Apesar da hanseníase ser uma doença antiga, ainda não existem exames laboratoriais com alto desempenho e baixo custo para o diagnóstico de todos os infectados que ainda não apresentam sintomas, como manchas na pele ou perda de sensibilidade ou da força muscular. Mas um estudo da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, publicado na Frontiers in Medicine, identificou potenciais biomarcadores para a rastreio, diagnóstico e monitoramento da hanseníase.
“Nosso objetivo foi a busca por novas moléculas de maior eficácia para o diagnóstico da hanseníase. Nós avaliamos o potencial de anticorpos contra uma proteína da bactéria Mycobacterium leprae que induz a invasão e a sobrevivência nas células do infectado”, explica o biomédico Filipe Rocha Lima, primeiro autor do estudo e doutorando da FMRP.
Os pesquisadores coletaram sangue de 82 voluntários para investigar os anticorpos contra a proteína Mce1A da bactéria causadora da hanseníase. Eles foram divididos em quatro grupos: novos casos de hanseníase em Parnaíba, no Piauí; pacientes tratados na ex-colônia do Carpina, no Piauí; pessoas que moraram com uma pessoa com a doença por pelo menos seis meses antes do diagnóstico; e outro formado por pessoas saudáveis, sem diagnóstico ou contato com hanseníase e que residem na região endêmica de Parnaíba.
“A gente observou que o anticorpo IgA é uma molécula para identificação de contato com obacilo da hanseníase, sendo presente em todos os grupos avaliados no estudo. O anticorpo IgM foi um importante marcador para a doença ativa, pois tivemos ausência de resultados positivos nos casos tratados. Já em relação ao anticorpo IgG, tivemos o maior número de exames positivos nos pacientes que receberam a polioquimioterapia, que cura a hanseníase, ou seja, interrompe a transmissão e a evolução da doença”, conta.
Após a conclusão do trabalho, os cientistas continuam testando os ensaios com amostras de diferentes regiões do Brasil para comparar com dados clínicos, laboratoriais e de outras técnicas existentes para o diagnóstico da doença. “Os próximos passos envolvem a validação dessas moléculas de anticorpos contra a proteína Mce1A, que são de baixo custo e fácil execução, para prospecção de novos ensaios comerciais para serem utilizados nas unidades de saúde propostas pelo Sistema Único de Saúde [SUS]”, revela.
O estudo foi orientado pelo professor Marco Andrey Cipriani Frade, da FMRP, e contou com pesquisadores do Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária com Ênfase em Hanseníase (CRNDSHansen) do Hospital das Clínicas da FMRP (HCFMRP), Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, Secretaria Estadual de Saúde do Piauí, Universidade Federal do Piauí, Universidade da Califórnia dos Estados Unidos e do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia).
Importância e desafios do diagnóstico precoce
A estratégia de diagnóstico e tratamento precoce é fundamental para a cura de pacientes com hanseníase, diminuindo a chance de sequelas.
“As atuais limitações dos testes diagnósticos, incluindo a acurácia dos testes, e a falta de disponibilidade de kits comerciais de baixo custo e fácil implementação em unidades de saúde indicam a necessidade de testes mais eficazes para o diagnóstico, acompanhamento do tratamento e avaliação da transmissão domiciliar”, explica Filipe.
Além disso, há o desafio de não ter um método de diagnóstico para todas as formas clínicas da doença. “O conhecimento e as habilidades necessárias para o diagnóstico, tratamento e manejo da hanseníase pelos profissionais de saúde geral são insatisfatórios, levando ao diagnóstico tardio, incapacidades físicas, prejuízo socioeconômico e transmissão contínua da bactéria Mycobacterium leprae”, conta.
Entenda o que é hanseníase
Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase pode causar perda das funções sensitivas e motoras e lesão na pele e nos nervos. A transmissão da doença é através de gotículas da via aérea eliminadas na hora de falar, tossir, espirrar ou secreções nasais. Os sintomas envolvem perda da sensibilidade para o calor, frio e dor; da força muscular e da visão, além de manchas e áreas adormecidas na pele.
”A hanseníase é um importante problema de saúde pública, principalmente no Brasil que é endêmico e o segundo no mundo em números de casos novos. É a principal causa de neuropatia periférica, que pode evoluir para incapacidade física e deformidades quando não há o diagnóstico precoce e o tratamento efetivo para a doença”, explica Filipe.
Ao ser diagnosticado, o paciente que inicia o tratamento com medicamentos fornecidos gratuitamente nas unidades de saúde tem cura da doença. Ou seja, deixa de transmitir e interrompe o agravamento do seu quadro de saúde.
O que é Hanseníase?
A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica, causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos, com capacidade de ocasionar lesões neurais, podendo acarretar danos irreversíveis, inclusive exclusão social, caso o diagnóstico seja tardio ou o tratamento inadequado.
A imprecisão sobre a origem e datação da hanseníase não incidem sobre a constatação histórica de que a hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade. A discussão sobre a origem da hanseníase no continente asiático ou africano ainda se mantém entre os especialistas, todavia, sabe-se é que conhecida há mais de quatro mil anos na Índia, China, Japão e Egito.
No decorrer dos séculos, ainda de forma imprecisa, a hanseníase era agrupada juntamente com outras patologias cutâneas como a psoríase, escabiose, impetigo, pela designação de lepra.
A infecção por hanseníase acomete pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. Entretanto, é necessário um longo período de exposição à bactéria, sendo que apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece.
As lesões neurais decorrentes conferem à doença um alto poder incapacitante, principal responsável pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas pela doença.
O Brasil ocupa a 2ª posição do mundo entre os países que registram casos novos. Em razão de sua elevada carga, a doença permanece como um importante problema de saúde pública no país, sendo de notificação compulsória e investigação obrigatória.
A partir da década de 1980 o Brasil dispõe de iniciativas institucionais que modificam a estratégia de cuidado as pessoas acometidas pela hanseníase, com o fechamento dos hospitais colônia que pressupunham a internação compulsória daqueles acometidos pela doença. Em 1995, como iniciativa inovadora para ressignificação social da doença, o Brasil determina através da Lei nº 9.010, que o termo “lepra” e seus derivados não podem mais ser utilizados na linguagem empregada nos documentos oficiais da Administração centralizada e descentralizada da União e dos estados.
Esses passos foram importantes para ampliar a compreensão da história da hanseníase enquanto uma trajetória que não é do bacilo, mas de pessoas e famílias acometidas pela doença.
Quais são os principais sinais e sintomas da hanseníase?
Os sinais e sintomas mais frequentes da hanseníase são:
Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou área (s) da pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao tato);
Comprometimento do (s) nervo (s) periférico (s) – geralmente espessamento (engrossamento) –, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas;
Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente em mãos e pés;
Diminuição ou ausência da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas mãos e/ou nos pés;
Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Como a hanseníase é transmitida?
A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas suscetíveis, ou seja, com maior probabilidade de adoecer. A forma de eliminação do bacilo pelo doente são as vias aéreas superiores (por meio do espirro ou tosse), e não pelos objetos utilizados pelo paciente. Também é necessário um contato próximo e prolongado.
Os doentes com poucos bacilos – paucibacilares (PB) – não são considerados importantes fontes de transmissão da doença, devido à baixa carga bacilar. Já as pessoas com muitos bacilos – multibacilares (MB) – constituem o grupo contagiante, mantendo-se como fonte de infecção enquanto o tratamento específico não for iniciado.
A hanseníase apresenta longo período de incubação, ou seja, o tempo em que os sinais e sintomas se manifestam desde a infecção. Geralmente, esse período dura em média de dois a sete anos; porém, há referências a períodos inferiores a dois e superiores a dez anos.
Como é realizado o diagnóstico da hanseníase?
O diagnóstico de caso de hanseníase é realizado por meio do exame físico geral e dermatoneurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas.
Os casos com suspeita de comprometimento neural, sem lesão cutânea (suspeita de hanseníase neural primária), e aqueles que apresentam área com alteração sensitiva e/ou autonômica duvidosa e sem lesão cutânea evidente, deverão ser encaminhados para unidades de saúde de maior complexidade para confirmação diagnóstica. Recomenda-se que, nessas unidades, tais pacientes sejam submetidos novamente ao exame dermatoneurológico criterioso, à coleta de material para exames laboratoriais (baciloscopia ou histopatologia cutânea ou de nervo periférico sensitivo) e a exames eletrofisiológicos e/ou outros mais complexos, para identificar comprometimento cutâneo ou neural discreto e realizar diagnóstico diferencial com outras neuropatias periféricas.
Em crianças, o diagnóstico da hanseníase exige avaliação ainda mais criteriosa, diante da dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de sensibilidade. Casos de hanseníase em crianças podem sinalizar transmissão ativa da doença, especialmente entre os familiares; por esse motivo, deve-se intensificar a investigação dos contatos.
O diagnóstico de hanseníase deve ser recebido de modo semelhante ao de outras doenças curáveis. Entretanto, se vier a causar sofrimento psíquico, tanto a quem adoeceu quanto aos familiares ou pessoas de sua rede social, essa situação requererá uma abordagem apropriada pela equipe de saúde, para tomadas de decisão que incidam para uma melhor adesão ao tratamento e enfrentamento aos problemas psicossociais. Essa atenção qualificada deve ser oferecida desde o diagnóstico, bem como no decorrer do tratamento da doença e, se necessário, após a alta.
Onde eu encontro informações complementares se receber o diagnóstico de hanseníase?
A Caderneta de Saúde da Pessoa Acometida pela Hanseníase é um instrumento para que o paciente acompanhe e registre seu tratamento e tenha em mãos orientações sobre a doença, direitos e autocuidado. Enquanto uma ferramenta de registro, ela é muito importante para gestão do cuidado às equipes de saúde, todavia, é de posse do paciente. A Caderneta deve ser entregue ao paciente no momento do diagnóstico.
Faça o download da caderneta de saúde da pessoa acometida aqui.
Rompendo barreiras: Enfrentando o estigma e a discriminação na hanseníase
Aspectos relacionados ao estigma e à discriminação promovem a exclusão social e, ao mesmo tempo, podem produzir consequências negativas que resultam em interações sociais desconfortáveis, limitando o convívio social, sofrimento psíquico e, consequentemente, pode interferir no diagnóstico e adesão ao tratamento da hanseníase, perpetuando um ciclo de exclusão social e econômica. Situações em que ocorrem o estigma e a discriminação podem ocorrer na família, na escola, no trabalho e até mesmo nos serviços de saúde.
O Brasil não possui leis discriminatórias contra as pessoas acometidas pela hanseníase e seus familiares, em vigor. Embora destaque-se por ser o primeiro país no mundo que desenvolveu legislação que proíbe linguagem discriminatória contra as pessoas acometidas pela hanseníase, representando importante avanço para a garantia dos direitos das pessoas atingidas pela hanseníase, não existe nacionalmente penalidades impostas para quem as infringirem.
O Ministério da Saúde lançou em 2021 uma série de materiais para o enfrentamento ao estigma e discriminação na Hanseníase, veja em: http://www.aids.gov.br/pt-br/hanseniase/biblioteca.
Você pode registrar práticas discriminatórias em canais específicos, como as ouvidorias de saúde, o DISQUE SAÚDE 136 e através do Observatório Nacional de Direitos Humanos e Hanseníase da Defensoria Pública da União.
Como é feito o tratamento da hanseníase?
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento e acompanhamento dos pacientes em unidades básicas de saúde e em referência, não sendo necessário internação.
O tratamento medicamentoso é realizado com a associação de três antimicrobianos – rifampicina, dapsona e clofazimina – a qual denominamos de Poliquimioterapia Única (PQT-U). Essa associação diminui a resistência medicamentosa do bacilo, que ocorre com frequência quando se utiliza apenas um medicamento, o que acaba impossibilitando a cura da doença.
A duração do tratamento varia de acordo com a forma clínica da doença. Para pacientes com hanseníase paucibacilar (PB) a duração é de seis meses e para pacientes com hanseníase multibacilar (MB) a duração é de doze meses.
Os medicamentos são seguros e eficazes. Ainda no início do tratamento, a doença deixa de ser transmitida. Familiares, colegas de trabalho e amigos, além de apoiar o tratamento, também devem ser examinados.
Durante as consultas mensais o paciente recebe uma nova cartela de PQT-U e sendo assistido por um profissional de saúde, faz uso da dose supervisionada. As demais doses da cartela de PQT-U são tomadas em seu domicílio. Quando o paciente completa o tratamento medicamentoso com regularidade, isto é, fez o uso correto de todas as doses de medicamentos dentro do prazo estipulado (seis ou doze meses), inclusive as supervisionadas, e tendo sido bem avaliado na última consulta médica, o paciente recebe a alta por cura. Quando necessário, e a critério médico, durante ou após o tratamento medicamentoso, alguns pacientes podem ser encaminhados para Centros de Referência em hanseníase, para a uma avaliação clínica mais aprofundada e da necessidade de prescrição de outros medicamentos para além da PQT-U.
Outras questões importantes:
- A gravidez e o aleitamento materno não contraindicam o uso de PQT-U;
- Pessoas com peso inferior a 30 Kg devem ter as doses de medicamentos ajustadas para sua condição;
- O uso de anticoncepcionais orais pode ter sua ação reduzida pelo uso da rifampicina;
- Caso haja necessidade de esquemas substitutivos à PQT-U, o SUS também disponibiliza esses medicamentos de forma gratuita;
- É importante que os contatos de pacientes com hanseníase também sejam avaliados por um profissional de saúde;
Quais são as complicações da hanseníase?
As complicações da hanseníase, muitas vezes, se confundem com a evolução do próprio quadro clínico da doença. Muitas dependem da resposta imune dos indivíduos acometidos, outras estão relacionadas com a presença do M. leprae nos tecidos e, por fim, algumas das complicações estão ligadas às lesões neurais características da hanseníase.
Complicações diretas:
São aquelas decorrentes da presença do bacilo na pele e outros tecidos, principalmente em quantidades elevadas, como é o caso dos pacientes multibacilares com alta carga bacilar.
Complicações devido à lesão neural:
São decorrentes do comprometimento sensitivo e motor, e, quando não tratadas oportunamente, podem levar à limitação funcional (incapacidade). Uma complicação decorrente de lesão neural também pode limitar ou inviabilizar a participação do indivíduo em espaços sociais e comunitários, visto que a dor neuropática e as incapacidades podem impedir a realização de algumas atividades como a locomoção, realizar atividades manuais finas e a prática de alguns esportes.
Complicações devido às reações:
São alterações do sistema imunológico, que se expressam por meio de manifestações inflamatórias agudas e subagudas, ocorrendo com maior frequência nos casos multibacilares, durante ou depois do tratamento com Poliquimioterapia Única (PQT-U)
Sinais e sintomas como febre alta, dor no trajeto dos nervos, surgimento de lesões da pele (placas ou nódulos) e piora do aspecto de lesões que já existiam previamente são denominadas reações hansênicas ou estados reacionais.
Para o estado reacional é imprescindível determinar o tipo de reação (tipo 1 ou tipo 2) para estabelecer o tratamento adequado. Para as reações tipo 1 utiliza-se a prednisona.
A Reação Tipo 1 ou Reação Reversa caracteriza-se pelo aparecimento de novas lesões dermatológicas (manchas ou placas), infiltrações, alterações de cor e edema nas lesões antigas, com ou sem espessamento e dor de nervos periféricos (neurite). A Reação Tipo 2, cuja manifestação clínica mais frequente é o Eritema Nodoso Hansênico (ENH), caracteriza-se pelo aparecimento de nódulos subcutâneos dolorosos, acompanhados ou não de manifestações sistêmicas como: febre, dor articular, mal-estar generalizado, orquite, iridociclites, com ou sem espessamento e dor de nervos periféricos (neurite). Para as reações de tipo 2 utiliza-se a talidomida.
Entretanto, nos casos em que houver reação crônica ou subintrante, e que não responderem à talidomida, recomenda-se a clofazimina. Recomenda-se ainda a pentoxifilina como esquema terapêutico alternativo para as reações tipo 2.
O uso da Talidomida
A Talidomida é um medicamento seguro, mas em função dos efeitos teratogênicos comprovados (malformação congênita) é um medicamento que possui controle sanitário rigoroso, sob responsabilidade entre os gestores em saúde dos três entes federativos, profissionais de saúde e pacientes.
Atualmente a talidomida é produzida somente por laboratório público, conforme programação do Ministério da Saúde, o qual realiza a distribuição para os estados e Distrito Federal. O atendimento das pessoas que necessitam utilizar a talidomida ocorre no âmbito do SUS, em unidades públicas da atenção primária, de média ou alta complexidade.
No Brasil a talidomida está indicada somente para tratamento das doenças previstas nos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas do Ministério da Saúde, as quais são: o eritema nodoso hansênico, lúpus eritematoso, úlceras aftoides em pacientes portadores de HIV-Aids, doença do enxerto contra hospedeiro, mieloma múltiplo e síndrome mielodisplásica.
Apenas pessoas adultas podem fazer uso da talidomida, desde que concordem com o cumprimento das regras de controle de uso. É proibido o uso da talidomida por pessoas gestantes.
É muito importante que as pessoas que usam a talidomida sigam as orientações médicas e as regras de controle de uso. As pessoas com potencial para engravidar somente poderão usar a talidomida se o resultado do teste de sangue para β-HCG ou urinário de alta sensibilidade for negativo e se concordar em usar dois métodos contraceptivos, sendo um de barreira (preservativo, por exemplo) e um hormonal (anticoncepcionais injetáveis, DIU hormonal, por exemplo). O uso de preservativo masculino é fundamental nas relações sexuais, pois estudos comprovam a existência da substância talidomida no sêmen.
Para mais informações sobre a talidomida consulte: http://www.aids.gov.br/pt-br/hanseniase/tratamento
Como se previne a hanseníase?
O diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a investigação de contatos que convivem ou conviveram, residem ou residiram, de forma prolongada, com caso novo diagnosticado de hanseníase são as principais formas de prevenção.
Como se previnem as incapacidades físicas causadas pela hanseníase?
O diagnóstico precoce e o tratamento adequado da doença e de suas complicações, além das orientações quanto à prática do autocuidado, configuram as principais formas de prevenção das incapacidades físicas decorrentes da hanseníase. A prevenção de incapacidades físicas inclui um conjunto de medidas visando evitar a ocorrência de danos físicos, emocionais, espirituais e socioeconômicos.
Devido ao comprometimento neurológico, a hanseníase é uma doença com potencial incapacitante, podendo causar deficiências (deformidades) e incapacidades físicas antes do diagnóstico e durante e após o tratamento com a Poliquimioterapia Única (PQT-U).
Consideram-se como componentes da Prevenção de Incapacidades Físicas (Trevo) os seguintes elementos:
Educação em Saúde
- Diagnóstico precoce, tratamento regular com PQT-U e aplicação de BCG em contatos
- Detecção precoce e tratamento adequado das reações e neurites
- Apoio a manutenção da condição emocional e integração social (família, estudo, trabalho, grupos sociais)
- Realização de autocuidados.
Para saber mais sobre as complicações da doença, consultar o “Manual de Prevenção de Incapacidades”, do Ministério da Saúde.
Para saber mais sobre o tratamento das reações, consultar as “Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública”, do Ministério da Saúde.
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Por: Giovanna Grepi/Jornal USP