A jornada de regresso de Ulisses a sua terra natal é um dos momentos clássicos da cultura. Até mesmo quem nunca leu uma linha (ou verso) de “Odisseia” sabe disso. Mas, claro, sempre é bom conhecer e reler o poema clássico escrito por Homero, texto fundador da literatura ocidental. Aliás, seu nome virou um adjetivo usado para relatar feitos grandiosos (“homérico”).
Uma oportunidade de voltar ao épico é dada pela Companhia das Letras, que lança no próximo dia 4 de abril uma nova edição comentada, com 200 páginas de notas, em tradução feita por Frederico Lourenço, um dos maiores helenistas do mundo. No total, o livro é um catatau de 704 páginas, em capa dura. O volume impresso custará R$ 139,90, com opção de e-book (R$ 49,90).
Segundo a editora, a primeira versão da tradução de Lourenço foi lançada em 2003, sem notas. No prefácio dessa edição, o tradutor conta que, à época, recebeu muitos e-mails de dúvidas de leitores, o que o fez acreditar que o livro estava incompleto sem tal recurso. Quinze anos depois, publica uma nova edição em Portugal pela editora Quetzal.

Além do acréscimo de notas e comentários, Lourenço revisou a tradução do clássico. Extremamente fiel ao original, a tradução para o português mantém a cadência e a musicalidade da poesia homérica.
As notas visam esclarecer não só a estrutura narrativa do poema, mas também problemas de teor linguístico e geográfico, assim como a inter-relação da “Odisseia” com a “Ilíada”.
No texto de apresentação, Frederico também versa sobre a história da “Odisseia” e sua importância e influência na cultura ocidental. Além disso, faz uma apurada análise da narrativa, destacando os recursos utilizados pelo poeta para prender a atenção do ouvinte/leitor, e do verso homérico. Destaca a “Odisseia” como o maior exemplo da poesia épica.
A influência dessa obra atravessa os séculos e se espalha por todas as formas de arte, dos primórdios do teatro e da ópera até a produção cinematográfica recente. “Odisseia” se tornou um substantivo comum, que denomina jornadas marcadas por perigos e eventos inesperados. Os episódios e personagens da epopeia são parte integrante e indelével de nosso repertório cultural.
O enredo pode ser resumido em poucas palavras. Em seu tratado conhecido como “Poética”, Aristóteles escreve: “Um homem encontra-se no estrangeiro há muitos anos; está sozinho e o deus Posêidon o mantém sob vigilância hostil. Em casa, os pretendentes à mão de sua mulher estão esgotando seus recursos e conspirando para matar seu filho. Então, após enfrentar tempestades e sofrer um naufrágio, ele volta para casa, dá-se a conhecer e ataca os pretendentes: ele sobrevive e os pretendentes são exterminados”.

Festival
O Festival Afro-Brasileiro 2023 segue com sua programação em Maringá nesta quinta-feira, 23, na Vila Olímpica. Às 20h, rola o espetáculo de Chicco Marola e Urucum.
Festival 2
Já na sexta-feira, 24, todas as atividades na Vila Olímpica. A primeira é a oficina “Serpenteando na calunga: vivências em danças”, com Andreia Oliveira Araújo, das 9h às 10h30. Depois, a oficina “Segura o compasso da marcação: Maracatu do Baque Virado para os iniciantes”, com Laís Azevedo, das 14h30 às 16h. E o show “Ora iê iê o Roda do Encanto Saúda Oxum”, 20h.