025 do Fórum de Mobilidade, nesta sexta-feira, 31. Eles se posicionaram a respeito de um vídeo divulgado pelo governo estadual do Paraná e pela prefeitura, que apresenta uma proposta de viaduto no Contorno Sul semelhante ao existente no Contorno Norte, mas que, segundo moradores, não considera as especificidades locais.
Moradores querem ser ouvidos
Durante o encontro, foi reafirmado que qualquer intervenção precisa atender anseios da comunidade. Os moradores querem ser ouvidos e constituir um grupo de trabalho para monitorar o futuro projeto viário do Contorno Sul.
Recentemente, depois de oito mortes em acidentes com veículos no Contorno Sul neste ano, o governador Ratinho Júnior (PSD) e a prefeitura de Maringá divulgaram um investimento de R$ 400 milhões para obras de duplicação do contorno, no entanto, as imagens de um projeto de obras são semelhantes ao do Contorno Norte.
A maquete digital gerou preocupação entre os moradores, pois ignora as soluções pensadas a partir da realidade local. Para a comunidade, um viaduto elevado ao estilo do Contorno Norte pode afastar ciclistas e pedestres das conexões diretas, além de aumentar a sensação de insegurança em pontos sem iluminação adequada.
Representantes comunitários pediram empenho no sentido de que o modelo final incorpore estruturas que facilitem o acesso de pedestres sem obrigá-los a contornar grandes distâncias.
Mobilização será permanente
Ficou definido que técnicos da prefeitura e do governo estadual apresentarão o projeto à comunidade em uma reunião já marcada para o dia 28 e a abertura do diálogo para incorporar as sugestões levantadas pelo Fórum de Mobilidade.
A intenção é não apenas influenciar o desenho final da Avenida Sincler Sambatti, mas também fortalecer a cultura de participação cidadã em Maringá, tornando o Fórum um modelo de governança colaborativa.
O Fórum segue mobilizado e divulgando suas ações e convites por meio das redes sociais, onde é possível acompanhar atualizações, eventos e documentos públicos: @forumdemobilidademga.
Origem e objetivo do Fórum
Desde 2018, quando a professora Ana Lúcia Rodrigues era a coordenadora do Observatório das Metrópoles, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), ela acompanhou de perto as reivindicações da população que vive no entorno da Avenida Sincler Sambatti, o Contorno Sul. Naquela época, ao lado do Conselho de Leigos e Leigas, organismo da igreja católica, foi criado o Fórum de Mobilidade para reunir e organizar essas demandas, transformando-as em propostas objetivas para o projeto da avenida.

Por meio de suas reivindicações, a comunidade conquistou um investimento de R$ 10 milhões para o recapeamento da via, garantindo melhores condições de tráfego desde o início das discussões.
As principais necessidades levantadas incluíam acessos seguros para pedestres, implantação de ciclovias, definição de canteiro central, instalação de semáforos e travessias elevadas ou sinalizadas que garantissem mobilidade e segurança a todos os bairros da região.
Hoje vereadora, Ana Lúcia continua acompanhando a mobilização da comunidade.
Veja também