Um dos romances de maior sucesso de Jorge Amado, “Gabriela, cravo e canela” ganha em 2023 uma edição especial da Companhia das Letras. O catatau de 600 páginas vem em capa dura, com prefácio inédito de Josélia Aguiar, posfácio de José Paulo Paes e ensaio visual de Goya Lopes.
O livro conta, a partir de uma história de amor que marcou época, uma bela crônica do período áureo do cacau na Bahia.
Em meados dos anos de 1920, Ilhéus se debate entre o impulso transformador próprio das cidades crescentes e a força conservadora dos coronéis do cacau, que ainda dominam a economia e a política da região. De um lado, os que querem o progresso da cidade; de outro, os que resistem às novidades vindas de fora e aos costumes modernos.
É nesse contexto de luta pelo poder que se desenvolve o singular romance entre o taberneiro Nacib, de origem síria, e Gabriela, recém-chegada do sertão para tentar vida melhor nas terras grapiúnas.
Sensual e inocente, sábia e pueril, a cozinheira Gabriela conquista não apenas o coração de Nacib e de uma porção de ilheuenses, mas também os de leitores de vários países e gerações. Levada para a televisão (com a maringaense Sônia Braga no papel de protagonista), sua história se transformou numa das novelas brasileiras de maior sucesso pelo mundo afora.
Exaltado por Jean-Paul Sartre como exemplo de romance popular, “Gabriela, cravo e canela”, escrito em 1958, é um dos livros mais ricos de Jorge Amado, enraizando o debate de questões morais universais no solo muito concreto da economia cacaueira em transformação.
Lançado em 9 de janeiro, o romance pode ser adquirido na versão impressa (R$ 59,90) ou e-book (R$: 29,90).
Autor
Jorge Amado nasceu em 10 de agosto de 1912, em Itabuna (BA). Começou a escrever profissionalmente como repórter aos 14 anos, em veículos como Diário da Bahia, O Imparcial e O Jornal. Estreou na literatura com o romance “O país do Carnaval” (1931). Em 1945, foi eleito deputado federal pelo PCB – partido com o qual romperia anos depois. É autor de clássicos como “Gabriela, cravo e canela”, “Tenda dos milagres” e “Tieta do Agreste”. Faleceu em 2001, alguns dias antes de completar 89 anos.
Quadrinhos
Principal evento de quadrinhos autorais do mundo, o Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême, na França, chega a sua 50ª edição com cinco trabalhos brasileiros indicados entre os finalistas, conforme levantamento do portal PublishNews. Confira: “Ragu 9” (Selo Cepe HQ); “Café Espacial”, de Sérgio Chaves e Lídia Bassoli (Selo Café Espacial); “Maria Magazine”, de Henrique Magalhães, Edgard Guimarães e Wiverson Azarias (Marca Fantasia); “Rocha navegável”, de Fábio Costa e Igor Souza (RV Cultura e Arte); e “Sem Olhos ou Ecos de Maria”, de Guilherme e Silveira (Risco Impresso).
Quadrinhos 2
O festival ocorrerá entre os dias 26 e 29 de janeiro. O Brasil é frequentador do festival, com destaque para Marcello Quintanilha, que levou o prêmio de Melhor Álbum do Ano na 49ª edição, em 2022. Neste ano, ao total, 46 HQs disputam as 14 categorias.
Streaming
O serviço de streaming Mubi lança “Aftersun”, filme com Paul Mescal e Frankie Corio. Trata-se do sublime drama de pai e filha de Charlotte Wells em que memória, nostalgia e sofrimento colidem.
Treinamento
No dia 5 de janeiro, ocorreu em Maringá o treinamento do Prêmio Aniceto Matti 2022. “Juntos relemos o edital ressaltando alguns pontos importantes durante a inscrição e tirando as dúvidas que foram surgindo”, diz a Secretaria de Cultura (Semuc), em suas redes sociais. O Prêmio Aniceto é um dos editais que mais fomentam ações artísticas em Maringá e as inscrições vão até dia 17/01.
Cinema
Para os cinéfilos e afins da Cidade Canção, a dica é o projeto “Convite ao Cinema”, que exibirá “A tortura do medo” (Inglaterra/1960 – 101min.), de Michael Powell, no próximo sábado, 14 de janeiro. A sessão começa às 20h, com entrada franca, no Centro de Ação Cultural (CAC), na av. XV de Novembro, 514. Classificação indicativa: 16 anos. O projeto é uma realização da Secretaria de Cultura de Maringá com a curadoria e coordenação de Paulo Campagnolo.
Sinopse
Confira a sinopse de “A tortura do medo”, conforme o site Adoro Cinema: Mark Lewis (Karlheinz Böhm) trabalha como extrator de foco em um estúdio de cinema britânico. Obcecado em capturar a expressão de medo no rosto das pessoas, ele assassina mulheres para deixar tudo devidamente registrado em filme. Quando criança, Lewis foi usado pelo pai num estudo sobre psicologia do terror, sendo submetido a cruéis experiências. Agora ele planeja montar um documentário com as doentias imagens que vem produzindo durante os crimes.
