Jesus Cristo, Rei do Universo

A dinâmica da vida humana é movida pela imaginação. A força da imagem cria em nós postura de vida que traz encantamento ou decepção, proximidade ou distanciamento, bondade ou maldade, paz ou conflito, amor ou ódio.

Assim poderíamos tecer páginas e mais páginas revelando dicotomias entre o bem e o mal.

Hoje celebramos liturgicamente Jesus Cristo, Rei do Universo. Vem a imagem do rei, da rainha. Figura quase extinta em nossas nações, mas estão frequentes no imaginário da cultura humana.

Construímos a partir do imaginário a figura do poder, do domínio na condução de um povo. Imaginamos a pessoa super-humana, dotada de incríveis poderes.

Ao terminar o ano litúrgico, a Igreja homenageia e celebra o coroamento de Jesus Cristo, aquele que tem o poder na terra e no céu, é elevado a Rei do Universo.

Já profetizara o profeta Daniel: “foram lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Dn 7,14). Os povos encontraram no Filho de Maria, Jesus Cristo, o verdadeiro Rei. Este, bem diferente dos reis conhecidos e lidos nos livros de história, reis que dominam nações, que aumentam celeiros de poucos e lançam no vale da miséria e pobreza povos e nações.

Este Rei, o Filho de Deus, carrega a realeza do serviço, ao invés do poder e domínio. Ele serve até a morte e morte injusta de Cruz. Ofereceu-se a si mesmo pela salvação do mundo. Não carrega riquezas e honrarias, despojado até o extremo e no alto da cruz, suspenso entre o céu e a terra, abraça a morte, devolve a vida, ressuscita para que toda a humanidade possa usufruir as benécies do reino anunciado por Ele, o Rei do universo.

“Jesus Cristo é a testemunha fiel, o primeiro a ressuscitar dentre os mortos, o soberano dos reis da terra. A Jesus, que nos ama, que por seu sangue nos libertou dos nossos pecados e que fez de nós um reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o poder, em eternidade” (Ap 1,5-6). Nele está a referência do equilíbrio humano, a harmonia na criação, a comunhão com o criador que devolve para nós a paz e o bem-estar.

Ele é o caminho que aponta o rumo existencial, dá sentido à vida, ilumina as mentes para o verdadeiro desenvolvimento da humanidade. Nele encontramos a atitude que inclui os viventes na casa comum, devolvendo a harmonia do Edem perdido em comunhão com toda a obra criada. Jesus Cristo é o Rei deste Reino a nós oferecido. Cabe-nos a missão de transformar as relações fraternas em sinais deste Reino anunciado por Jesus Cristo através dos Evangelhos.

Ele é nosso Rei. Jesus confirma e deixa Pilatos sem conversa: “Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto; para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz” (Jo 18,37).

As palavras de Jesus no interrogatório, revela a verdade, a voz da verdade, a mensagem da autenticidade. Os líderes do povo que vivem da mentira, do roubo, da corrupção não representam a segurança que o povo merece, eis a atitude para aprender de Jesus Cristo, Ele é a verdade e ensina-nos que a verdade nos libertará de toda a injustiça, do pecado, da perdição. Com a verdade anunciada por Jesus Cristo, o Rei do Universo, coloca-nos no caminho para alcançarmos, um dia, as alegrias da vida eterna.

Que os cristãos leigos e leigas, neste dia dedicado a eles, seja de seguimento fiel ao Cristo, Rei do Universo.

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