CAMINHANDO COM O MESTRE- A cidade dos viciados

Bem vindos buscadores da luz, a esta novela de cunho espiritual. Meu nome é Almir Soares, e busco trazer ao querido leitor, conhecimentos de alto valor iniciático. Para o leitor que chegou agora, aconselho acessar o link do jornal e começar esta jornada espiritual desde o início. Para aqueles que já estão acompanhando, aviso que este e alguns próximos capítulos, podem ser demasiado densos, para almas mais impressionáveis. Pois os protagonistas desta aventura, adentram as regiões mais sombrias do mundo espiritual, onde a crueldade impera e o nível espiritual dos seres desta dimensão, são extremamente baixas. Ainda que eu procure amenizar a descrição de algumas situações, não posso amenizar tudo, para não perder o contexto real das situações, dito isto, vamos em frente.

-Indignado, Damon apontou o bastão para aquele ser e disse. -Ser infame e deplorável, eu te ordeno que agora mesmo, vomite o outro, ou sofrerá as consequências! Os olhos de Damon pareciam brasas vivas e seu bastão se revestiu de fogo azul. Aterrorizado o lagarto começou a vomitar o outro, só que lentamente. -Mais rápido! Ordenou Damon pisando nas costas dele. A cena dele vomitando era extremamente nojenta, o pequeno saía disforme, junto com uma saliva esverdeada como lodo. Alguns viraram o rosto com náuseas. -Pronto, pronto, já vomitei, o que eu fiz para vocês me maltratarem? Aqui neste mundo as coisas são assim, disse se fazendo de vítima. Seu intento era pegar o pequeno de volta, assim que os magos saíssem…

Marthus que tudo observava, lendo seus pensamentos, deu-lhe um chute tão forte, que ele foi arremessado para o alto e longe, gritando enquanto seu corpo se perdia na escuridão. Todos olharam para Marthus surpreso.

-Foi merecido, disse Marthus.

Vamos irmãos, daqui para frente, encontraremos situações mais complicadas, pois quanto mais descemos, pior se torna o nível espiritual dos seres que aqui habitam.

E assim com Damon na frente e Marthus na retaguarda, o grupo seguiu descendo aquele abismo de escuridão e podridão.

Depois de um tempo de caminhada, vislumbraram o que parecia a silhueta de algumas construções, prédios e casas. Damon parou e avisou a todos. -Irmãos, vamos ficar em círculo, o irmão Marthus irá fazer um procedimento mágico de invisibilidade. Logo a frente tem uma pequena cidade cheia de almas perdidas, mantenham-se atentos e busquemos passar por ela rapidamente, para não chamar a atenção. Evitem se deter diante das situações que iremos ver e não se impressionem. Procurem ao máximo, minimizar vossas auras, pois aqui devem ter espíritos que trabalham para os magos da escuridão e não podemos ser descobertos.

Marthus então, retirou sua espada, traçou um círculo em volta deles, posicionou-se no centro, ergueu sua espada e invocou: -” Ó divino Hahasiah, mestre da alquimia e da magia, inspiração poderosa do eterno Deus Oculto, por Haniel, dá-me o manto sagrado da invisibilidade. Permaneço na verdade de teus ocultos desígnios. Amen.”

Imediatamente, após a invocação, todos sentiram que o mal cheiro cessou e um suave aroma de rosas com lavanda os envolveu, gerando enorme bem estar em todos. -Irmãos, disse Marthus, já estamos cobertos pelo manto, ele só durará 40 minutos, acredito ser suficiente para atravessarmos a cidade, se nada de inesperado ocorrer.

Chegaram então na entrada da cidade, se é que poderiam chamar aquilo de cidade…

Haviam prédios e casebres em alto estado de ruínas, pareciam ter centenas de anos.

Todos os seus habitantes, eram cadavéricos, alguns tinham correntes e presos em seus pés, outros em seus pescoços. Muitos estavam caídos, uns poucos se arrastavam ao chão e outros poucos conseguiam andar cambaleando. Muitos gemiam dizendo, ”Eu quero, eu preciso muito, preciso de mais… ”Logo a frente viram um grupo de três pessoas num festim macabro! Estavam sobre alguém caído ao chão, rasgando sua garganta, seu peito e seu ventre, suas entranhas estavam para fora, e eles tentavam lamber e chupar as partes expostas da vítima, que gritava em vão. Saboreavam as partes podres da vítima, como se fossem um manjar. Demonstravam enorme prazer, naquele festim repugnante. Irmãos, disse Damon, olhai para a miséria espiritual desses seres que aqui habitam, nós estamos em uma cidade habitada por aqueles que morreram viciados. A morte não acaba com o vício, e estes que estão atacando o outro, possivelmente o fazem na tentativa de saciar o vício extremo que carregam em suas almas. Observem a satisfação dos algozes, de alguma maneira, a vítima deve trazer em seu corpo algum resquício da droga. Esta é a cidade dos viciados!

continua…

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