Já pensou em ganhar o ouro olímpico fazendo uma escultura, pintura ou um poema? Embora essa ideia hoje pareça algo surreal, a arte já fez parte das competições Olímpicas. Tudo começou em 1908, em Roma. A ideia de aliar a cultura às competições atléticas foi do criador dos jogos olímpicos da era moderna, o barão francês Pierre de Coubertin. Porém, com a falta de dinheiro e empolgação, de início o projeto não foi levado tão à sério. Foi somente na terceira edição, em Paris (1924), que o torneio emplacou. Na ocasião, foram enviados 193 trabalhos, incluindo os de três artistas soviéticos que não enviaram ninguém para representa-los, competindo esportivamente.
Na Olimpíada seguinte, Amsterdã (1928), o número de artistas cresceu para mais de 1.100 competidores. O sucesso seguiu em Los Angeles (1932), quando a competição obteve a marca de mais de 380 mil visitantes. Embora nenhum artista de renome mundial tenha sido campeão olímpico nas artes, jurados como a sueca Selma Lagerlöf, primeira mulher laureada com o Nobel de literatura e o músico russo Igor Stravinsky, emprestaram seu brilho às competições. O pintor luxemburguês Jean Jacoby, foi premiado com dois ouros. E houve um campeão olímpico nos esportes e nas artes: o americano Walter Winans, levou ouro no tiro em Londres (1908) e na escultura em Estocolmo (1912).
O país mais vencedor nas Olimpíadas artísticas é a Alemanha (7 ouros, 7 pratas e 9 bronzes), seguida pela Itália (5/7/2) e França (5/4/5). Em 1948, a qualidade questionável das obras e o avanço do esporte tinham feito a população perder o apreço pelas competições artísticas. Uma tentativa de habilitar os profissionais até foi feita para resolver o problema da qualidade, mas o órgão acabou por decidir que as artes não teriam mais lugar nas Olimpíadas. Entretanto, em Paris 2024, cidade-natal de Pierre de Coubertin, o break, dança acrobática do movimento hip hop, será uma das modalidades olímpicas.