Uma mulher de Maringá virou manchete em alguns dos mais importantes portais de notícias do Brasil após divulgar um vídeo em uma rede social afirmando ter sido vítima de violência doméstica e que o filho ‘foi arrancado’ dela porque a Justiça vê incompatibilidade entre suas função e o papel de mãe.
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A comissária de voo Josiane Lima, de 29 anos, desabafou sobre a perda da guarda do filho de 1 ano e que estaria sendo vítima de “preconceito e injustiça” devido a sua profissão.
Na decisão que concedeu a guarda unilateral da criança ao pai, o juiz alega que “a rotina de trabalho da ré [Josiane] não permite que preste ao filho os cuidados diários de que necessita o filho”. Diz ainda que a criança já estava sob a guarda do pai há algum tempo.
A comissária de bordo disse que é natural de Manaus (AM) e que decidiu se mudar para Maringá a fim de que o filho pudesse ter contato com o genitor. Segundo Josiane, a criança só está com o pai porque foi “retirada à força” dela.
Afirmando que sua briga é com a Justiça e não com o pai, Josiane Lima disse que vai recorrer. “O juiz determinou que eu podia ver a criança apenas três horas por dia e em finais de semana alternados”, conta. Em suas folgas, ela pega o bebê na creche e fica com ele durante o período permitido.
Após ter tido o filho, a comissária ainda não tinha voltado a voar quando foi dada a sentença. Porém, o parecer do Ministério Público do Paraná era para que fosse estabelecida a guarda compartilhada, que teria sido ignorado pela sentença.
Na decisão da 2ª Vara de Família e Sucessões do Paraná é citado o argumento de que a mãe “possui uma rotina de trabalho delicada” e que, por isso, “não é possível entender que poderá se responsabilizar pelo filho todos os dias”.
“Preconceito com a profissão”
Josiane disse que não pensaria duas vezes em trocar de profissão para ficar com a guarda do filho, mas o salário e os benefícios acumulados em uma carreira de dez anos garantem boa parte do bem-estar da criança, como o auxílio creche e plano de saúde.
Ao falar sobre suas razões, Josiane diz que é inadimissível em pleno Século XXI uma mulher ser discriminada por sua profissão. “Só podemos escolher trabalho que possa ser conciliado com filho? Se fosse isso, enfermeiras, médicas e várias outras profissões que fazem plantão não poderiam ter a guarda dos filhos. Não tem nexo”, diz.