A única verdade é a eternidade

Almir Soares / Imagem: Arquivio pessoal

Bem-vindo, caro leitor, sedento de conhecimentos e esclarecimentos espirituais. Venho através desta coluna trazer os ensinamentos ancestrais dos antigos Mestres que passaram pela Terra e deixaram seu legado. No presente momento eu trago os ensinamentos dos grandes Mestres para Madame Blavatsky, a fundadora da Teosofia. Vamos então a continuação destes polêmicos textos que colocam em cheque o que nos foi ensinado pelas religiões tradicionais. Meu objetivo é apenas fazer o leitor pensar, pois a verdade absoluta somente Deus possui. Dito isso, vamos a continuação da última semana:

– As especulações mais profundas e mais transcendentais dos antigos metafísicos da Índia e de outras nações baseiam-se todas nesse grande princípio budista e bramânico que subjaz a todo o conjunto de suas metafísicas religiosas – a ilusão dos sentidos. Tudo o que é finito é ilusão, tudo o que é eterno e infinito é realidade. Forma, cor, o que ouvimos e sentimos ou vemos com nossos olhos mortais, tudo isso só existe na medida em que cada um de nós o concebe através dos sentidos. O universo para um cego de nascença não existe em forma ou cor, mas existe em sua privação (no sentido aristotélico), e é uma realidade para os sentidos espirituais do cego. Vivemos todos sob o poderoso domínio da fantasia. Apenas os originais superiores e invisíveis emanados do pensamento do Desconhecido são seres, formas e ideias reais e permanentes; na Terra, vemos apenas seus reflexos, mais ou menos corretos, e sempre dependentes da organização física e mental da pessoa que os contempla. Séculos incontáveis antes de nossa era, o Místico hindu Kapila, que é considerado por muitos cientistas como um céptico, uma vez que o julgam com a sua habitual superficialidade, expressou magnificamente essa ideia nos seguintes termos: “O homem [o homem físico] vale tão pouco que é coisa árdua fazê-lo compreender sua própria existência, e a Natureza. Talvez o que consideramos como universo, e os vários seres que parecem compô-lo, nada tenham de real, e não passem de produto da ilusão contínua – mâyâ – de nossos sentidos”. E diz o moderno Schopenhauer, repetindo essa ideia filosófica de 10.000 anos de idade: “A Natureza não existe per se (…) A Natureza é a ilusão infinita de nossos sentidos.” Kant, Schelling e outros metafísicos disseram o mesmo, e suas escolas sustentam tal ideia. Visto que os objetos dos sentidos são sempre enganosos e flutuantes, não podem ser uma realidade. Só o espírito é imutável; portanto – é o único que é ilusório. Tal é a pura doutrina budista. A religião da Gnose (conhecimento), ramo mais evidente do Budismo, baseia-se por completo nesse dogma metafísico. Cristos sofreu espiritualmente por nós, e muito mais agudamente do que fez o ilusório Jesus enquanto o seu corpo estava sendo torturado na Cruz. O Cristos grego tem vários sentidos, tais como “ungido” (óleo puro, crisma), e outros. Em todas as línguas, embora o sinônimo da palavra signifique essência pura ou sagrada, ela representa a primeira emanação da Divindade invisível, que se manifesta tangivelmente no espírito. O Logos grego, o Messias hebraico, o Verbum latino e o Virâj (o filho) hindu são identicamente os mesmos; representam uma ideia de entidades coletivas – de chamas que se destacam de um centro eterno de Luz. “O homem que cumpre atos piedosos, mas interesseiros [visando exclusivamente à sua salvação], pode alcançar as fileiras dos devas [santos]; mas aquele que cumpre desinteressadamente os mesmos atos piedosos vê-se liberto para sempre dos cinco elementos” (da matéria). “Percebendo a Alma Suprema em todos os seres e todos os seres na Alma Suprema, oferecendo sua própria alma em sacrifício, ele se identifica com o Ser que brilha em seu próprio esplendor”. Assim, Cristos, como unidade, não passa de uma abstração: uma ideia geral que representa a agregação coletiva das inúmeras entidades espirituais que são as emanações da PRIMEIRA CAUSA infinita, invisível, incompreensível – os espíritos individuais dos homens, erroneamente chamados de almas. Eles são os filhos divinos de Deus, dos quais apenas alguns dominam os homens – mas estes a maioria; alguns permanecem para sempre espíritos planetários, e alguns – a frágil e rara minoria – se unem durante a vida em alguns homens. Seres divinos como Gautama Buddha, Jesus, Lao-Tsé, Krishna e uns poucos outros uniram-se permanentemente com seus espíritos – portanto, tornaram-se deuses sobre a Terra. Outros como Moisés, Pitágoras, Apolônio, Plotino, Confúcio, Platão, Jâmblico e alguns santos cristãos, tendo assim se reunido por intervalos, alinharam-se na história como semideuses e guias da Humanidade. Uma vez libertos de seus tabernáculos terrestres, suas almas liberadas, doravante unidas eternamente com seus espíritos, reúnem-se à hoste resplandecente, que está unida numa solidariedade espiritual de pensamento e ação, e que é chamada “a ungida”. Daí a afirmação dos gnósticos que, sustentando que Cristos sofreu espiritualmente pela Humanidade, queriam subentender que foi seu Es

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