Um dos termos mais conhecidos e ouvidos na arquitetura de interiores é o famoso “tom neutro”. Também conhecidos como cores sóbrias, os tons neutros sempre estiveram presentes na produção de interiores e ganharam muita fama pelas vantagens em sua aplicação dentro do projeto, atuando como “pano de fundo” no ambiente para receber outros itens de maior destaque. Ao contrário do que é muito difundido, tons neutros não são somente o branco e o bege. A paleta que chamamos de neutra também contempla os cinzas, cores creme, até o preto dependendo do projeto e mais atualmente o fendi (mistura de cinza e bege com leves toques de verde) e marrons (tons terrosos mais claros). Afinal de contas, o que dá à cor o título de neutra não é somente sua baixa intensidade ou uma definição certeira entre cor quente ou cor fria. Se essa fosse a característica principal, todas as cores em tons pastéis seriam consideradas neutras, o que sabemos não ser o caso. O que realmente define um tom neutro é a sua derivação do branco, cinza e bege e principalmente o seu potencial de ser um cor discreta no ambiente em que se aplica.
A aplicação dessa paleta tem diversas vantagens ao projeto e ao usuário. A primeira delas é a discrição, pois não chamam atenção dos olhares, não gastam nossa visão e acabam por destacar outros objetos e texturas, o que nos leva a mais uma vantagem: a versatilidade. Com a base neutra, podemos ousar em outros elementos de destaque mais fáceis de serem atualizados com o tempo. Por isso, outra vantagem é também a atemporalidade. Tudo que é discreto, tende a ser atemporal e por isso cores neutras não perdem seu lugar na ambientação, diferente de tendências momentâneas. A Última vantagem seria a simplicidade. Com a neutralidade dos tons, compor a paleta para um projeto se torna algo mais simples, objetivo e certeiro. Por minha consideração, mesmo com as tendências evidenciando o uso das cores, o neutro tem na atemporalidade sua maior vantagem, sempre nos remetendo a espaços visualmente confortáveis e não cansativos.
