Que a nossa proximidade com a natureza traz ótimos benefícios à vida doméstica, sabemos faz tempo. As plantas e vegetações em geral trazem um valor estético aos ambientes, ajudam na nossa saúde auxiliando na eliminação de poluentes do ar e estão geralmente relacionadas a iluminação e ventilação naturais dentro dos espaços, resultando numa enorme ajuda na produtividade do dia a dia. A pandemia nos fez ficar mais tempo dentro de nossas casas, nos fazendo perceber o quanto é bom passarmos um tempo de qualidade, em lugares de qualidade e como a natureza pode auxiliar nesse processo.
A correlação dos usuários de um espaço com o meio natural e a forma com que os projetos são realizados é amplamente discutida na arquitetura Biomimética, que visa trazer soluções arquitetônicas modernas inspiradas pela natureza em suas formas e funções. A má fiscalização e o mau planejamento urbano que vem acontecendo dentro de nossas cidades não visam a elaboração de projetos que agreguem a relação e junção com o entorno natural, além de agredirem o meio ambiente na maioria dos casos. Mas, engana-se quem pensa que um projeto de qualidade traz o natural como um elemento apenas contemplativo, externo e alheio à edificação.
Há diversas maneiras de implantar o verde dentro de nossos espaços: Em pequenos pontos internos, onde a vegetação é distribuída em vasos nos locais onde melhor se adaptam; Em um jardim doméstico, mais conhecido como jardim de inverno; E em pátios internos, criando um mini bioclima em um jardim maior de transição entre espaços na construção. Segundo Mark Brajovic, famoso arquiteto croata-brasileiro, “os arquitetos são pensadores de sistemas e devem entender a complexidade da arquitetura como um organismo, […] interdependente com o meio ambiente, em constante transformação.” Nós humanos podemos tentar negar e dizer que não gostamos de espaços naturais e que preferimos o agito dos centros urbanos. Mas a verdade é que nossa relação e inspiração para com o externo e o natural é algo instintivo.