Morreu neste domingo, 28, em um hospital de Copacabana, Rio de Janeiro, aos 99 anos, a atriz Berta Loran, que tinha quase 80 anos de carreira, 60 só na Globo, onde passou por novelas e programas de humor.
Batizada como Basza Ajs, ela nasceu em Varsóvia no dia 23 de março de 1926 e adotou o nome de Berta quando chegou ao Brasil.
Na Globo, a atriz participou dos principais programas de humor da emissora, como Riso Sinal Aberto (1966), Balança Mas Não Cai (1968), Faça Humor, Não Faça Guerra (1970), Satiricom (1973), Planeta dos Homens (1976), Escolinha do Professor Raimundo (1990), Zorra Total (1999) e A Grande Família (2012)
Berta também esteve em novelas, como Amor com Amor se Paga (1984), Cambalacho (1986), Cama de Gato (2010), a segunda versão de Ti-Ti-Ti (2011), Cordel Encantado (2011) e A Dona do Pedaço (2019).
Ela se destacou também no cinema e no teatro.ro.
A atriz considerava que a habilidade de atuar com humor era um dom especial dos intérpretes.
“Você pode perder apartamento, joia, dinheiro, e até um grande amor – 30 anos depois, quando você o reencontra, dará graças a Deus que o perdeu. Agora, o humor não pode ser perdido. Humor é tudo na vida”, disse Berta Loran em entrevista ao Memória Globo.
O dom da atuação era de família. O pai era alfaiate e ator, acostumado a se apresentar para a comunidade judaica no Brasil. Berta frequentava os espetáculos desde pequena e, aos 14 anos, atuou nos palcos pela primeira vez.
“Eu sempre fui trapalhona, traquina, sapeca, danada. Com 14 anos, botei o salto alto da minha mãe e subi no palco. Quebrei o salto e saí mancando. O povo começou a rir. E eu gostei! Pensei comigo: ‘o bom é fazer rir’”, contou Berta.
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Berta Loran na Escolinha do Professor Raimundo — Foto: TV GLOBO / CEDOC