A integração espacial nos projetos de arquitetura se destaca ao atender uma demanda evidente nas produções arquitetônicas dos últimos anos: a diminuição dos ambientes residenciais, em tamanho e quantidade. A junção e valorização de ambientes integrados vem da década de 70 com a popularização dos apartamentos lofts, espaços industriais unificados que se transformam em residenciais. No presente, é comum notarmos os novos empreendimentos se adaptando a um novo estilo mais compacto de se morar. Inspirando-se nas cozinhas americanas e popularizando o termo, a integração entre cozinha e sala é a mais habitual de se encontrar.
Com a já citada redução de área útil dos lares, a junção desses dois ambientes proporciona a sensação de amplitude do espaço por não apresentar obstáculos visuais, atuando na melhora do conforto espacial. Não somente para “resolver o problema” da área útil reduzida, a união de ambientes também tem funcionalidade em projetos com maior área e quantidade de usos, pois o conceito de cozinha americana proporciona o maior contato visual entre usuários ao realizarem tarefas cotidianas nos espaços, trazendo de volta à cozinha a função de reunião no “coração da casa”.
Além disso, relacionar os espaços de forma aberta garantindo amplitude e o contato mais direto entre eles não se apresenta somente entre cozinha e sala. Dependendo do uso desejado a proporcionar, os recentes projetos integram varandas, salas de jantar, estar, TV – e as tendências apresentadas nas últimas mostras de arquitetura em 2019 e 2020, vão mais além. Elas trazem uma evolução da integração, que passa a compor não somente áreas de estar comum, mas também as áreas íntimas dentro de suas possibilidades. A junção de dormitório e banheiro, por exemplo, garante uma identidade e intimidade aos únicos usuários de uma suíte. O ato de integrar ambientes assegura uma pluralidade nos processos de projeto e vai ao encontro de uma das principais ideias da arquitetura: o conforto do usuário e a identificação com seu espaço.
