Joelma Palma Dias e HugoCésar Pereira são pais de Victor Hugo, de 8 meses, e, há cerca de um mês,realizam um trajeto quase diário de Contagem, onde moram, até a MaternidadeOdete Valadares (MOV), em Belo Horizonte. Entretanto, o esforço não temdesanimado o casal, já que esse deslocamento é, segundo Joelma e Hugo, o quevem salvando a vida do filho. Logo no segundo mês de amamentação, a mãe deixoude ter leite e teve de recorrer ao industrializado e ao de soja.
Porém, aos cinco meses deidade, uma rotavirose e a falta de adaptação da criança ao alimento fizeram comque Victor Hugo evacuasse bastante, levando à perda da flora intestinal. “Foi oleite materno que deu a vida para ele! O nosso filho já não conseguia subtrairmais nenhuma vitamina do leite industrializado, nem do de soja. Isso levou oVictor a uma desnutrição, que chegou à avançada. Quando não havia mais nenhumrecurso, chegamos até a comprar um leite especial. Foi aí que a médica sugeriuo materno”, relatou Joelma.
Hugo César destacou que,desde que começou a buscar o leite humano na MOV, são nítidas as mudanças.“Quando o Victor recebia o leite de soja, amamentávamos de hora em hora. Agora,com o que buscamos aqui, ele se alimenta de três em três. Além disso, aevacuação diminuiu e o sangramento acabou”, detalhou. Hoje, segundo o pai, obebê está bem nutrido, mas com o intestino ainda machucado. Por esse motivo,ele lembra que a doação não pode parar e pede a colaboração de todos. “Adistribuição sempre foi apertada, mas nunca faltou leite aqui. E muito porconta da disposição do pessoal do banco de leite, que tem sido pai e mãe do meufilho”, complementou.
Qualquer mãesaudável que estiver amamentando e tiver leite excedente pode fazer a doaçãonos municípios que contarem com o Banco de Leite, onde o alimento é processadoe ofertado gratuitamente. Existem, ainda, Postos de Coleta em algumas cidades.O BLH também realiza ações de incentivo, proteção e promoção do aleitamentomaterno, bem de como controle de qualidade no leite humano ordenhado,diminuindo os índices de morbi-mortalidade infantil.
“Adistribuição do leite materno aos bebês cujas mães não produzem mais o alimentovisa melhorar a qualidade de vida da população. Além dos nove (9) Bancos deLeite, Minas Gerais conta, ainda, com 18 Hospitais Amigos da Criança, queincentivam o aleitamento, e cerca de 500 profissionais capacitados no manejo epromoção da amamentação”, enfatizou a referência em Aleitamento Materno da SES,Karla Caldeira.
Benefícios
A Organização Mundial deSaúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas pela Infância (UNICEF) recomendam que,para um melhor começo de vida, as mães dêem somente leite materno a seus bebêsnos primeiros seis meses. Fatores como melhor digestão, composição químicabalanceada, ausência de fenômenos alergênicos e proteção que confere contrainfecções contribuem para a superioridade do leite humano. Por esse motivo, arecuperação e o desenvolvimento de recém-nascidos prematuros são mais rápidosdevido às propriedades nutricionais e imunológicas do leite materno.
“A mãe que estiver emcondições de doar e morar em cidades com banco de leite e postos de coleta podeprocurar orientação de um profissional de saúde até mesmo nas Unidades Básicas.Lá, ela vai aprender a fazer a coleta e será orientada quanto às técnicas deretirada e de higiene, e ainda receberá um recipiente. Por isso, quem puderdoar potes de vidro, com tampa de plástico, como os de maionese, aos postos tambémestará colaborando com a doação”, declarou a enfermeira do BLH da MaternidadeOdete Valadares, Iêda Passos.
“Em Belo Horizonte, nósainda propusemos a Rede Solidária, que reúne todas as maternidades dereferência em aleitamento materno, mais as Unidades Básicas de Saúde. O nossoobjetivo é promover um trabalho uniforme de todos os profissionais, noincentivo à amamentação e, principalmente, à doação. Além do banco damaternidade, existem outras cinco unidades de coleta na capital”, destacou acoordenadora do Posto de Coleta do PAN Saudade, Maria de Lurdes Megda, sereferindo aos Hospitais das Clínicas, Sofia Feldman, Santa Casa e OdilonBehrens, mais o PAN Saudade, localizado no distrito leste de Belo Horizonte.
O leite distribuído aosBLH visa alimentar bebês prematuros, crianças com baixa imunidade ou comaalergias a outros tipos de leite, portadores de outras deficiências e aquelesque se enquadram em casos excepcionais, conforme orientação médica. Além dacoleta que é feita nos postos e nos bancos, os profissionais promovem, ainda, abusca em rota, por meio da qual o leite é coletado no domicílio da doadora.
“É importante reforçar queas mães que podem e querem doar sejam saudáveis, ou seja, não fumem, consumambebidas alcoólicas ou façam uso de determinados medicamentos, e estejam munidasdo cartão de pré-natal. A sociedade precisa desenvolver esse ato desolidariedade e, por isso, é importante que as mães queiram participar”,convocou a presidente da Sociedade Mineira de Aleitamento Materno, CleoniceLiboeiro da Motta Ferrari.
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, ano 2007
Dia nacional de doação de leite humano
O dia nacional de doação de leite humano, celebrado em 19 de maio foi instituído pelo Ministério da Saúde através da PORTARIA Nº 1.893, de 2 de outubro de 2003, Art. 1º. Para os Bancos de Leite do Brasil, a data representa um momento especial onde realizam ações de sensibilização da sociedade para ressaltar a importância da doação de leite materno. Assim como, é uma iniciativa a mais para a proteção e promoção do aleitamento materno.
A solenidade foi realizada no auditório do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), às 9 horas.
Houve apresentação do Coral da Escola Adventista, da Banda do Corpo de Bombeiros Militar do DF e de Mães Doadoras.
Foram homenageadas: A Corporação de Bombeiros Militares do Estado do Rio de Janeiro; a Corporação do Distrito Federal pela efetiva contribuição na coleta de leite humano; ao Prof. Dr. Antônio Márcio Lisboa por implantar o 1º Banco de Leite do DF; ao Rotary Club de Taguatinga pelo apoio ao BLHs; ao DATASUS/Divisão de projetos responsável pela implantação do BLH Web; a ANVISA/Gerência de Tecnologia em Serviços de Saúde pela regulamentação da RDC e do Manual; a Doadora Vanessa Macedo Motta por conceder a imagem para campanha; a Rede de Bancos de Leite Humano do Distrito Federal pelo desempenho no ano de 2006 e ao Centro de Referência do Distrito Federal pelo desempenho de gestão.
Autoridade Presentes no Evento:
Felipe Codina – Consultor da Organização Pan-Americana da Saúde
Dioclecio Campos Júnior – Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria
José Geraldo Maciel – Secretário de Estado de Saúde do DF
Paulo Otávio – Governador em Exercício do DF
Hilton Barroso Mendonça Costa – Diretor do HRAN
Adson R. França dos Santos – Diretor do DAPE/SAS/MS – Representando o Ministro da Saúde
João Aprígio G. de Almeida – Coordenador da REDE BLH – Representando o Presidente da FIOCRUZ
Fonte: Rede BLH