Na festa da Transfiguração do Senhor, que abre o Mês Vocacional, celebramos os 10 anos de falecimento de Dom Jaime Luiz Coelho, o primeiro Arcebispo de Maringá. Dia do Senhor, repleto de significados para a vida espiritual da nossa querida gente.
Deus caminha conosco e nos chama para o seguimento e fidelidade aos mandamentos. Uma voz constante ressoa ao longo da história da salvação, manifestando a presença do Senhor que nos chama para a fidelidade e simplicidade de vida.
Nada retenhais a não ser a alegria de servir ao Senhor e viver na fidelidade, no serviço, na vida profissional, familiar e eclesial. Não há espaço para substituições e excessos na vida espiritual que nos fortalece diante da arte do bem viver.
A Transfiguração é a manifestação clara de que Jesus é o rosto amoroso de Deus. Os discípulos formados ao redor do Mestre caminham juntos porque foram chamados e estes vocacionados de Jesus o seguem por onde ele for e para onde ele convidar.
A caminho para a montanha, eis a revelação que já os antigos haviam vislumbrado na presença de Deus na vida do seu povo querido. Há um prenúncio da grande manifestação de Deus junto a seu povo: “Foram-lhe dados poder, glória e realeza, e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Dn 10,14).
A paciência de Deus nunca se esgota, caminha junto a seu povo oferecendo-lhe segurança e direção de vida. A bondade divina chama para uma vida repleta de sentido, manifestada pela voz que se faz ouvir, que chama para o sublime, para a mística que conduz para dentro do mistério revelado, sem ser desvendado: “Este é o meu Filho bem-amado, no qual ponho o meu bem-querer” (2Pd 1,17b).
São Pedro é testemunha ocular da manifestação do esplendor divino na montanha. Ouve, sente, se encanta com o esplendor da manifestação misteriosa do Filho amado, pois ouve a voz de Deus dialogando com o seu Filho. Ainda recebe um recado vindo dessa voz esplendorosa: “este é o meu Filho amado, escutai-o”.
O ser humano se cala diante da Transfiguração do Senhor, pois é lançado para dentro do mistério. No mistério nos calamos, não atingimos a sua plenitude. O silenciar diante do mistério é assumir a mística que nos envolve de luz, de esplendor e de coragem para descer a montanha e calar-se diante da lei e dos profetas e deixar-se envolver pelo Senhor. Não é um milagreiro, um triunfalista que veio fazer espetáculo, atrair multidões para shows, mas uma voz que chama para o seguimento, para ser discípulo, para anunciar a Boa Nova e a ressurreição.
É natural o ser humano deixar-se tomar de medo por um chamado extraordinário, mas o Senhor caminha junto conosco: “Jesus se aproximou, tocou neles e disse: Levantai-vos, e não tenhais medo” (Mt 17,7).
Ao celebrar os 10 anos da Páscoa do nosso primeiro Arcebispo de Maringá, somos também chamados a não ter medo de substituir as coisas da Terra pela realidade do céu. Homenagear este que foi um grande desbravador nas terras do Noroeste do Paraná é dar significado ao mistério de fé que nos educou e nos fortaleceu na verdadeira cultura e rápido desenvolvimento da nossa região.
Hoje, o Senhor continua nos chamando para sermos continuadores e anunciadores para as novas gerações. Não deixemos a vida passar sem perceber que Deus está no meio de nós, pois uma voz misteriosa nos chama para o seguimento fiel de Nosso Senhor Jesus Cristo.