O medo e a incerteza continua firmemente nas ruas de Cabul patrulhadas pelos taliban. A redação recolheu o testemunho de uma jovem jornalista da capital afegã.
“Quando voltei do escritório, ontem, fui ao mercado para comprar algumas coisas de que precisava. O vendedor disse-me que eu devia ir para casa porque não estava acompanhada por um homem e os Taliban andavam por ali. Disse-me que eu não estava a usar um hijab ou uma burca e que, por isso, os Taliban podiam fazer-me mal. Achei que era melhor apressar o passo e voltei para casa imediatamente”, contou a jornalista de Cabul (cujo nome é omitido para proteger a identidade).
“Nunca imaginei que Cabul entraria em colapso de forma tão rápida”
Para a jornalista afegã, a rapidez da tomada de Cabul surpreendeu toda a população. “Nunca imaginei que Cabul entraria em colapso de forma tão rápida e sem qualquer resistência. Os americanos estimavam que Cabul poderia entrar em colapso em sete dias”, afirmou a jornalista.
“Agora, não há lugares seguros em Cabul. Estamos fechados em casa e não podemos correr o risco de sair de casa. A maioria da população de Cabul não gosta do Taliban e acha que os Estados Unidos e o governo afegão os traíram”, acrescentou a jornalista afegã.