Um novo humanismo

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Vivemos um outro tempo. A pandemia tem trazido tempos obscuros, carregados de tensões, desajustes sociais, desprezo pelas instituições, intolerância e ódio, disparidade crescente entre pobres e ricos, perda da identidade e dignidade humana. O Papa Francisco tem conclamado para um novo humanismo que seja favorável para a cultura da paz, da integração do ser humano em seu habitat e modo de viver.

A hegemonia do capital sobre o humano tem escravizado multidões rumo à pobreza, desvinculado da dignidade, de direto de participar da produção em que trabalha e entrega sua vida. “Esta economia mata”, disse o Papa Francisco. Ironicamente, o livro do Eclesiástico nos induz a interpretar que “tudo é vaidade” (Ecl 1,2). A sede do acumular desajusta a boa conduta, desagrega a relação humana, escraviza, cria violência e distancia multidões de participar da mesa do pão e da beleza do bem viver.

A Palavra de Deus é cortante ao revelar que Sua vontade é a de reunir todos os filhos ao redor da mesa da dignidade para saciar da mesma fonte que gera amor, a maravilha da experiência da inclusão social. Olhar com a luz da fé para ir ao trabalho, enriquecer as famílias na casa comum, recordar que o olhar para a partilha exige um lançar-se em águas mais profundas para buscar a qualidade dos bens necessários para o bem viver de todo o gênero humano. Jesus convoca a todos nós com olhar da misericórdia para que a nossa ação esteja a serviço de todas as pessoas.

São Paulo aponta dicas sólidas para construirmos um novo humanismo solidário, construtivo e positivo. “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo em Deus” (Cl 3,1-3). Pela graça do Batismo, somos herdeiros em Cristo para pertencermos a um novo humanismo que brota do amor a Deus e ao próximo. A proximidade, a abertura ao diálogo, a capacidade de ouvir coloca-nos na dinâmica de novas relações, tomados de coragem e mútua convivência fraterna entre nós. Desperta a arte do gosto pela vida, pela leitura, pela meditação, pela oração sincera, afasta a arma da violência, da morte, da separação. E Paulo continua estimulando: “Quando o Cristo, vossa vida, aparecer em triunfo, então vós aparecereis também com Ele, revestidos de glória. Portanto, fazei morrer o que em vós pertence à terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e a cobiça, que é idolatria. Não mintais uns aos outros. Já vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir e vos revestistes do homem novo, que se renova segundo a imagem do seu criador, em ordem ao conhecimento” (Cl 3,4-10).

A superação dos maus tratos e da cultura do ódio a cada dia nos assusta, sobretudo quando tais ameaças proveem de quem deveria semear concórdia, dignidade, respeito, verdade e cuidado pela vida. Os mais fragilizados devem ser acolhidos e não abandonados. Enquanto semeamos armas da violência pertencemos ao velho homem, carregado da poeira da maldade e da truculência.

A fé cristã é a porta que se abre para renovar a humanidade, repleta do desejo de estar lado a lado e caminhar junto, escutar a voz do oprimido, levantar-se para uma nova oportunidade na vida.

O Espírito Santo nos conduz para um novo humanismo solidário porque vem da parte de Deus Pai para fazer os cristãos entenderem tudo o que Jesus ensinou e fazerem tudo o que Ele mandou. Eis o novo humanismo.

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