Aposentados deverão levar a pior na Reforma Administrativa prestes a ser votada e, se depender do governo, aprovada já

Com a eleição de aliados na presidência da Câmara e do Senado, Palácio do Planalto se apressa neste sentido

Os aposentados do serviço público deverão ser os principais prejudicados, ao lado dos atuais funcionários de carreira, pela proposta de Reforma Administrativa em tramitação no Congresso Nacional e que a presidência da República vai tentar de tudo para aprovar até setembro, na Câmara dos Deputados, agora que a Casa Legislativa tem na presidência um aliado de primeira hora do Palácio do Planalto, o deputado Arthur Lira (PP/AL), eleito na última segunda-feira. 

Antes, é preciso esclarecer que tanto esta proposta quanto a da Reforma Tributária também em curso no Legislativo não foram debatidas com a sociedade. Ambas nasceram nos gabinetes dos ministérios, especialmente o da área econômica. Portanto, não é exagero dizer que se tratam de propostas unilaterais, só levando em conta os interesses de uma das partes, no caso, o governo.

Na lógica da equipe de Paulo Guedes, a hora de ter os votos para aprovar as duas reformas seria agora, podendo contar com o apoio irrestrito do bloco do Centrão, ao qual pertence Arthur Lira. A mesma equipe do ministro entende que se até setembro a matéria não for aprovada, um abraço para o gaiteiro. Isso porque, após setembro, deputados e senadores se ocuparão de articulações em torno da disputa pela presidência República em 2022.

A leitura de que os aposentados do setor público serão um dos mais prejudicados é do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF). Pela análise da entidade, uma das dimensões é o impacto do fim Regime Jurídico Único (RJU) e a colocação, no lugar, das novas modalidades de contratação que promoverão uma diáspora entre servidores. Além disso, segundo o Sinpro, mesmo aqueles que ficam com o direito à estabilidade estão suscetíveis à demissão, uma vez que essa estabilidade será mitigada pelas novas regras. De imediato, eles também podem ser demitidos por avaliação de desempenho. A PEC estabelece que as três esferas (federal, estadual e municipal) deverão instituir novo regime jurídico de pessoal e outros vínculos empregatícios com a administração pública. 

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