O número “1” é o Sol, o Astro-Rei que nos dá a vida. Corresponde à constelação de Ares, o qual governa a cabeça. Corresponde-lhe a nota musical Dó e a côr branca; o metal é o Ouro e como pedra preciosa o Diamante.
Entre os plexos onde se encontram os chacras, é atribuído ao número “Um”, o cárdias porque se o coração deixa de funcionar ocorre a morte, por isso é o número “Um”.
O nº.1 é a sabedoria do Pai, é a coroa, porque o Ancião dos Dias é o Rei que leva o poder sobre a Natureza. É o “Um” porque tem o poder, porque é Ele que manda.
A Sabedoria é o Pai; nós não podemos ensinar à Mónada. A sabedoria do Pai tudo prevê.
Para não faltar à piedade, podemos tornar-nos desapiedados, pois muitas vezes não compreendemos o Pai. Ele é o nº.1 da Árvore Cabalística.
As idéias originais correspondem ao “Um”. É óbvio que pertencem ao nº. 1 a vontade, a iniciativa pessoal, o ánimo empreendedor.
A unidade do pensamento e a ação devem formar o “Um”, com a vontade original e a firmeza como impulso formidável naquilo que se vai executar.
O arcano nº. 1 é o Mago da Cabala. É óbvio que é o que começa; qualquer coisa que se inicie na vida prática é o arcano nº. 1; é a Unidade.
Torna-se fácil compreender que todo o começo é difícil, é preciso trabalhar duramente, é preciso semear para se poder colher, por isso é que no arcano nº. 1 está a unidade do princípio original. Origem, claro está, de toda a Unidade porque tudo começa com o nº. 1.
A Unidade é a origem da Dualidade ou Binário: 1 + 1 = 2; por último nessa mesma unidade está a síntese realizadora do Ternário.
A Unidade, o nº. «1», é a Mónada Divina, o Primeiro Logos, é o Pai que está em segredo e cada um de nós tem a sua própria Mónada Individual. Dizia a Srª. Blavatsky que há tantos Pais no Céu como homens na Terra.
O Pai, por sua vez ou por si próprio, desdobra-se na Mãe Divina; assim que Ele e Ela são «Brahama», porque Ela é o aspecto feminino d’Ele. Vemos então como a Unidade é a raiz do Binário, uma vez que este não existiria sem a Unidade.
Se não existisse a Mónada, não existiria a Mãe Divina. A Mónada é a raiz da Dualidade. Há tantas Mães no Céu como homens na Terra; cada um tem o seu Deus interior, o seu Pai e a sua Mãe Celeste particular, própria.
Aclarado isto compreende-se melhor porque a Unidade é a síntese realizadora do Ternário e como e por que se produz.
Quando Jesus orava, orava ao Pai que está em segredo e deixou-nos uma oração: o «Pai Nosso». Esta oração é cem por cento mágica, demora-se um par de horas a orar bem o «Pai Nosso», porque cada prece que se faz ao Pai é cem por cento mágica; o erro das pessoas é rezá-la de forma mecânica e por isso não obtêm nenhum resultado. Esta oração tem de ser esmiuçada, analisada, e para isso é preciso relaxar o corpo, que nenhum músculo fique em tensão, então, concentrados, combine-se a oração com a meditação.
As pessoas pensam que o «Pai Nosso» que está nos céus é um senhor que está aí sentado.
Se reflectirmos profundamente descobre-se a Mónada, o nº. 1, a origem de todas as outras unidades ou Mónadas. É claro que a Mónada precisa de algo na vida para poder autorrealizar-se. O que é que a Mónada necessita? Averiguá-lo-emos à luz do Sânscrito; necessita de «Vatrasattwa», o seu significado é «Alma de Diamante». Esta é uma Alma que não tem o «Eu», que elimina todos os elementos subjetivos das percepções; estes elementos são os «Eus» e os «três traidores» de Hiram-Abiff, o que é o mesmo que:
Judas, o demónio do desejo erroneamente chamado corpo astral; Pilatos, o demónio da mente que é confundido com o corpo mental e Caifás, demónio da Má-vontade.
Porque será que tudo isto é ignorado pelas escolas pseudo-esotéricas?
Os elementos subjetivos das percepções são os agregados, os distintos compostos do ser humano ou os distintos demónios vermelhos que constituem os eus.
Os elementos subjetivos das percepções definem-se, na psicologia, como todos os processos psicológicos do ser humano conhecidos como processos subjetivos do inconsciente, subconsciente, pré-consciente, infraconsciente, e por tudo que é do tipo metafísico.
O que entendem os psicólogos modernos por objetivo? O físico, o tangível, o material.
É claro que estão completamente enganados, analisando o termo “subjetivo” vemos que este significa: sub = abaixo; aquilo que está por debaixo dos limites das nossas percepções. E o que é que está abaixo? Não são os Mundos-Infernos? Não é subjetivo o que está no físico e por debaixo do físico? Isto é, o que é verdadeiramente subjetivo é o que está abaixo dos limites das nossas percepções.
Os psicólogos não sabem usar este termo correctamente.
Objetivo: é a luz, o que é resplandecente, é algo que tem verdade, claridade, lucidez.
Subjetivo: é o obscuro, o tenebroso; os elementos subjetivos das percepções provêm de ver, ouvir, tocar, cheirar, provar, e tudo isso são percepções do que vemos na terceira dimensão; por exemplo: num cubo vemos, somente, a largura, o comprimento e a altura, mas a quarta dimensão não a vemos, isto porque estamos engarrafados pelo Ego. Os elementos subjetivos das percepções estão constituídos pelo Ego com todos os seus Eus.
A Unidade, o Pai por si próprio, desdobra-se na Mãe. Por sua vez a Mãe desdobrase dando origem ao Filho que leva nas suas entranhas.
Osíris – O Pai.
Ísis – A Mãe.
Horus – O Espírito Divino, é o Íntimo de cada ser.
A Unidade é a síntese realizadora do Ternário.
Diz-se no Livro dos Mortos dos Egípcios que RA entregou a Horus, o menino que a Mãe Divina leva no seu regaço, a região de «Buto»; esta é a região do Espírito Puro ou seja a região de Atman-Budhi-Manas.
Seth transforma-se num Javali Negro que golpeou o “Olho de Horus» e este queixou-se a «RA». Eu curar-te-ei – disse-lhe «RA», e para o consolar deu-lhe a” região de Buto”. Isto aclara-se do seguinte modo: «É preciso matar o Javali Negro., assim se restaura o Olho de Horus, quer isto dizer, a Clarividência é restaurada».
Horus pode acabar com o Javali Negro, contudo ele por si só não o pode fazer, por isso tem de pedir ajuda à Mãe Divina. Eliminado o Javali Negro, Horus triunfa e a Essência que estava engarrafada liberta-se fundindo-se com Horus, com a Alma de Diamante; une-se com o seu Pai e a sua Mãe; são Três Chamas que formam uma só a Chama Realizadora. A Essência é um desdobramento de Horus; é preciso pedir a Horus que a vá fortalecendo, para isso é preciso pedir que fortaleça esses três cérebros.
Quando Horus absorve a Essência, necessita dos corpos solares e fica um átomo germinal em cada um dos corpos:
Corpo Físico Solar
Corpo Astral Solar – Plena Consciência
Corpo Mental Solar – Conhecimento Pleno
Corpo da Vontade – Consciente
O homem é homem e quanto mais insignificante e microscópico cada um nós se sinta, melhor; nós, os homens, devemos pensar que somos como formigas; Deus é Deus porque a divindade é a que tem poder; nós não somos ninguém, somos pobres diabos e ainda que o homem seja um «Homem» completo, comparado com Deus é uma formiga.
Um Mestre disse-me: «V. M. Samael Aun Weor, a verdadeira felicidade é ter Deus dentro de si. Ainda que se esteja no Absoluto ou no Nirvana, se não tivéssemos Deus dentro de nós, não seríamos felizes, mesmo que “O” tenham encarnado aqueles que aí vivem.»
Essas palavras deram-me um tremendo impacto e fui consultar o grande sábio Saturno; fiz-lhe várias saudações esotéricas e ele a todas respondeu, porém disse: “não há maior saudação que a do selo do coração”.
Não houve necessidade de falar, em silêncio respondeu-me a tudo dizendo: “se não se tiver Deus dentro de nós não se é feliz.”. Essa resposta deixou-me satisfeito. Tais consultas custam «dinheiro» e paguei com o capital de boas acções as quais são moedas metálicas que representam Dharma.
SÍNTESE:
- Este Arcano, o Mago, representa o Homem. É o princípio masculino.
- O nº. 1 significa o que se inicia, o que se começa.
- No Tarôt está contido todo o «trabalho». Aí se desenvolvem todos os processos psíquicos.
- A Unidade é a síntese realizadora do Ternário.
- Enquanto não nos conheçamos a nós próprios, nada se pode saber acerca da Alma e do Espírito.
- As quatro condições que precisam para se ser Mago são as seguintes:
Saber sofrer.
Saber calar.
Saber abster-se.
Saber morrer.
*Extratos Livro Tarot e Cabala