Documentário maringaense contará a vida do padre Scherer

Proposta de “Scherer: do nazismo à terra vermelha” é resgatar histórias inéditas locais e contextualizá-las com importantes acontecimentos mundiais, além de reconstituir parte dos caminhos feitos por Emílio Clemente Scherer ao longo da vida

Miguel Fernando (centro) é roteirista e diretor do documentário (Crédito da Foto: Divulgação/Maringá Histórica)

Em produção, o documentário maringaense de média-metragem “Scherer: do nazismo à terra vermelha” tem como foco a vida do padre Emil Clemens Scherer, que ficou conhecido no Brasil como Emílio Clemente Scherer.

Segundo o projeto Maringá Histórica (www.maringahistorica.com.br), Scherer chegou ao país em 1939, fugindo do nazismo na Alemanha e, antes mesmo da fundação de Maringá, fez construir a primeira capela, chamada São Bonifácio, localizada no atual Conjunto Cidade Alta, em sua fazenda. “Foi o primeiro padre da Cidade Canção e, anos depois, também liderou a construção da Capela Santa Cruz, tendo muita simpatia da população da época, apesar das controvérsias”, diz o projeto.

Com roteiro e direção de Miguel Fernando, que fez a pesquisa histórica junto com Rogério Recco e Marco Antonio Deprá, o filme deve ser lançado dentro de poucos meses, com produção da Cosmos Filmes e Maringá Histórica.

A equipe agora se prepara para embarcar para a Europa, em novembro, onde rodará cenas em Mutzig e Estrasburgo (França), Londres (Inglaterra), Stuttgart, Munique e Metten (Alemanha), além de Maringá, Rolândia e São Paulo (SP). “Este é o primeiro documentário histórico internacional produzido na região”, diz o Maringá Histórica.

“O objetivo é mostrar as relações que Maringá manteve, na perspectiva histórica, com eventos de impacto global durante o século 20, como a Segunda Guerra Mundial. Vamos desvelar muita coisa acerca desse personagem que, sem dúvida, é um dos mais importantes na perspectiva de formação social e religiosa da cidade nas décadas de 1940 e 50”, explica o diretor Miguel Fernando, no site do projeto.

A direção de fotografia é assinada por Lírica Aragão e a trilha sonora original será composta por Stone Ferrari. O documentário será disponibilizado gratuitamente nas redes sociais do Maringá Histórica em 2023.

“A proposta do documentário é resgatar histórias inéditas locais e contextualizá-las com importantes acontecimentos mundiais, além de reconstituir parte dos caminhos feitos por Scherer ao longo da vida. Para abordar um período histórico que vai desde o seu nascimento, em 1889, até sua morte em 1970, mais de 10 personagens serão entrevistados, como historiadores, arquitetos, antigos moradores da cidade e, entre outros, o sobrinho-neto de Scherer, Thomas Röhlen, que reside na Alemanha e tem dado apoio fundamental para a produção do filme”, diz o projeto.

REALIZAÇÃO
Com realização do Maringá Histórica e Secretaria Especial da Cultura – Ministério do Turismo, o média-metragem tem patrocínio da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, Rivesa Volvo, FA Maringá, Crivialli do Brasil e Arilu Distribuidora. Lei Federal de Incentivo à Cultura; Fomento à Cultura: Instituto Cultural Ingá.

Primeiro padre de Maringá, Scherer liderou a construção da Capela Santa Cruz (Crédito da Foto: Acervo/Maringá Histórica)

ANIMAÇÃO
Na produção recente do projeto, Miguel Fernando escreveu o roteiro e foi produtor executivo do curta-metragem de animação “O dia que eu esqueci de você”, proposto pela Cosmos Filmes e contemplado pela última edição do Prêmio Aniceto Matti, edital de fomento da Secretaria Municipal de Cultura/Prefeitura Municipal de Maringá.

Após sessões presenciais em julho na Cidade Canção, a distribuição gratuita se deu por meio dos canais digitais do Maringá Histórica. O enredo conta a história de um garoto aficionado por jogos de guerra. O tempo passa sem que o protagonista perceba o valor das pessoas que estão à sua volta. Quando se dá conta, parece ser tarde demais. Resta-lhe buscar informações somente a partir de documentos e memórias de terceiros.

Segundo o Maringá Histórica, o curta-metragem levou dez meses para ser executado, desde o momento em que a narrativa foi refinada até os últimos retoques na animação. O processo envolveu o trabalho de direção artística de Thomas Cosin, bem como a ilustração de cada cena. A partir do storyboard validado, Cláudio Garcia procedeu a animação das peças por meio do “rigging”, técnica de animação digital na qual um personagem é inserido em duas camadas: uma representação da superfície é usada para desenhar o personagem, seguido de um conjunto hierárquico de ossos interconectados utilizado para animar a malha, como se fosse uma espécie de boneco.

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