Parabéns mulher. Símbolo das conquistas das mulheres no século XX, na luta por igualdade salarial, (inicialmente), contra o machismo e a violência, a data do Dia Internacional da Mulher é celebrado no dia 8 de março, em todo o mundo. Depois de vários acontecimentos históricos em que as mulheres lutavam por seus direitos (como o incêndio em Nova York que matou 125 mulheres carbonizadas enquanto trabalhavam em 25 de março de 1911, a Segunda Guerra Mundial e a greve das russas).
Na década de 1960, a comemoração de 8 de março já era tradicional, mas, só foi oficializada em 1975, pela Organização das Nações Unidas (ONU). Esse ano foi intitulado ‘Ano Internacional das Mulheres’, e na época, com o intuito de conscientizar o combate às desigualdades e discriminação de gênero.
A funcionária pública Lucia Regina Aparecida Luis, 54 anos, nascida em Bauru/SP e residente de Sarandi/PR, destaca que ao longo do tempo foi se modificando, que tem muito a evoluir, erra e se tornou uma mulher mais amorosa. Que mostra forças em momentos difíceis e que valeu a pena todo o caminho percorrido, de insegurança, de erros e de sonhos. “A mulher que eu me tornei tem o coração mole, o olhar um tanto mais apurado, o abraço muito mais seletivo, mas o sorriso, ah o sorriso, esse continua igual, sinto que me tornei um tanto complicada de se decifrar”.
Ela explica que se sente bem rodeada de amigos, no entanto não se incomoda em ficar só e sonha em voar muito mais alto, sempre com os pés no chão, enfrentando batalhas, (filho adotivo é dependente químico), acreditando em dias melhores. “Tenho orgulho da mulher guerreira que me tornei, orgulho por ter evoluído tanto. Não me entrego mais tão facilmente, mas ainda não perdi aquela velha mania de acreditar nas pessoas. Vivi histórias que guardo no fundo da alma, lugares e amizades que cativei”.
Lúcia entende que a data visa mostrar a importância da mulher, que conquistou seu espaço com muita força, determinação e sofrimento. “O país aceita a mulher ser independente, profissional, mas, ainda precisa valorizar o trabalho da mulher. No meu dia a dia eu vejo que ainda existe machismo, falta de respeito e muito a ser mudado.Eu amo ser mulher, livre, independente e profissional”, conclui.
OPORTUNIDADE
Para a técnica em Enfermagem Isabela dos Reis Oliveira, 35 anos, o Dia Internacional da Mulher é oportunidade para as mulheres exporem os abusos, intolerância, agressão, entre outros que acabam, segundo ela, desencadeando transtornos emocionais. “Na minha opinião, essa data não é apenas para exaltar a mulher, haja visto que respeito e admiração deveriam acontecer com maior freqüência”.
Isabela salienta que o país ainda está muito atrás no que diz respeito a mulher, com muita violência verbal até em grupos de mulheres e com a cultura machista presente e evidente. “Mulher precisa ser mãe, caso divorcie é obrigada a se virar, se é casada não pode sair sozinha, precisa ser dona de casa e a mais dolorida, se está infeliz no casamento, muitas vezes precisa continuar casada em nome da família”.
A técnica em enfermagem conta que sempre buscou ser uma mulher independente, trabalha desde cedo, estudou, se profissionalizou, conquistou diversas coisas com seu esforço, ajuda no sustento da casa, tratamento do filho autista e atualmente está em processo acadêmico para realizar mais um sonho, o de ser graduada. “Sou feliz profissionalmente, trabalho e busco estar presente na vida do meu filho, afinal se busco ser uma mulher melhor é por conta dele. Acredito que já evoluí muito emocionalmente e profissionalmente e desejo mais”, enfatiza.