As lavouras de soja e milho no Paraná registraram piora nas condições gerais nesta semana, confirme o Boletim Semanal do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).
Segundo o documento, na semana anterior a primeira safra de milho 2023/24 tinha 80% da área estimada de 309 mil hectares em condição boa, já nesta semana este percentual caiu para 76%. Áreas em condição mediana totalizaram 20% e as que apresentaram condição ruim ficaram em 3% nesta semana. “Em relação à segunda safra de milho 2023/24, o plantio ainda não engrenou, pois o clima não é favorável e a colheita da soja ainda não ganhou corpo”.
Mesmo caso da cultura da soja. Na semana passada, o percentual das lavouras em condição boa era de 86% dos 5,8 milhões de hectares plantados, e nesta semana caiu para 71%. Em condição mediana o percentual ficou em 24% (13% na semana anterior), enquanto as lavouras em condição ruim totalizaram 5% da área.
“Diante deste cenário de clima adverso, com temperaturas elevadas durante o mês de dezembro e nestes primeiros 10 dias de janeiro, bem como estiagem em praticamente todo o Estado, serão registradas perdas no campo para a oleaginosa no Paraná”, afirma o documento elaborado pelos técnicos do Deral.
No cenário nacional, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 4º Levantamento para a safra 2023/24. Os números revelam que a soja, principal cultura cultivada no país, deve apresentar uma produção de 155,3 milhões de toneladas. O resultado representa uma quebra de 4,2% na expectativa, uma vez que as primeiras projeções apontavam para uma colheita de 162 milhões de toneladas.
“Chuvas mal distribuídas e temperaturas elevadas influenciaram de maneira negativa tanto no plantio como no desenvolvimento das lavouras. As condições climáticas também foram determinantes para alguns produtores migrarem para outras culturas, contribuindo para a redução da área em relação ao levantamento divulgado em dezembro”, diz a Conab.
Quanto às informações do comportamento de mercado das commodities brasileiras, a redução na estimativa da produção de soja apontada pelo Boletim da Conab, motivada por problemas climáticos nos principais estados produtores, deverá implicar também uma menor exportação da oleaginosa em grãos neste ano. Além disso, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou o aumento de biodiesel ao diesel, de 12% para 14%, o que indica que haverá um incremento na demanda interna de óleo de soja.
Voltando ao milho, a projeção da Companhia é de uma produção total estimada em 117,6 milhões de toneladas, redução de 10,9% em relação ao ciclo anterior. A queda é reflexo de uma menor área plantada e de uma piora na expectativa de rendimento das lavouras. A primeira safra do cereal, que representa 20,7% da produção, vem passando por situações adversas como, elevadas precipitações nos estados do Sul, baixas pluviosidades acompanhadas pelas altas temperaturas no Centro-Oeste. Segundo o boletim da Conab, para a segunda safra do grão, além de avaliar os custos, as decisões dos produtores dependem de fatores climáticos, de disponibilidade de janela para o plantio e dos preços de mercado.