É impossível colocar em um – ou dois ou dez – volume, por mais grosso que seja, o que se fez, viu e ouviu em meio século de jornalismo diário, mas uma das qualidades dos bons jornalistas é cortar, cortar e cortar para entregar ao leitor somente o essencial. E foi isso que Joel Cardoso em “Eu, Jornalista – 50 Anos de História”, lançado por ele neste domingo durante a Festa Literária Internacional de Maringá, a FLIM.
Nas redações desde o início da década de 1970, Cardoso não se prende a contar no livro o trabalho que fez – até porque não caberia -, mas sim os eventos que marcaram a carreira e a vida, afinal, além da redação e dos entrevistados há um ser humano amando, criando filhos, tendo boletos para pagar e amigos para conviver.
As aventuras, venturas e desventuras do jornalista Joel Cardoso são contados em forma de crônicas, destacando o que houve de inusitado em cada caso. A maior parte das histórias são do início da carreira, quando os jornalistas costumam ser mais afoites a afeitos a desafios. À medida que o profissional vai amadurecendo, é tempo de mais reflexão e poesia.
Joel Cardoso vai revelando aos poucos em seu livro como foram as mudanças nas formas de exercer o Jornalismo e as adaptações que o profissional faz para acompanhar as inovações. Quando ele começou a produzir para jornais, a forma de composição era em telhas de chumbo derretido, as máquinas de escrever ensurdeciam as redações e os telefones de disco – geralmente um só em cada redação – era disputado por repórteres em fila.
Hoje, o jornalista pode ter sua casa, o carro, um banco de padaria como redação e vai precisar apenas de um telefone celular para buscar nas notícias, processá-las e publicá-las em portais que podem ser vistos de qualquer lugar do mundo.
“Eu, Jornalista – 50 Anos de História” é de leitura fácil e já está à venda.
Jornalismo e literatura, tudo a ver
O lançamento, neste domingo, foi prestigiado por vários escritores maringaenses, jornalistas pessoas ligadas à cultura, como a presidente da Academia de Letras de Maringá, Eliana Palma, o poeta Jaime Vieira, o secretário de Cultura Victor Simião e o superintendente de Cultura, Chico Pinheiro, e outros.
O secretário de Cultura de Maringá, Victor Simião, que também é jornalista e escritor, falou em nome do prefeito Ulisses Maia (PSD) sobre a importância de Joel Cardoso imortalizar em livro fatos e pessoas que marcaram sua carreira.
Joel Cardoso em meio século de jornalismo passou por todos os jornais que existiram em Maringá nos últimos 50 anos, fez rádio e TV e há vários anos publica sua própria revista, além de ser editor um portal na internet, o https://revistarcp.com.br/.
Produzir literatura não é novidade na vida de Joel Cardoso. Ele publicou outros cinco livros é sócio-fundador da Academia de Letras de Maringá e da União dos Jornalistas e Escritores (Unijore).