Um recente estudo divulgado pela Federação Internacional de Robótica, revelou que o Brasil ocupa a 39ª posição entre os 44 países que mais utilizam esta tecnologia na indústria. Classificou também que a média global de uso destas máquinas é de 74 robôs por dez mil trabalhadores, mas atualmente aqui são usados apenas dez. O levantamento constatou ainda que a liderança em utilização destes equipamentos ficou com a Coréia do Sul com o total de 631 para dez mil operários. Em segundo, Singapura com 488 e em terceiro, a Alemanha com 309.
Emergente
Apesar de ocupar uma posição considerada ruim no cenário global, a assessoria de imprensa da FIR informou para O Maringá, que o Brasil é um país emergente nesse seguimento e acredita na evolução do uso deste equipamento no território nacional .“Em 2019 , foram instalados 1781 robôs no Brasil. E pós a avalanche da pandemia do Covid, ano passado, foram 1702, um crescimento da ordem de 7% em comparação com 2020”, assegura Carsten Heer.
Um diretor de operações da Sumig – a número 1 em soldagem e cortes robotizadas da América Latina- avaliou que a revelação dos dados é péssima para o Brasil e atribuiu o baixo índice, a falta de incentivo governamental para a automação da indústria brasileira.
A reportagem do O Maringá também ouviu Edner Moya Requena Jr, de 30 anos, engenheiro de controle de automação, formado pela Unicesumar e proprietário da Mocx Engenharia e Automação Industrial, em Maringá. Ele disse que apesar do mundo está vivendo a “4ª Revolução Industrial”, porém, por aqui ela ainda é acanhada nesse seguimento.
Edner explicou que além da falta de incentivos por parte do governo, há também um elevado número de empresários que resistem em investir nas novas mudanças pontuais e também os sindicatos que avaliam a utilização de robôs e computadores nas indústrias, como geradores de desempregos, porque entendem que eles substituem a mão-de- obra. “O uso da automação significa desenvolvimento, mas, há funções humanas que ela não interferirá e o trabalhador não perderá sua importância. Sobretudo, porque ele poderá ser remanejado para uma outra função que esteja ligada a utilização dos robôs”, definiu.
Ao contrário das críticas que alguns fazem sobre o uso da automação, o empresário maringaense cita que ela só gera benefícios, reduzindo perdas na produção, aumentando a qualidade do produto final, baixo valor de comercialização para os consumidores, ganho financeiro e a vida útil das máquinas utilizadas nas cadeias de produções, além de reduzir o número de Lesões Causadas por Esforço Repetitivos (Ler) melhorando a condição de vida do funcionário. Há 6 anos no mercado e com cliente fora do Estado do Paraná, Edner cita o exemplo de uma empresa da região que mensalmente possuía um custo elevado de consumo de energia, por manter um motor ligado mesmo nos períodos de intervalos para almoço e, foi através da implantação de um controle digital pela Mocx que a indústria obteve uma redução de custo e também das constantes quebras do equipamento por excesso de tempo em funcionamento. Ele relembrar outro caso, em que o levantamento de paradas das máquinas era manual mas, quando a indústria implantou o serviço automatizado, eliminou falhas de precisão e perda de tempo. “Deixaram o analógico e passaram para o digital e o mais importante foi a eliminação de uma quantidade enorme de folhas de papéis, sem contar que agora, o acompanhamento da funcionalidade das máquinas é em tempo real”.
Ganho
Edner afirma que a montagem de um computador é cara porque as peças são todas importadas da China, por isso, explica, “não vale apena montar uma fábrica de telefone aqui, porque não há uma outra que produza os componentes necessários para a montagem “observa.
Ele assegura que todo trabalhado realizado pela Mocx é acompanhado por 15 servidores de uma empresa terceirizada e juntas, focam na qualidade e fidelidade de informações dos clientes que são protegidas por um sistema de segurança. De dados “Nosso objetivo é permitir a informação dos processos industriais em tempo real para os tomadores de decisões. Esperamos que em breve o Brasil ganhe posições expressivas no Rool mundial da automação e nós da Mocx desejamos em curto tempo chegarmos ao mercado de São Paulo, Santa Catarina e toda a América Latina..
Recorde
Em 13 de outubro deste ano, a FIR divulgou relatório mundial que revela um novo recorde de instalações de robôs nas indústrias do mundo, superando o montante de 517 mil e 385 unidades por ano, uma taxa de aumento em torno de 31%. O estoque de robôs em todo mundo é de 3,5 milhões de equipamentos.