A missão da Igreja é revelar o grande amor de Deus por toda humanidade. Somos filhos do amor de Deus. Em Jesus Cristo, este amor foi revelado no
alto da Cruz.
Na sua vida pública, inúmeras vezes, Jesus revela a grandeza e a beleza do amor. A entrega incondicional, sobretudo no acolhimento aos mais necessitados e sofredores, Jesus ensinou aos discípulos a experimentarem o verdadeiro amor.
A história da humanidade é narrada pela presença amorosa de Deus conduzindo seu povo. Moisés é o condutor do povo de Deus: “Temerás o Senhor teu
Deus, observando durante toda a vida todas as suas leis e os seus mandamentos que te prescrevo, a ti, a teus filhos e netos, a fim de que se prolonguem os teus dias” (Dt 6,2). Missão árdua, conduzir o povo ao longo dos tempos, ser fiel a Deus, perceber que Deus ama incondicionalmente. Somos chamados a ouvir
a voz de Deus. Para ser feliz é preciso ouvir a vontade de Deus.
A vinda de Jesus ao mundo é a revelação do amor de Deus por todos nós. “Cristo é capaz de salvar para sempre aqueles que, por seu intermédio, se aproximam de Deus” (Hb 7, 24). Aprendemos na catequese, celebramos na liturgia eucarística, na liturgia da Palavra, o mistério do amor de Deus, em Jesus Cristo por nós.
Estamos concluindo o mês missionário, tempo favorável para aprofundar a vocação cristã que tem a missão de acolher o amor de Deus em nós. A sensibilidade humana, torna-nos aptos para perceber o quanto a presença de Jesus santifica-nos no amor.
O Papa Francisco tem um grande sonho, devolver aos batizados a plena consciência do amor sincero entre os batizados para restaurar a harmonia, a liberdade, a verdade, a justiça no mundo. A preparação do Sínodo é um esforço do Sumo Pontífice, de todos os batizados para renovar as relações fraternas na família, na Igreja e na sociedade. É preciso buscar a verdade, a sinceridade e a arte do bem cuidar.
O mandamento do amor é a insistência da pregação de Jesus Cristo. “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu entendimento e com toda a tua força! O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12,30-31). Este é o caminho para edificar o novo ardor, após a pandemia. A perda de tantas vidas humanas, as sequelas em muitas pessoas que passaram pela enfermidade do Covid 19, exige uma nova postura dos cristãos, das pessoas de boa vontade.
Na Carta Pastoral afirmamos o jeito humano, sinodal, caminhar juntos para edificar uma nova relação fraterna entre nós. Em 2015, o Papa Francisco, no discurso por ocasião do quinquagésimo aniversário da instituição do Sínodo dos Bispos, disse: “O mundo, em que vivemos, que somos chamados a amar e servir mesmo nas suas contradições, exige da Igreja o reforço das sinergias em todas as áreas da sua missão (Carta Pastoral, n.120). O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja na atualidade”.
O chamado para caminhar juntos, em comunhão, justifica o amor verdadeiro que deve gerar vida e postura amorosa entre as pessoas. Converter-se, fazer o que Deus nos pede, é o caminho para testemunhar que estamos fazendo a sua vontade. A Igreja como mestra e mãe, tem a grande missão de conduzir o rebanho nas estradas do mundo para amar a Deus sobre todas as coisas. Na vivência diária, no esforço pessoal e comunitário, Jesus afirma: “Tu não estás longe do
Reino de Deus” (Mc 12,34).
Eis a nossa missão, amar a Deus sobre todas as coisas.
AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS
Cônego Benedito Vieira Telles
Sobre todas as coisas, Deus deve amado,
Primeiro mandamento da Lei Divina.
Em Tábuas da Lei, que nos ilumina,
Na ausência desse amor, serás julgado.
Os mandamentos são universais,
Todos pois, com a dimensão do amor,
Independe de lugar, onde for,
Com seus velozes voos de pardais.
Sobre tudo, Deus, porém, deve amado,
Primeiro mandamento da Lei Divina,
Em Tabuas da Lei, que nos ilumina,
Sobre todas as coisas cultuado.
Amar o poder de Deus sobre tudo,
Dever sagrado de todo o cristão,
Amar, servir Deus de todo o coração.