24 de abril: Dia do Boi

Data celebrada em 24 de abril é uma homenagem à importância da bovinocultura para a balança comercial brasileira

24.04.2022 Dia do Boi especialistas analisam conquistas e os desafios para o futuro do setor Pixabay

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Presente no cotidiano dos brasileiros seja pela produção de carne e leite ou nas manifestações culturais que movimentam o País em festas grandiosas como o Festival de Parintins no Amazonas, o personagem celebrado nesse domingo chegou ao Brasil por meio dos colonizadores e assumiu lugar de destaque graças à expansão sem precedentes da cadeia produtiva da bovinocultura e seu reflexo na balança comercial.

Sem “histórias para boi dormir” e com a propriedade de quem pode “dar nome aos bois”, estimativas do Departamento de Agricultura Norte-Americano (USDA), apontam sete territórios que concentram 90% do rebanho mundial: Índia, Brasil, Estados Unidos, China, União Europeia, Argentina e Austrália.  Os dados, cuja análise é feita entre 2018 a abril de 2022, indicam que Índia e Brasil representam 55% das cabeças de gado, respectivamente, 30,6% e 24,7%.

No Dia do Boi, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) convida a uma reflexão sobre o posicionamento do Brasil na agenda mundial proposta Organização das Nações Unidas (ONU) por meio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a qual visa garantir, até 2030, um planeta mais próspero, equitativo e saudável.

Tecnologia avançada, pesquisa e excelência na formação profissional de zootecnistas e médicos-veterinários são fatores considerados indispensáveis para a busca por soluções para as iminentes e significativas transformações sociais, econômicas e ambientais, assim como para que o Brasil alcance a liderança mundial na produção de alimentos, especialmente na bovinocultura.

“Até 2050, com o crescimento necessário na produção mundial de alimentos, o Brasil é apontado como o país de maior potencial para atender a essa demanda e, naturalmente, o médico-veterinário e o zootecnista estão no ranking dos profissionais mais solicitados das cadeias produtivas e do agronegócio de um modo geral”, afirma o presidente da Comissão Técnica de Saúde Animal do CRMV-SP, Claudio Regis Depes.

Sanidade dos bovinos

Diante das projeções para o aumento de consumo, a preocupação com a sanidade dos bovinos é reforçada. No aspecto sanitário de produção animal, Depes afirma que “houve uma sensível melhoria nos parâmetros e medidas de prevenção, controle e erradicação dos principais problemas que assolaram a pecuária nacional, com significativa participação da classe médica-veterinária”.

O presidente da Comissão Técnica de Saúde Animal do CRMV-SP lembra que doenças de grande impacto na produção, como a “febre aftosa, que chegou a impedir o acesso do Brasil a grande parte dos principais mercados consumidores de carne bovina mundial”, foram controladas e erradicadas. No caso da febre aftosa, o último foco da doença notificado no País foi em 2006, sendo que no estado de São Paulo ocorreu em 1996.

Mesmo com as intercorrências impostas pela pandemia da Covid-19, a previsão, segundo Depes, “é de que até 2025 o País todo seja considerado área livre de febre aftosa sem vacinação, com a imunização sendo substituída pelo fortalecimento da vigilância e reforçando a importância dos médicos-veterinários como profissionais indispensáveis para o setor”.

Defesa Sanitária

Na linha do tempo que representa a busca pela qualidade sanitária da bovinocultura brasileira, Depes reforça o trabalho de médicos-veterinários na prevenção a “uma das doenças mais temíveis entre os animais, a Encefalopatia Espongiforme Bovina ou ‘Mal da Vaca Louca’, zoonose neurodegenerativa, com longo período de incubação que acomete a estrutura do sistema nervoso central, sem tratamento”.

Para o médico-veterinário, cuja experiência profissional inclui atuação na Defesa Sanitária Animal da Secretaria Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, é importante destacar que “a partir de 1997 a notificação de doenças nervosas em herbívoros tornou-se compulsória em todo território nacional”. Sendo assim, afirma Depes, “o Brasil, desde 2012, é classificado pela OIE (Organização Mundial para a Saúde Animal), como país de risco insignificante para a doença”.

Em 2021 houve o registro de dois casos de EEB no País de casos atípicos, que podem ocorrer espontaneamente em bovinos, com baixíssimos riscos sanitários. “Apesar disso, foi razão de transtornos comerciais transitórios, principalmente com relação à China, mas não alterou nossa categoria de risco na OIE”, pondera Depes, reforçando a importância e o impacto do trabalho de Defesa Sanitária realizado pelos profissionais médicos-veterinários para o agronegócio e a sustentabilidade alimentar.

Profissionalização em foco

O mercado sinaliza que é preciso também incluir ferramentas de gestão e de responsabilidade socioambiental. Analistas são unânimes em afirmar que os benefícios de uma postura sustentável aliada às boas práticas de produção e tecnologia avançada possibilitam preços mais acessíveis aos consumidores, elevam a renda e a geração de empregos.

Para o zootecnista Saulo da Luz e Silva, membro da Comissão Estadual do Agronegócio do CRMV-SP, a Zootecnia se desenvolveu “paralelamente aos ganhos marcantes obtidos na pecuária de corte nos últimos 50 anos. Com a criação do curso, profissionais especializados se dedicaram ao estudo e a aplicação de tecnologias ao longo da cadeia produtiva que contribuíram para o desenvolvimento do setor”.

O professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo em Pirassununga, mestre e doutor em Qualidade e Produtividade Animal, destaca que a Zootecnia está inserida no contexto atual da bovinocultura também como “uma profissão chave na produção sustentável de alimentos de alto valor nutricional, essenciais para a população”.

Além disso, conclui Saulo da Luz e Silva, “a Zootecnia está atenta aos desafios atuais como a adequação das práticas de produção animal frente à nova realidade dos mercados consumidores visando aumento na produção de alimentos de forma ética e sustentável”.

Fonte: Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo

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