José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, ou simplesmente Boni, é testemunha do nascimento do meio de comunicação e se tornou um dos pilares na estruturação da TV como conhecemos hoje, responsável por implantar o padrão Globo de qualidade. O executivo, que acaba de completar 85 anos, tem sua trajetória profissional calcada em trabalhos realizados em grandes emissoras.
Boni reflete sobre como as emissoras devem usar tempo para repensar caminhos e projetar o futuro. “Deixamos de ter unidade móvel e passamos a fazer o vídeo repórter. E, em vez de entrar ao vivo, para fazer uma cobertura da prefeitura, passamos a deixar um equipamento em um ponto com redes de celulares, que funciona muito mais e, assim, passamos a receber muito mais informação. Eles vão lá e ligam e não precisamos mandar mais ninguém”.
Um ponto mais delicado, que tem agitado o público e o meio artístico, é o fato de a Globo ter dispensado recentemente nomes consagrados da teledramaturgia. Boni acredita que, nesse caso, alguns detalhes precisam ser separados como, por exemplo, a contratação por uma obra determinada, algo feito no mundo inteiro e não apenas em televisão
E o que atraiu esses profissionais foi propor um projeto ambicioso, “de montar uma indústria brasileira de produção artística”. Para isso, nasceu a ideia de aumentar a produção nacional, que seria uma reação ao que vinha de fora, criando um campo de trabalho para o artista brasileiro. Boni afirma que o futuro da TV aberta é promissor e ainda tem muito tempo de vida.