Este é o arcano da Aliança ou da Vitória. Já em lições anteriores falámos sobre o sal da alquimia, o qual é o corpo físico, sobre o mercúrio que é o ens seminis dentro do qual está o ens virtutis e sobre o enxofre, que é o fogo, o Fohat, a Kundalini; o mercúrio deve transformar-se no enxofre, o Fogo Serpentino que surge como resultado da transmutação; estes três são os instrumentos passivos da Grande Obra.
Temos de buscar o princípio positivo, o magnus interior de Paracelso, o princípio mágico. Quando os três elementos: sal, mercúrio e enxofre não estão trabalhados, são elementos negativos, porém, trabalhando na Grande Obra tornam-se positivos; este é o princípio mágico, o magnus interior.
O arcano 19, é óbvio que estabelece uma Grande Aliança entre o homem e a mulher; uma “Aliança” para realizar a Grande Obra.
Essa “Grande Aliança” tem muitos aspectos. O Evangelho fala da necessidade do Traje de Bodas. Lembremo-nos das bodas nas quais um não estava vestido com o Traje de Bodas e o ataram, ordenando então o Senhor que fosse arrojado às Trevas onde só se ouve o ranger de dentes, (Mateus; 22: 1-14). Esse famoso traje é o Sahú Egípcio ou o To-Soma-Heliakon (em latim) ou seja o Corpo de Ouro do Homem Solar, o Traje de Bodas para assistir ao Banquete do Cordeiro Pascal. Assim pois, é preciso ir compreendendo que para ter esse Corpo, necessita-se da Grande Aliança, o trabalho na Nona Esfera entre o homem e a mulher.
Assim como aqui em baixo, há uma Grande Aliança, assim também se necessita de uma outra Grande Aliança, lá em cima para alcançar a Iluminação.
ESPÍRITO DIVINO, Atman
ALMA HUMANA, Manas
ALMA ESPIRITUAL, Budhi
As Duas Almas devem fundir-se; a Alma Humana, masculina com a Alma Espiritual, feminina. Isto não se consegue sem se ter eliminado o Eu, e sem se ter eliminado o corpo de desejos.
As duas Almas devem ser uma só.
Esta é a Grande Aliança entre o Cavaleiro e a sua Dama da época medieval; isto o podemos encontrar nos livros de Cavalaria; “o Romanceiro”, as Baladas; o Conde Roldão; os Trovadores. O Cavaleiro que luta pela sua Dama é a Alma Humana, a Dama é a Alma Espiritual. O Cavaleiro tem de lutar pela sua Dama, porque de outro modo fica sem ela.
Para se chegar à iluminação total, deve o Cavaleiro integrar-se totalmente com a sua Dama e lutar por ela em todos os momentos até desenvolver o “Lótus” das mil pétalas.
No Grande Matrimónio ou Bodas Alquímicas de Manas-Buhdi, o Budhi dá a Iluminação, sem ele não se pode ter o completo desenvolvimento do chacra sahasrara das mil pétalas.
Com o matrimónio produz-se a centelha e logo vem a Iluminação, esta é o resultado da Grande Aliança. Essa Centelha Divina sobre a glândula pineal dá a Intuição Iluminada conjuntamente com a Polividência. È o triunfo total.
A Intuição Iluminada é melhor do que a Clarividência. O Sol Espiritual é o que conta. O Sol da Meia-Noite guia-nos e orienta-nos. “Há que esperar tudo do Poente; nada esperes do Oriente”. O Sol Sírio é o Sol Central, ponto gravitacional da Via Láctea.
A meta dos nossos estudos é a entrada no Absoluto. Para isso devemos emanciparnos de todas as leis dos sete Cosmos que nos regem.
Com a Aliança libertamo-nos das:
96 leis do Abismo (Tritocosmo)
48 leis do Homem (Microcosmo)
24 leis da Terra (Macrocosmo)
12 leis do Sistema Solar (Mesocosmo)
6 leis da Galáxia (Deuterocosmo)
3 leis do Firmamento (Aiocosmo)
1 lei do Absoluto Solar (Protocosmo)
E entramos no Absoluto.
A chegada ao Absoluto está semeada de renuncias e morte. Há que renunciar à omnipotência e até à omnisciência para ingressar no Absoluto.