Estacionamentos nos quintais movem a economia fora dos muros da Expoingá

Estacionamentos nos quintais movem a economia fora dos muros da Expoingá

Os negócios da Expoingá ultrapassam os muros e aquecem a economia em todas as ruas no entorno do Parque de Exposições Francisco Feio Ribeiro a ponto de muitos vizinhos estarem tão ocupados que sequer conseguem visitar a Feira por alguns instantes. Quando chega a Expoingá, os vizinhos tiram seus carros da garagem e abrem os portões para quem procura estacionamento e ao final da Feira fazem um pé de meia que pode equivaler a alguns meses de trabalho em um emprego comum.

São muitas as casas que transformam seus quintais em estacionamentos e alguns chegam a guardar até 20 carros na mesma noite para que seus proprietários possam se divertir nas barracas, estandes, brinquedos do parque de diversões, restaurantes e shows da Expoingá com a tranquilidade de saber que seus carros estão em ambiente seguro.

Funcionando como empresa

Mas, se por um lado isto traz segurança e tranquilidade aos proprietários de veículos, por outro é a chance de pessoas ganharem um dinheirinho extra. A operadora de telemarketing Maria de Souza já tem 15 Expoingás em seu currículo. Seriam 17 se não fosse a pandemia de covid-19.

“Não tenho vergonha de dizer que espero com ansiedade a chegada da Expoingá“, diz ela, “pois é a chance de eu levantar um dinheirinho para melhorar minha casa ou comprar algum objeto que a família precisa”.

Sem marido, Maria criou a filha Karina Vitória e o filho Jhonathan “fazendo” estacionamento, primeiro em uma praça aos fundos do parque, depois em um terreno vazio na Rua Haiti, bem próximo ao portão de veículos.

Isto lhe resultou em problemas com o Conselho Tutelar. Sem ter com quem deixar as crianças, ela as levava para o serviço até que alguém a denunciou ao Conselho Tutelar, lhe rendendo muitas dores de cabeça.

O Estacionamento Souza, ou Estacionamento da Maria, funciona como empresa. Tem placa com o nome, cones de plástico no portão, iluminação, privada e a equipe trabalha uniformizada, envergando no peito o logotipo “Estacionamento Souza”. E tem até um vigia no período noturno.

No terreno, que aluga todos os anos alguns dias antes da Expoingá, ela consegue guardar até 20 carros. Para carros populares o preço é R$ 30, as caminhonetes e SUVs, que ocupam mais espaço, é R$ 35.

Negócio antigo e seguro

Boa parte das casas das proximidades do parque nos dias de Expoingá se torna estacionamento. Dayglo Moro, por exemplo, nesses dias deixa de ser personal trainer para se tornar manobrista, guardador, dono de estacionamento. Nascido e criado na Rua Trinidad, a apenas alguns metros do muro do parque, ele ainda nem sabia ler quando guardou os primeiros carros.

“Eu nem sabia o que queria, acho que era pelo clima de festa”, diz hoje, 35 anos depois do primeiro carro. “Acho que eu só queria ganhar alguns trocados para gastar na Expoingá.

Em tantos anos de trabalho, o personal trainer angariou clientes. “O pessoal já nos conhece, confia, para aí na frente, joga a chave e diz ‘guarda aí!’. Sabe que cuidamos bem, só eu manobro, isto dá tranquilidade”. Assim como os outros estacionamentos improvisados, Dayglo não revela quanto consegue ganhar durante uma Expoingá, mas a conversa no entorno é que os estacionamentos ganham entre R$ 7 mil e R$ 10 mil nos 11 dias da feira. Quanto mais espaço no quintal, mais dinheiro na conta.

Esta é a expectativa do casal de namorados Beatriz Augusta, de 18 anos, e Fagner Felipe, de 24, ela funcionária de um escritório de RH e ele entregador. Na sociedade está ainda Aparecido Lanza, pai de Beatriz. Eles montaram um estacionamento no quintal de um casal de idosos que já fez este mesmo trabalho no passado, mas parou por causa da idade avançada.

 

Beatriz e Fagner querem dinheiro para se casar

Há quase 40 anos os amigos Manoel e Toninho mantém em sociedade o estacionamento improvisado na casa da dona Zulmira, na Rua Caracas. A dona da casa tem 88 anos, mas também ela, filhas, netos se juntam para ajudar e depois o dinheiro ganho é rateado entre quem trabalhou. Além de guardar carros e motos, a “empresa familiar” oferece água mineral, refrigerantes, cerveja e salgados.

“Dá um certo trabalho, porque as vezes o show lá dentro só termina de madrugada e nós ficamos aqui esperando até sair o último carro ou moto”, diz Toninho, filho de dona Zulmira. Os sócios eram dois jovens quando começaram a trabalhar durante as Expoingás e hoje são dois cidadãos aposentados, entrados na terceira idade.

Todos os estacionamentos de quintais comemoraram a volta da Expoingá depois de dois anos suspensa devido à pandemia da covid-19. E dizem que não puderam atender a todos que os procuraram neste ano. “Parece que veio muito mais gente de carro agora do que nas [Expoingás] anteriores”, diz Toninho.

Os negócios da Expoingá ultrapassam os muros e aquecem a economia em todas as ruas no entorno do Parque de Exposições Francisco Feio Ribeiro a ponto de muitos vizinhos estarem tão ocupados que sequer conseguem visitar a Feira por alguns instantes. Quando chega a Expoingá, os vizinhos tiram seus carros da garagem e abrem os portões para quem procura estacionamento e ao final da Feira fazem um pé de meia que pode equivaler a alguns meses de trabalho em um emprego comum.

São muitas as casas que transformam seus quintais em estacionamentos e alguns chegam a guardar até 20 carros na mesma noite para que seus proprietários possam se divertir nas barracas, estandes, brinquedos do parque de diversões, restaurantes e shows da Expoingá com a tranquilidade de saber que seus carros estão em ambiente seguro.

Funcionando como empresa

Mas, se por um lado isto traz segurança e tranquilidade aos proprietários de veículos, por outro é a chance de pessoas ganharem um dinheirinho extra. A operadora de telemarketing Maria de Souza já tem 15 Expoingás em seu currículo. Seriam 17 se não fosse a pandemia de covid-19.

“Não tenho vergonha de dizer que espero com ansiedade a chegada da Expoingá“, diz ela, “pois é a chance de eu levantar um dinheirinho para melhorar minha casa ou comprar algum objeto que a família precisa”.

Sem marido, Maria criou a filha Karina Vitória e o filho Jhonathan “fazendo” estacionamento, primeiro em uma praça aos fundos do parque, depois em um terreno vazio na Rua Haiti, bem próximo ao portão de veículos.

Isto lhe resultou em problemas com o Conselho Tutelar. Sem ter com quem deixar as crianças, ela as levava para o serviço até que alguém a denunciou ao Conselho Tutelar, lhe rendendo muitas dores de cabeça.

O Estacionamento Souza, ou Estacionamento da Maria, funciona como empresa. Tem placa com o nome, cones de plástico no portão, iluminação, privada e a equipe trabalha uniformizada, envergando no peito o logotipo “Estacionamento Souza”. E tem até um vigia no período noturno.

No terreno, que aluga todos os anos alguns dias antes da Expoingá, ela consegue guardar até 20 carros. Para carros populares o preço é R$ 30, as caminhonetes e SUVs, que ocupam mais espaço, é R$ 35.

Negócio antigo e seguro

Boa parte das casas das proximidades do parque nos dias de Expoingá se torna estacionamento. Dayglo Moro, por exemplo, nesses dias deixa de ser personal trainer para se tornar manobrista, guardador, dono de estacionamento. Nascido e criado na Rua Trinidad, a apenas alguns metros do muro do parque, ele ainda nem sabia ler quando guardou os primeiros carros.

“Eu nem sabia o que queria, acho que era pelo clima de festa”, diz hoje, 35 anos depois do primeiro carro. “Acho que eu só queria ganhar alguns trocados para gastar na Expoingá.

Em tantos anos de trabalho, o personal trainer angariou clientes. “O pessoal já nos conhece, confia, para aí na frente, joga a chave e diz ‘guarda aí!’. Sabe que cuidamos bem, só eu manobro, isto dá tranquilidade”. Assim como os outros estacionamentos improvisados, Dayglo não revela quanto consegue ganhar durante uma Expoingá, mas a conversa no entorno é que os estacionamentos ganham entre R$ 7 mil e R$ 10 mil nos 11 dias da feira. Quanto mais espaço no quintal, mais dinheiro na conta.

Esta é a expectativa do casal de namorados Beatriz Augusta, de 18 anos, e Fagner Felipe, de 24, ela funcionária de um escritório de RH e ele entregador. Na sociedade está ainda Aparecido Lanza, pai de Beatriz. Eles montaram um estacionamento no quintal de um casal de idosos que já fez este mesmo trabalho no passado, mas parou por causa da idade avançada.

 

Beatriz e Fagner querem dinheiro para se casar

Há quase 40 anos os amigos Manoel e Toninho mantém em sociedade o estacionamento improvisado na casa da dona Zulmira, na Rua Caracas. A dona da casa tem 88 anos, mas também ela, filhas, netos se juntam para ajudar e depois o dinheiro ganho é rateado entre quem trabalhou. Além de guardar carros e motos, a “empresa familiar” oferece água mineral, refrigerantes, cerveja e salgados.

“Dá um certo trabalho, porque as vezes o show lá dentro só termina de madrugada e nós ficamos aqui esperando até sair o último carro ou moto”, diz Toninho, filho de dona Zulmira. Os sócios eram dois jovens quando começaram a trabalhar durante as Expoingás e hoje são dois cidadãos aposentados, entrados na terceira idade.

Todos os estacionamentos de quintais comemoraram a volta da Expoingá depois de dois anos suspensa devido à pandemia da covid-19. E dizem que não puderam atender a todos que os procuraram neste ano. “Parece que veio muito mais gente de carro agora do que nas [Expoingás] anteriores”, diz Toninho.

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