O peixe grande sempre escapa!

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Em rodas de conversa, o assunto pesca sempre atrai as melhores histórias e heroísmos. Aliás, nem sempre, pois, para o pescador, o maior sempre escapa. A sorte dos discípulos na noite da pescaria não estava sendo diferente. É falta de habilidade? Esperteza dos peixes grandes?

Os pescadores sabem muito bem disso. Para pegar peixe é preciso ter paciência, esperar o agito da rolha. É prazeroso pegar grandes peixes!

Jesus é o mestre das almas, das mentes, das inteligências, dos corações humanos. Ele conhece o interior, a intimidade humana. Ele é capaz de mudar a sorte de pescadores frustrados, desanimados, tristes: “Mestre, trabalhamos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, pela tua palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5). Há uma atitude de conversão na confissão de Pedro. No desânimo, nada pegamos, nasce esperança: “por tuas ordens lançarei as redes”. Pedro, o símbolo do ser humano fragilizado, impotente, humilde, mesmo que tenha uma personalidade forte, deixa-se conduzir pelo poder do Mestre.

O velho testamento apresenta a grandeza de Deus que atinge os humildes. Salomão reconhece sua pequenez e insignificância: faz um pedido sincero a Deus, pois, o Senhor é capaz de fazer milagres. Ele tira do nada, do ócio, preenche de sentido, ocupa o espaço, dá vida, faz brilhar o novo, dá inteligência ao coração generoso. Deus disse a Salomão: “Já que pediste estes dons e não pediste para ti longos anos de vida, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos, mas sim, sabedoria para praticar a justiça, vou satisfazer o teu pedido; dou-te um coração sábio e inteligente, como nunca houve outro igual antes de ti, nem haverá depois de ti. Mas dou-te também o que não pediste, tanta riqueza e tanta glória como jamais haverá entre os reis, durante toda a tua vida” (1Rs 3,11-13).

É na presença de Deus que os desejos sublimes se realizam. São desejos sinceros, regados de humildade, sensibilidade humana e pronto para servir aos semelhantes. Deus age conforme a nossa permissão ao abrir o coração para as boas ações.

O profeta Isaías, proclama a grandeza de Deus, reconhece seu pecado, sua humanidade frágil e suplica a intervenção acertada de Deus. Ao entender a mensagem do anjo, o profeta se lança em missão e se torna o locutor de Deus para o seu povo: “Ouvi a voz o Senhor que dizia: Quem enviarei? Quem irá por nós? Eu respondi: Aqui estou! Envia-me” (Is 6,8).

Somos filhos do novo tempo. Tempo da graça e da benevolência de Deus em Jesus Cristo. Agraciados com a vinda do Salvador, somos conduzidos pela convicção que fez São Paulo confessar: “É pela graça de Deus que eu sou o que sou. Sua graça para comigo não foi estéril: a prova é que tenho trabalhado mais do que os outros apóstolos – não propriamente eu, mas a graça de Deus comigo” (1Cor 15,10).

Amadurecendo na fé, na relação fraterna, quer onde estejamos, podemos lançar as redes em águas mais profundas. Desta vez, os grandes peixes não escapam e podemos ser pescadores dos bens que Deus reservou para todos que buscam viver autenticamente os sentimentos nobres do bom cristão. Assim, se configura o mandato do Senhor: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens” (Lc 5,10).

Sigamos com coragem o mandato do Senhor, ele nos chama para acolher e cuidar a vida que está em mim, nos outros e na natureza.

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