Pesquisa brasileira que atesta qualidade do nosso trigo é publicada este mês no Journal of Food Processing and Preservation com o título Brazilian Cerrado Wheat: Technological Quality of Genotypes Grown in Tropical Location (“Trigo do Cerrado Brasileiro: qualidade tecnológica dos genótipos cultivados em locais tropicais”,
O estudo encabeçado pelas Embrapas Agroindústria do Rio de Janeiro e a de Trigo do Rio Grande do Sul com a Universidade do (RJ) Unirio analisou 34 amostras de trigos e 12 genótipos desenvolvidos e cultivados pela própria Embrapa em sistema irrigado e sequeiro em cinco municípios do cerrado mineiro. As análises de físico-química e de viscosidade resultaram na boa qualidade do Glúten e da indicação do cereal para uso em panificação e também mesclado com um trigo de força menor. Os participantes da pesquisa esperam que o bom resultado dos estudos possa estimular a continuidade do trabalho e novas descobertas de solos apropriados para a cultivo do trigo.
Importado
Segundo o relatório apresentado pelos Estados Unidos do ranking dos maiores produtores de trigo do mundo, o Brasil está na 15ª posição. Atualmente o país importa o cereal dos vizinhos, Argentina, Paraguai, Uruguai e também dos Estados Unidos e Canadá. Para Jorge Lemainsky, chefe-geral da Embrapa Trigo do Rio Grande do Sul, a produção brasileira ainda não alcançou um patamar alto sustentável de consumo interno, por isso, que importa. À reportagem do O Maringá, ele disse que há um substancial crescimento da nossa produtividade e projeta que em uma década o Brasil poderá se torna totalmente dependente da sua produção.
Ele afirma que sua projeção está firmada nos levantamentos recentes da produção brasileira, que em 2020, nos 2,3 milhões de hectares cultivados a produção foi de 5,6 milhões de toneladas de trigo. Já no ano passado, em 2,7 milhões de hectares, subiu para 7,7 milhões de toneladas e este ano a safra numa área de 3,1 milhões de hectares poderá chegar aos 9 milhões de toneladas.” Estamos vivendo uma evolução de plantio e colheita. E isso é estimulante. Sobretudo, porque embora importamos, também exportamos o alimento para 14 países. O mercado é muito seletivo e se vendemos para eles, é porque o nosso trigo é de boa qualidade”, finalizou.
Apesar de todo desenvolvimento de plantio do trigo, o Brasil enfrenta problemas de logística de transporte e armazenamento do cereal.