Caminhando com o Mestre – Fé e gratidão

Bem-vindo buscadores da luz, a esta sequência de,” Caminhando com o Mestre”.

Acompanhem-me nesta estória de aprendizagem espiritual, onde acompanhamos a jornada do Mestre Lao, e seu jovem discípulo Nientim.

Baseado em várias fábulas morais, trago ao leitor bem atento, conhecimentos iniciáticos profundos e lições de sabedoria.

Vamos agora ao desenrolar dessa estória:

-Após jantar, o Mestre agradeceu dizendo:-Que o grande Buda dê a todos vocês sabedoria, trabalho e prosperidade! Tudo tem um motivo, e não é à toa que aqui aportamos. Certamente está família será grandemente abençoada.

O Pai abraçados a família se comoveu, e com olhos marejados, abaixou a cabeça dizendo;

-Ficamos felizes em acolher um Santo e agradecidos pela benção. Minha esposa já preparou acomodações para vocês dormirem. Apontou ele então para uma entrada, tapada por uma cortina de panos em farrapos, velha e cheia de remendos.

O ‘Mestre e o discípulo se dirigiram, de cabeça baixa para o paupérrimo quarto, e viram no chão, um colchão feito de palhas e capim seco, e um tipo de acolchoado feito de penas variadas, para se cobrirem, eram velhos ,mas estavam limpos.

Em cima de uma banqueta uma lamparina de gordura derretida.

Nientim se deitou, mas mostrava-se visivelmente chateado, sua alma estava numa intensa luta interna, ele esperava mais de seu Mestre, e sua mente borbulhavam ideias para ajudar a família.

Mestre Lao, o observava, mas nada dizia, no entanto percebia o sofrimento do seu discípulo.

Antes de deitar, dirigiu-se até a lamparina, juntando suas mãos em prece, abaixou a cabeça levemente, em reverência e disse em voz baixa,” assim como este fogo consome este óleo, assim se consumirá o único sustento dessa família!” Olhou fixamente para a chama, e esta pareceu dobrar seu tamanho, iluminando mais o quarto, enquanto o óleo se consumia rapidamente, até o fogo se extinguir.

Logicamente este fato não passou despercebido pelo jovem aprendiz, que ficou em dúvida sobre o que o Mestre sentenciou, preferindo acreditar que o Mestre estava invocando prosperidade e luz para a família.

A noite foi longa para Nientim, estava muito preocupado com as condições daquela família, e seu coração grato, queria de alguma forma retribuir a amável acolhida.

Cochilou e acordou várias vezes, enquanto seu Mestre roncava em sono profundo.

Ahh naquela noite, o ronco do Mestre o incomodava muito e juntando preocupação com a sonoridade do ronco, ele se levantou e foi para fora, respirar o ar fresco da noite.

Uma bela lua nova despontava, acima do pico da colina, como se o coroasse com luz.

Nientim olhou fixamente para ela, depois olhou para o céu límpido estrelado e, elevando seu pensamento em prece, ergueu os braços e orou com seu coração.

” Ó Budas de todas as gerações, senhores da lei e da ordem do universo, mentes iluminadas que tudo compreendem, eu conheço as leis do karma, e sei que tudo o que acontece tem uma razão de ser. Eu suplico pela misericórdia do Grande Buda, que venham trazer bençãos e soluções para esta pobre família.”

Neste momento, uma luz o envolveu e lhe acalentou o coração, sentiu paz e entrou para dormir.

Mestre Lao havia acordado e o observava pelas frestas do quarto.

Mal havia clareado, e Nientim é acordado pelo Mestre, que olhando-o fixamente, com olhar sério e severo, disse, -Acorde, temos que ir agora!

Os dois rapidamente juntam as coisas e quando já estavam saindo da casa, Nientim, sem mais se aguentar, dirigiu a palavra ao seu Mestre, num tom rude, só percebido pelo Mestre.

Mestre! Não iremos nos despedir da família? Eles que nos acolheram com tanto zelo?  Repartiram conosco a pouca comida que tinham! Nos deram pouso, nos trataram com respeito e reverência! E nós iremos sair assim? O mínimo que podíamos fazer era deixar um tanto de nossas moedas para eles.Não nos ensina o grande Buda,a regra de  de ouro,”Não faças aos outros o que não queres que seja feito a ti; e deseja para os outros o que desejas e esperas para ti mesmo”?

Mestre! Precisamos ajudar essa família!É nossa obrigação moral como monges que somos!

Mestre Lao,olhando-o seriamente,disse: – Quer ajudar essa família?Quer realmente ajudar essa família?

O olhar do Mestre o assustou,e pareciam que chispas de fogo  lhe saíam dos olhos e abaixando sua cabeça Nientim disse meio envergonhado por ter alterado sua voz.

-Sim mestre,tu sabes que precisamos…

Pois bem,disse Mestre Lao,vamos dar um fim na cabrita!

Faça uma corda com os trapos da cortina,e vamos levá-la daqui!

-Oquee??!! Disse Nientim ,surpreso e abalado!

 

Continua…

Sair da versão mobile