Projeto da Semana – Street Burguer

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Acolhimento, muita personalidade e exclusividade. Essas são as principais características do projeto destaque nessa semana, desenvolvido em 2019. Continuando a parceria com a hamburgueria Street Burguer, as arquitetas Juliana Rodelli e Nádia Borlina do escritório Studio Na:Escala fizeram jus ao nome do estabelecimento, compondo o estilo industrial com street art que resultou num espaço acolhedor com bastante personalidade. “Se há um estilo que se funde perfeitamente com os elementos de arte urbana é o industrial. […] cinza, preto, branco e terracota. Este “fundo” neutro sempre consegue receber os elementos urbanos mais vibrantes, como foi o nosso caso do grafite e do lambe-lambe bem colorido.” comentam as arquitetas sobre os elementos do projeto. A arte grafite de Nuno Skor percorre todo o espaço, juntamente com um mural de lambe-lambes (cartazes colados na parede) conferindo uma estética extremamente urbana. Nesse novo espaço maior, o desejo do proprietário era acolher mais clientes sem perder a identidade da hamburgueria. Segundo as arquitetas, o pé-direito alto foi um desafio, muito bem dominado pelo projeto luminotécnico. “Como o pé direito do salão é bem alto, fizemos uso dos trilhos pendurados no teto, além de deixar no tema industrial, ele rebaixa a iluminação deixando o ambiente mais agradável e acolhedor.” comentam Juliana e Nádia. Tal estratégia conferiu ao espaço uma atmosfera de “caverna urbana”, acolhedora e com estilo urbano próprio. Confira a seguir a entrevista completa com as arquitetas. 

Foto: Jefferson Ohara

Igor Mendes – Como foi a história do escritório em relação a este projeto? Processos de criação, pesquisas, etc..

Juliana e Nádia – Já tinhamos feito a decoração da sede anterior da hamburgueria. Então seguimos as mesmas características, aproveitamos alguns móveis e luminárias e adequamos no novo espaço. Foi um projeto bem gostoso de fazer, pegamos a sala completamente vazia e demos vida a ela através de bastante cor nos grafites, estruturas metálicas e plantas.

Foto: Jefferson Ohara

IM –  A inspiração nas artes de rua (street style) é nítida no projeto, assim como no nome do estabelecimento. Como foi compor esses elementos junto ao estilo arquitetônico industrial?

JN – Essa influência urbana, que como você já disse, vem desde o nome, está presente principalmente no grafite feito pelo Nuno Skor. Se há um estilo que se funde perfeitamente com os elementos de arte urbana é o industrial. Veja bem, você tem uma base super neutra industrial que é basicamente cimento, metal preto, grades, luminárias de oficina e revestimentos como o azulejo 20×20 e o tijolinho, ou seja, cinza, preto, branco e terracota. Este “fundo” neutro sempre consegue receber os elementos urbanos mais vibrantes, como foi o nosso caso do grafite e do lambe-lambe bem colorido. 

Foto: Jefferson Ohara

IM – A iluminação do ambiente tem um grande destaque no projeto. Quais foram as intenções e soluções do projeto luminotécnico?

JN – A iluminação faz toda diferença em um projeto, é a cereja do bolo. Os clientes precisam se sentir confortáveis e acolhidos, e a iluminação é uma grande aliada para isso acontecer. Como o pé direito do salão é bem alto, fizemos uso dos trilhos pendurados no teto, além de deixar no tema industrial, ele rebaixa a iluminação deixando o ambiente mais agradável e acolhedor. 

Foto: Jefferson Ohara

IM – Há uma grande utilização de lambe-lambe (cartazes colados na parede) e grafite em todo o projeto. Como foi a inserção desses elementos na decoração do espaço?

JN – O lambe-lambe foi um pedido específico do cliente, e tem tudo a ver a com arte de rua. Foi feita a arte baseada no brand da hamburgueria, e usamos os cartazes na parede inteira, formando um painel bem chamativo. O grafite foi feito pelo mesmo artista da sede anterior, o Nuno Skor, além de trazer a arte de rua para o local, fez com que os antigos clientes se sentissem “em casa”. Tanto a arte do lambe-lambe quanto o grafite trouxeram muita personalidade pra o ambiente, pois foi uma arte específica para o Street Burguer, onde não encontrará em nenhum outro lugar.

IM – Outro destaque são os vários pontos de vegetação em composição com mobiliários em serralheria. Qual a intenção por trás dessa distribuição de vegetação pelo projeto?

JN – A vegetação tem o papel de acolhimento. Ela quebra a estaticidade e dureza dos elementos metálicos.

Foto: Jefferson Ohara

IM – O conjunto de fatores como paleta de cores, iluminação intimista e street art conferem ao projeto um ar de “caverna urbana”. Quais sensações o projeto buscou proporcionar aos usuários?

JN – A antiga sede tinha mais este aspecto de caverna do que a nova sede, pelas próprias características do salão mesmo. Lá o pé direito era bem baixo e tinha uma profundidade bem grande. Neste novo espaço o proprietário queria acolher com conforto uma quantidade maior de pessoas, mas sem perder as características próprias da marca que ele construiu. Quando visitamos o salão vazio, a sensação foi de intimidação pelo pé direito ser bem alto. Na hora sabíamos que aquilo tinha que ser muito trabalhado pra que a sensação de acolhimento continuasse a ser uma das características do Street Burger. E foi isso que fizemos. O “truque” foi demarcarmos uma linha horizontal no alto de todas as paredes do salão, pintamos o teto de preto e descemos a pintura até essa linha. Rebaixamos a iluminação e o conforto aconteceu.

As arquitetas Nádia Borlina e Juliana Rodelli / Foto: Jefferson Ohara

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