Deus nos conduz pelos caminhos da vida, oferecendo as condições necessárias para prosseguirmos na vida, fazendo o bem. A oração nos fortalece e nos coloca na intimidade com Deus.
Neste Dia das Missões, temos uma grande oportunidade para aprofundar a dimensão da fé e da esperança. As duas atitudes exigem oração, ouvir Deus, colocar-se na escuta do Espírito. “E, enquanto Moisés conservava a mão levantada, Israel vencia; quando abaixava a mão, vencia Amalec” (Ex 17,11). A persistência da oração é a força que agrada a Deus. A figura de Moisés é modelo de fidelidade a Deus para preservar a vida de um povo. Direcionar a vida no objetivo maior nos coloca na confiança em Deus. Portanto, a oração deve ter qualidade, não é um repetir palavras e fazer sacrifícios, mas sim, deixar que o Espírito Santo nos esvazie dos ruídos constantes e percebamos o que é útil, agradável, necessário para o bem de uma nação.
São Paulo, o grande missionário, nos ensina que a pessoa perfeita encontra a verdade na Sagrada Escritura: “Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras: elas têm o poder de te comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para argumentar, para corrigir e para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e qualificado para toda boa obra” (2Tm 3,15-17).
A ação missionária é manifestada nas palavras inspiradas por Deus para educar e formar as pessoas por meio das boas obras. Este é o caminho que nos conduz à verdade absoluta, que pertence a Deus, que está acima de todas as paixões, vontades e desejos humanos. O anseio mais profundo que justifica tal atitude é a busca da paz.
No Evangelho deste Domingo das Missões, encontramos a resposta que vem da consistência da oração, da simplicidade, da persistência, da fidelidade. O caminho é fazer-se peregrinar com esperança na busca da verdade absoluta. A justiça não é somente uma categoria religiosa, é uma atitude humanitária; os pagãos e ateus também devem praticar a justiça. Jesus mostra na parábola do juiz iníquo e da viúva a essência da justiça. “Por fim, ele pensou: ‘Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum. Mas esta viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha a agredir-me!’” (Lc 18,4-6). A agressão é o grande obstáculo que destrói a harmonia estabelecida na vida humana.
Ao anunciar o Reino de Deus, Jesus nos motiva a sermos animadores e divulgadores do seu Reino. A oração é a força estimulante que cria vínculo com Deus, que é justiça e sabedoria. É preciso rever o nosso modo de rezar, saber interpretar com sabedoria a Sagrada Escritura. É preciso perceber quem são os justiceiros que manipulam as consciências humanas. Quem instrumentaliza a fé, a oração, os valores absolutos para dominar as pessoas.
É triste ver tanta agressividade, violência, ódio que agridem para sustentar a ideologia do poder, da mentira, da violência, da prepotência, da opressão.
Quando falta o diálogo, a democracia participativa, a boa conduta, a sensibilidade humana, o afeto, caminhamos para uma sociedade desqualificada, distante dos sinais do Reino de Deus. A Igreja, sinal do Reino de Deus, é missionária por excelência, tem a responsabilidade de educar as crianças, os jovens, os adultos para fortalecer a dimensão missionária em cada comunidade.
Que o nosso jeito de ser cristão nos estimule a sermos missionários do Pai para que o seu Reino se estenda em todo o mundo.








