O hospital Filantrópico Marieta Konder Borrnhausen, em Itajaí, litoral norte de Santa Catarina, está sob investigação pelas mortes de sete mulheres em gestação e após partos realizados no primeiro semestre deste ano. A assessoria da Secretaria Municipal de Saúde explicou que três vítimas residiam na cidade e as demais de municípios vizinhos. O caso está sendo acompanhado também pelo Ministério Público do Estado e o Conselho Regional de Medicina.
A delegada que cuida das investigações, Vivian de Andrade Mattos disse que instaurou inquérito e as investigações estão aceleradas. No entanto, não informou se há indícios de negligência médica e quantas perderam a vida depois de darem a luz. Relatou que vai aguardar a conclusão da apuração para se manifestar. A vigilância Sanitária de Itajaí solicitou ao hospital documentos relacionados aos trabalhos de obstetrícia e neonatal.
Já a SMB Engenharia e Medicina contratadas para a realização de todo procedimento de obstetrícia a Dr. Marieta Konder Bornhausen, disse que são cinco mortes e não sete como divulgado pela prefeitura. Justificou os óbitos a falta de assistência adequada durante o pré-natal das pacientes e alegou também que algumas das vítimas chegaram ao hospital em estado grave e que desde o ano passado tem encontrado dificuldades para receber do hospital os valores contratados pela prestação dos serviços.
Notas
Em nota, a direção do hospital informa que prima pela qualidade dos serviços prestados à população e não compactua com qualquer irregularidade cometida pelos profissionais da empresa contratada, tanto é, que já comunicou a SMB o rompimento do contrato no final deste mês. Embora filantrópico, o Marieta Konder atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e recebe recurso do governo estadual.
“Sobre as denúncias apresentadas, o HMMKB reafirma o seu compromisso com a excelência no atendimento à nossa população, sendo o único hospital referência em gestação de alto risco para os 11 municípios da AMFRI, o que obviamente acarreta grande responsabilidade. Em virtude dos óbitos maternos acontecidos, sob a responsabilidade das empresas médicas contratadas, sindicâncias foram abertas para apurar detalhadamente os fatos, para em seguida enviar ao MPSC, CRMSC e demais órgãos competentes. Diante do sigilo médico e respeitando os envolvidos, as informações serão prestadas apenas aos legalmente envolvidos. O Hospital luta pela cura e pela vida, se sensibilizando com os óbitos e familiares, de modo que já comunicou à empresa de obstetrícia contratada sobre o rompimento do contrato no final de julho.”
A prefeitura também se posicionou através de nota:
“A Secretaria de Saúde de Itajaí acompanha a situação do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen. Neste sentido, o Estado criou um grupo condutor, onde a Diretoria de Vigilância Epidemiológica representa a Secretaria de Saúde. Nesta segunda-feira, o Conselho Municipal de Saúde receberá em sua reunião ordinária um representante do Hospital Marieta para prestar informações sobre o assunto. A Secretaria também acompanha o procedimento aberto pelo Governo do Estado, que é o gestor do contrato com a unidade, para apurar a situação”.