Atleta do século. Maior jogador de todos os tempos. Rei. Ou melhor, “rei” se escreve com a palavra “God” (Deus), diria um jornal gringo. Todos os adjetivos não são capazes de dar conta da figura de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.
O mundo lamentou nesta quinta-feira, 29 de dezembro, a morte do ex-jogador. Ele faleceu aos 82 anos de idade no Hospital Albert Einstein, na zona Sul da capital paulista, em decorrência de falência múltipla de órgãos.
Para quem não o viu em campo, o serviço de streaming Netflix tem para seus assinantes o documentário batizado simplesmente de “Pelé” (2021). Dirigido pelos britânicos David Tryhorn e Ben Nicholas, o filme refaz a trajetória do atleta do século, partindo de sua infância até chegar ao tricampeonato da Seleção Brasileira na Copa do México em 1970. Pelé é o único jogador a vencer três Copas do Mundo, passando de astro do futebol em 1958 a herói nacional em 1970, uma época radical e turbulenta no Brasil.
Como já faz muito tempo que o Rei se aposentou dos gramados, as novas gerações não viram suas proezas com a bola nos pés (e sem ela também). Na verdade, quando Pelé eternizou a camisa do Santos Futebol Clube não havia a cobertura midiática de hoje.
Mesmo assim, os gols e as incríveis jogadas de Pelé estão registrados em imagens (principalmente no preto e branco). Só que o pessoal não costuma ir atrás desse acervo. Pior: sem a devida contextualização.
Por tudo isso, é importante um filme como esse, ainda mais com a capilaridade da Netflix.
Em meados dos anos 2000, “Pelé eterno” (2004, dir. Aníbal Massaini Neto) tinha esse mesmo objetivo. Porém, com dois problemas: já se passaram 18 anos desde que esse documentário foi lançado, ou seja, é muito tempo; e é um filme muito laudatório, maçante. Claro, tem os incríveis gols, dribles e lances do Rei, mas padece de uma narrativa arrastada.
Já o “Pelé” de David Tryhorn e Ben Nicholas promete registros incríveis e problematização. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, trata-se de um documentário que aborda temas delicados na carreira do ex-jogador, caso da política e de seu atual estado de saúde.
Depoimentos
Além do próprio Rei, “Pelé” reúne depoimentos de diversos ex-companheiros de time, personalidades do futebol e figuras ilustres de outras áreas. Entre os jornalistas, Roberto Muylaert, José Trajano, Paulo César Vasconcellos e Juca Kfouri falam sobre a trajetória do Rei.
Mas também tem Zoca (irmão de Pelé), Coutinho, Edu (parceiro de ataque no Santos), Pepe, Gilberto Gil, Jairzinho, Benedita da Silva, Dorval, Zagallo.
Entre uma entrevista e outra, além das imagens de episódios da história do Brasil que se entrelaçam com sua carreira, um vasto material de arquivo leva ao telespectador alguns dos gols mais fantásticos do Rei, até mesmo os marcados em amistosos.
Entenda
Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, era um ex-esportista brasileiro, considerado o maior jogador da história do futebol, personalidade mundial do esporte e popularmente chamado de Rei do Futebol. Nasceu na cidade de Três Corações, em Minas Gerais, no dia 23 de outubro de 1940. Filho de João Ramos do Nascimento (também ex-jogador de futebol, conhecido como Dondinho) e Celeste Arantes do Nascimento.
Ao longo de sua carreira, Pelé vestiu as camisas do Santos (quando formou um lendário time ao lado de Pepe, Edu, Coutinho, Mengálvio, Dorval, entre tantos) e da Seleção Brasileira, conquistando títulos e fazendo história.
Serviço
O filme “Pelé” está no catálogo da Netflix. Com classificação 12 anos, o filme tem duração de 1:48.