Com um PIB (Produto Interno Bruto) em 2021 de R$ 579,3 bilhões, 6,67% do brasileiro, o Paraná mostra sua capacidade de recuperação em meio à crise provocada pela pandemia de covid-19. Em 2021 a economia cresceu 3,3% em relação a 2020, o maior aumento desde 2014. A ampliação de 8,52% no valor adicionado da indústria e de 2,28% no de serviços foram determinantes para o bom resultado de 2021.
A retomada econômica surpreendente depois dos impactos da pandemia de Covid-19, quando o setor de serviços foi o mais prejudicado. A construção civil e o setor automotivo foram os que mais se destacaram no ano passado, segundo dados divulgados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
A estiagem prolongada, que provocou quebras nas safras de soja, milho e cana-de-açúcar, combinadas à diminuição no processamento de carne bovina, provocaram retração de -9,53% na agropecuária. A arrecadação de impostos apresentou variação de 8,16%.
Segundo o diretor-presidente do Ipardes, Daniel Nojima, a recuperação do Estado iniciou no último trimestre de 2020 e foi constante ao longo do primeiro semestre do ano passado. No ano anterior, o PIB paranaense fechou em queda de -1,84%, com o impacto da pandemia em todos os setores, além das consequências da estiagem já naquele período.
No ano passado, os diferentes ramos que compõem a indústria da transformação expandiram de forma disseminada, com destaque para a indústria automotiva e fabricação de máquinas e equipamentos. Também contribuiu para o resultado do setor industrial o bom desempenho da construção civil. O resultado positivo dos serviços levou em conta a recuperação das atividades de seus segmentos, que estavam entre os mais afetados pela pandemia.
“Nosso PIB avançou no ano passado mesmo com as adversidades. Além da Covid-19, inflação e alta de juros, o clima afetou muito a produção de energia e da agricultura, que tem um peso grande na economia do Estado. Houve aumento também no número de empregos, ajudando na recuperação de parte do setor de serviços”, explica Nojima.
Já no último trimestre do ano, o PIB apresentou estabilidade em relação ao período correspondente do ano anterior, com variação de 0,01% e valor acumulado de 3,3%. Dentre as atividades que compõem o valor adicionado (que corresponde ao PIB subtraído de impostos), houve expansão de 0,98% na indústria e retrações de -8,05% na agropecuária e de -0,57% no setor de serviços.
Quando se faz comparação com o trimestre anterior, vê-se que o PIB registrou contração de -0,41%, influenciado por contrações de serviços (-1,15%) indústria (-0,72%). Segundo a análise do Ipardes, o crescimento da indústria dependeu da expansão da construção civil, que mais que compensou as variações negativas na indústria de transformação e nos serviços industriais de utilidade pública, como a geração de eletricidade.
Esses números mostram que houve um declínio na agropecuária, resultado de reduções nos volumes produzidos de cana-de-açúcar e de carne bovina. No setor de serviços, foi observada queda acentuada no varejo, o que provocou a retração do comércio no quarto trimestre.
“O setor de serviços vinha se recuperando por conta do aumento no número de empregos. Mas a inflação em alta desde o terceiro trimestre, com aumento no preço dos combustíveis e dos alimentos, reduziu poder de compra do cidadão e trouxe consequências ao desempenho do comércio, o que fez com que o setor crescesse em um ritmo mais lento no ano”, explica Nojima.
Infraestrutura do Paraná ajuda
Com uma população maior que países como Portugal e Suécia, o Paraná tem um PIB superior ao de Uruguai, Bolívia e Paraguai somados. O Estado é referência mundial em agronegócio e em alta tecnologia agrícola. Com pouco mais de 2% do território brasileiro, o Paraná responde por 17% da produção de grãos do país.
O Paraná tem uma das melhores redes de escoamento de safras agrícolas e produtos industrializados, com rodovias e ferrovias que ligam grandes cidades como Maringá, Ponta Grossa, Cascavel e Londrina ao porto de Paranaguá, o principal do Brasil em exportação de grãos e o segundo em fluxo de mercadorias.
No Estado estão sete aeroportos com voos comerciais regulares e outros 33 de aviação executiva e atividades agrícolas. Por ar o Estado está conectado com as principais cidades do Brasil e do Mundo.
O parque industrial do Paraná é um dos mais importantes do país. A logística garantida pelo governo do estado, como energia, água, estradas, ferrovias, comunicação e segurança facilita o funcionamento desde pequenas fábricas até as grandes indústrias de agropecuárias e montadoras de veículos.
Energia não falta
O investimento na geração de energia sempre foi um ponto forte no desenvolvimento do Paraná. A Copel é uma das mais importantes empresas do país na geração e distribuição de energia. Atua em todo o estado e tem 42 usinas geradoras. A empresa está listada nas principais bolsas de valores. Juntamente com a Itaipu Binacional, a Copel faz do Paraná o maior gerador de energia elétrica do Brasil. A empresa cobre 100% das cidades do Paraná.
Água e saneamento básico
A abundância de água no Paraná é um ponto forte para o desenvolvimento da economia. E a Sanepar é considerada a melhor empresa de saneamento básico da região sul e a segunda do Brasil. A empresa investiu R$ 1,3 bilhão em 2021 e prevê outros R$ 7 bilhões nos próximos quatro anos. A Sanepar fornece água para 100% dos 3,3 milhões de domicílios paranaenses e atende 77,31% deles com rede de esgoto e tratamento.
Gás natural
O gás natural já tem uma participação significativa na economia do Estado. E a Compagás, uma empresa genuinamente paranaense é a fornecedora de gás natural. Ela tem uma rede de gás com 824, que fornece empresas, residências, estabelecimentos comerciais e postos de abastecimento de veículos. No segmento residencial, o gás natural pode ser utilizado para a cocção de alimentos, aquecimento de água, inclusive de piscinas. Além disso, oferece conforto, comodidade e praticidade. Com apenas um aquecedor, é possível ter água quente na cozinha e no banheiro. O conforto térmico também se dá pelos aquecedores, lareiras e pisos radiantes com a tecnologia do gás natural.
A importância das ferrovias
O sistema ferroviário do Paraná é responsável pela maior parte do transporte de grãs para o porto de Paranaguá. E ele está sendo ampliado. A nova Ferroeste vai ligar o Paraná aos estados do Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, facilitando o escoamento da produção agrícola e industrial para o porto paranaense.
O projeto inclui o investimento de R$ 240 milhões para a construção de viadutos rodoviário e ferroviário em Paranaguá. Já a Serra do Mar, onde está Morretes, deve receber a maior fatia das compensações e projetos ambientais.