O corpo da empresária Patrícia Miranda da Silva foi encontrado na tarde desta quinta-feira no Rio Ivaí, no mesmo local em que na quarta-feira foram encontrados outros quatro corpos de pessoas que estavam no barco que virou no último domingo à tarde. Das seis pessoas desaparecidas desde o acidente, falta localizar apenas o garoto Nicolas Pacagnan Fernandes, de oito anos.
As buscas foram interrompidas no final do dia para serem retomadas na manhã desta sexta-feira. Cerca de 50 pessoas participam das buscas. Os bombeiros, pescadores e voluntários que realizam buscas no Ivaí desde domingo encontraram todos os corpos bem próximos do local em que aconteceu o acidente com o barco, o que permite que os trabalhos de busca desta sexta-feira sejam limitados a uma pequena área, diferente do que aconteceu nos primeiros dias, quando os barcos de resgate chegaram a uma distância de até 10 quilômetros do local do acidente.
No momento em que foi localizado o corpo de Patrícia, o marido dela, o empresário Alberony Menegassi de Souza, de 41 anos, e a filha do casal, Heloisa, de 3, estavam sendo velados em Jacutinga, distrito de Ivaiporã, onde a família morava e tinha uma empresa no ramo madeireiro.
No mesmo momento, em Maringá eram velados Adalberto Fernandes, de 44 anos, e a filha Sophia, de 3. O garoto Nicolas, que ainda não foi encontrado, é filho de Adalberto e Jennifer Pacagnan, que não entrou no barco.
Segundo o relato de Marcelo Carvalho, um dos sobreviventes, quando o barco começou a ser arrastado pela correnteza, Patrícia pulou na água para segurar a embarcação. Como ela não conseguia, o marido, que pilotava o barco, também pulou na água e por último pulou Marcelo, mas os três não tiveram força suficiente para impedir a queda na cachoeira.
Segundo familiares do casal, tanto Patrícia quanto Alberony eram bons nadadores e possivelmente tenham morrido porque tentavam salvar as demais pessoas, principalmente as quatro crianças.
Era uma visita a uma piscina natural
A operação de busca começou ainda no domingo a noite, quando o barco que saiu por volta das 16h30 não voltou. A preocupação tomou conta das pessoas que estavam em terra e os bombeiros de Ivaiporã foram chamados, assim como o Pelotão Ambiental, formado por pescadores que conhecem o Rio Ivaí e suas margens.
Tudo começou com uma festa oferecida pelo empresário Alberony Menegassi na chácara de lazer que acabava de comprar em Ubaúna, distrito de São João do Ivaí. O lugar aprazível era o sonho de Alberony, empresário do setor madeireiro em Jacutinga, um distrito próximo dali.
Várias pessoas de diferentes cidades tinham ido para participar de um churrasco à base de costela ao fogo de chão e conhecer a propriedade e as belezas do Rio Ivaí. Como havia um barco na propriedade, já na água, várias pessoas quiseram passear no rio, principalmente crianças. O dono da propriedade quis levar um grupo para conhecer uma piscina natural próxima de onde estavam e nove pessoas entraram no barco: o próprio Alberony, que pilotava a embarcação, a mulher dele, Patrícia, a filha Heloisa, o amigo Adalberto e os filhos Nicolas e Sophia, e mais o casal Marcelo e Jéssica, com o filho João Ivo.
Apenas alguns minutos depois, o passeio virou tragégia, com cinco mortos e um garoto desaparecido.
Momentos de desespero
Das nove pessoas que estavam no barco no momento do acidente, foram resgatados vivos o primo de Adalberto, Marcelo Carvalho, a mulher dele, Jéssica Costa, e o filho João Vitor, de 3 anos.
Do momento do acidente, pouco depois das 16h30 de domingo, até a hora do resgate, por volta das 22h30, o casal diz ter vivido momentos de grande aflição. Veja aqui o relato de Marcelo