Dois craques. Um da bola, outro do desenho. Ao final dos anos de 1970, eles se uniram para criar uma série nos quadrinhos batizada de “Pelezinho”, a versão infantil feita por Mauricio de Sousa (o criador da Turma da Mônica) para Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos.
Nesta quinta-feira (29 dez), o mundo lamentou a despedida do Rei. Ele faleceu aos 82 anos de idade no Hospital Albert Einstein, na zona Sul da capital paulista, em decorrência de falência múltipla de órgãos.
Mas lá atrás, Pelé foi para os gibis. De 1977 a 1982, segundo o Guia de Quadrinhos, a editora Abril publicou 58 edições da revistinha “Pelezinho”. Por exemplo, o número 1 saiu em agosto de 1977, em 52 páginas no famoso formatinho (13,5 x 20,5 cm), lombada com grampos, custando Cr$ 6,00 (moeda da época).
Na capa, o protagonista mata no peito o globo como se fosse uma bola. Eram seis histórias, mais jogos e brincadeiras, e um bate-bola com Pelé.
Um ano antes do lançamento da revista, o jornal O Estado de S.Paulo fez uma reportagem em 5 de outubro de 1976, anunciando a novidade. Mas não foi tão simples, conforme o texto. Mauricio e Pelé tiveram que negociar a respeito da licença para desenvolvimento do personagem por meio de tiras de jornal.
O curioso é que o Rei não gostou do traço do desenho, pois ele achava que ficou parecido com o Cascão, figura famosa da Turma da Mônica. “Depois, olhando mais atentamente, descobriu que o personagem se parecia com seu filho Edinho”, diz o texto do Estadão.
Já para Mauricio, a historinha surgia em um momento chave, quando o público brasileiro começa a esquecer o grande jogador do Santos e da Seleção Brasileira. “E seu estilo deve contribuir para firmar a fidelidade deste público que está se afastando e de um novo que teve pouca oportunidade de acompanhar a vida de Pelé”, destaca o material do jornal.
Origem
Em sua conta no Instagram, a Mauricio de Sousa Produções (MSP) relembrou a parceria entre o desenhista e o ex-jogador na criação de Pelezinho. Segundo o post, o personagem foi elaborado “com base nas lembranças de uma infância mágica, carregada de amor de todos os fãs do pequeno Edson, antes mesmo que ele virasse o Pelé do mundo”.
Publicações
Além do título “Pelezinho”, segundo o Guia de Quadrinhos, o personagem apareceu também em outras publicações especiais, como é o caso do “Almanaque do Pelezinho” (anos de 1980), pelas editoras Abril e Globo; e “Pelezinho Copa 86” (1986), Abril. Em 2012, o personagem reapareceu na “Pelezinho – Coleção Histórica” e “As Tiras Clássicas do Pelezinho”, ambos pela Panini.