Esse texto é aquele que jamais deveria ser escrito! Fala da morte que chega cedo demais. No último dia 10 de outubro a gente perdeu alguém muito especial, o Jean-da-Gabi. Ele se foi de repente, logo depois de completar 29 anos e comemorar a vida como tinha que ser: feliz, com sua esposa, com sua família e amigos. Eu não tive chance de conhecê-lo pessoalmente, ainda que ele fosse marido da Gabi e irmão da Jê, uma ex-aluna minha na Faculdade Maringá, em parte por causa dessa bobagem de achar que “qualquer hora dessas dá certo” e também por conta da pandemia que me exilou da cidade.
Então, cê vai falar o quê? Ah, vou falar do quanto esse cara usou bem cada minutinho que passou por aqui, como ele tem meu respeito, minha admiração e gratidão sem ter feito nada por mim. O Jean fazia a Gabriela muito feliz, incentivava, cuidava dela, trouxe para essa menina uma felicidade real, coisa de todo o dia, de coisinhas, de momentos que são eternos. Ele foi o porto seguro da Jê, não uma, nem duas vezes, mas sempre. Esse cara, esse que eu amarei para sempre por tudo de bonito que ele fez com seus 29 anos, que transformou a vida de todo mundo que ele conhecia.
Claro que hoje a gente queria dizer que ele “foi ali e já volta”, só mais um congresso, uma viagem para a Ilha do Mel com a “dona Maria” ou aquela ida para praia com a família toda. Eu queria muito, mas não posso. […] A gente aqui disse outro dia que ninguém morre de verdade no multiverso e na vida real, de certa forma, também não. O Jean andava por aí iluminando os outros, fazendo as pessoas rirem, fazendo a Gabizinha muito, muito feliz.
Lumus – Não hoje, nem amanhã, mas um dia, a Gabi vai conseguir reunir forças para pendurar os pôsteres e reler os livros dos dois, vai tomar sol de novo na bóia de Donut sem chorar e mimar o Peter Parker contando coisas do “papi” para o doguinho Cadamuro-Euflausino. Vai tomar banho de cachoeira com gosto de lágrima, nadar no mar de coração partido, mas vai assim mesmo porque a gente quer a alegria de quem amamos e se ela estiver bem também vai homenagear o Jean.
E sim, a galera vai chorar cantando modão por um bom tempo sem entender o que aconteceu porque a raiva fica também, mas até ela vai esfriando e, aos poucos, essa galera vai reencontrando o Jean aqui e ali, nas pequenas vitórias, nas aventuras que vão contar para aquelas pessoas que também gostavam ele. Eu, Juliana, agradeço pela oportunidade de conhecer o “efeito Jean” nas minhas queridas, Gabriela e Jéssica, e de saber que, esteja onde estiver, o amor dele pela família e amigos vai estar sempre presente!
Obrigada Jean-da-Gabi por ter sido luz, alegria e afeto nesse mundinho preto e branco!