Considerado um dos maiores arquitetos do mundo, o chinês estava no Pantanal com dois documentaristas e o piloto para fazer um trabalho sobre mudanças climáticas
Um dos maiores arquitetos do mundo, o chinês Kongjian Yu, que recentemente foi mostrado em uma reportagem especial do Fantástico, da Globo, como criador do conceito cidades-espoinja, tecnologia criada por ele e que tem potencial para se tornar essencial com extremos climáticos cada vez mais frequentes, morreu na noite desta terça-feira, 23, na queda de um avião de pequeno porte na zona rural de Aquidauana, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
Também morreram na queda dois cineastas e o piloto. O local onde a aeronave caiu, na área da Fazenda Barra Mansa, foi uma das locações de gravação da novela “Pantanal” e é conhecida por receber visitantes do Brasil e do exterior.
Ainda há poucas informações sobre o acidente, mas o Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil identificaram as vítimas como:
- Marcelo Pereira de Barros, piloto e proprietário da aeronave;
- Kongjian Yu, chinês considerado um dos maiores arquitetos do mundo;
- Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz, cineasta documentarista;
- Rubens Crispim Jr., diretor e documentarista.
Yu era consultor do governo chinês. Já projetou obras em mais de 70 cidades, que hoje são capazes de receber mais chuva do que caiu no Rio Grande do Sul. No Fantástico, ele explicou que há três pontos principais em todos os projetos que ele fazia.
“A natureza se adapta, é viva. O conceito de cidade-esponja é baseado no princípio de que a natureza regula a água”, explica.

- O primeiro ponto é reter a água assim que ela cai do céu: ele diz que 20% da área de toda fazenda tem que ser reservada para água em sistemas de açudes, para que ela não acabe toda indo pro rio principal. E que tem que haver áreas grandes permeáveis: porosas, não pavimentadas.
- O segundo é diminuir a velocidade dos rios – “Quando você desacelera a água, você dá a oportunidade pra natureza absorvê-la. Para desacelerar, você usa a vegetação e cria um sistema de lagos”.
- O terceiro ponto é adaptar as cidades para que elas tenham áreas alagáveis, para onde a água possa escorrer sem causar destruição: criar grandes estruturas naturais alagáveis para que a água possa ser contida por um tempo e, depois, rapidamente absorvida pro lençol freático sem invadir as casas.
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