Aproximadamente US$ 16,3 milhões, que em dinheiro brasileiro chega próximo de R$ 80 milhões, que estavam bloqueados nas contas de Paulo Maluf, ex-prefeito de São Paulo, na Suíça, vão ser repatriados ao Brasil por determinação do Tribunal Penal Federal da Suíça.
A decisão é de 22 de setembro, mas somente foi divulgada nesta quinta-feira, 7. A Corte acatou argumentos apresentados pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Advocacia-Geral da União (AGU).
O pedido de cooperação apresentado pelo MPF ao tribunal visava a obtenção de informações financeiras, bloqueio e repatriação dos valores depositados em contas bancárias de Maluf, frutos de lavagem de dinheiro, crime pelo qual o também ex-deputado federal foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2017.
O processo segue em andamento na Justiça suíça. Os valores só serão desbloqueados quando houver o julgamento final da causa e não existir a possibilidade de recursos.
A acusação
Maluf foi acusado pelo Ministério Público Federal de usar contas no exterior para lavar dinheiro desviado da Prefeitura de São Paulo quando foi prefeito da capital, entre 1993 e 1996. Uma das fontes do dinheiro desviado seria da obra de construção da Avenida Água Espraiada, atual Avenida Jornalista Roberto Marinho, na Zona Sul.
O político foi acusado de usar contas bancárias em nome de empresas “offshores” (firmas usadas para investimentos no exterior) para enviar dinheiro desviado e reutilizar parte da quantia na compra de ações da Eucatex, empresa de sua família.
Segundo o MPF, mais de US$ 172 milhões foram aportados na empresa por meio desse esquema. R$ 34,9 milhões que estavam na ilha de Jersey, no Reino Unido, e já foram repatriados e devolvidos aos cofres da Prefeitura de São Paulo.