Nazismo foi um fenômeno histórico gerado na Alemanha a partir de uma crise que pode ser remontada à época da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Apesar de esse país ter se tornado um dos mais importantes Estados industriais da Europa, tornou-se depois de quatro anos de intensa conflagração, uma nação enfraquecida e politicamente instável. Isso, principalmente porque o Tratado de Paz de Versalhes – assinado em 1919 entre os países vencedores da batalha – impôs severas restrições à Alemanha derrotada. Ao fazer com que o Estado perdesse grande parte de seu potencial econômico, bem como sua força aérea e uma parte do seu território, esse acordo não só diminuiu o poderio bélico da Alemanha, como também acabou por acender um forte desejo de revanchismo por parte de sua elite militar e de seus grupos dominantes.
Nesse período, instaurou-se no país a República de Weimar, uma república democrática, federativa e parlamentar. Porém, ao não conseguir criar bases sólidas para enfrentar a devastação da Alemanha, esse governo abriu espaço para a emergência de uma oposição nacionalista que ansiava por estabelecer a ordem no país. Com o crescimento do nacionalismo alemão, estava plantada a semente para a ascensão do Partido Nacional-Socialista no país.
Em tal contexto turbulento, surge, em 1920, o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães que teria Adolf Hitler como líder. Seguindo pressupostos nacionalistas, autoritários e anti-semitas, esse partido sustentava os propósitos de abolir o Tratado de Versalhes; definir que só poderia ser cidadão aquele que tivesse sangue alemão; excluir os judeus da comunidade alemã; reservar os cargos públicos aos cidadãos; fortalecer a classe média; substituir o Direito romano por um Direito alemão; reformar a escola em um sentido nacionalista; criar um exército popular; limitar a liberdade de imprensa e a artística, dentre outras medidas.
Esse partido tinha um programa político que, em meio ao agravamento da crise econômica pela qual passava a Alemanha – piorada ainda mais pela quebra da Bolsa de Nova Iorque (1929) -, representou um caminho direitista e autoritário para o país. Assim, os alemães acabariam rechaçando as propostas comunistas que disputavam o poder.
Em 1923, Hitler já havia tentado tomar o poder através de um golpe de Estado, porém sem êxito. Embora ele tenha sido preso por oito meses, não desiste de seu intento e ganha notoriedade política na Alemanha. Em 1932, o líder nazista sai como candidato à Presidência da República, mas acaba sendo preterido por Hindenburg. Este governante, ao ser pressionado por grupos políticos e nomear Hitler como chanceler do Estado, abre caminho para a ascensão do nazismo. Em 1933, do qual os comunistas foram acusados e Hitler acaba conseguindo plenos poderes para pôr fim à Constituição de Weimar e implantar a ditadura do Terceiro Reich.
O Partido Nazista chegou ao poder por meio de eleições, em 1933, com apenas um terço dos votos. Foi quando o presidente conservador Hindenburg convidou Hitler a formar um novo governo. Franz Von Papen, recém-empossado primeiro-ministro, há tempos trabalhava para uma aproximação de Hindenburg com Hitler (MUNHOZ, 2012, p. 128).
Apesar de o contexto político, social e econômico ter favorecido a tomada de poder por Adolf Hitler, seus esforços no sentido de angariar apoio também foram cruciais para o alcance dessa posição dominante. Ao se aliar as personalidades políticas do regime de Weimar, o líder nazista conseguiu amplo poder de intervenção nas esferas administrativa, econômica, social e militar do Estado, estabelecendo uma posição diplomática importante na Europa. Assim, as negociações e pactos políticos foram decisivos para que Hitler se convertesse em Führer (chefe do Estado), haja vista que, como vimos acima, ele foi nomeado chanceler sem precisar de uma eleição ou golpe de Estado, propriamente ditos.
O consenso alemão em relação à emergência do nazismo também pode ser explicado pelo misticismo através do qual o ditador nazista revestiu sua imagem. Hitler representou-se a si mesmo, através da propaganda nazista, como um redentor do que chamava de “a raça alemã”. O uso de técnicas de persuasão pautadas na exaltação do orgulho nacional de forma emotiva e irracional contribuiu fortemente para o sucesso do chefe totalitário.
A partir de 1933, os ataques físicos e psicológicos contra os judeus vão se intensificando, até que, em 1935, são instauradas as Leis de Nuremberg, a partir das quais esse povo perde seus direitos civis e o acesso a lugares públicos. Posteriormente, já durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), ocorreria o Holocausto, genocídio no qual o regime nazista empreenderia uma ação sistemática de extermínio dos judeus. Cerca de 6 milhões de judeus foram mortos em campos de concentração. Outros grupos, como ciganos e homossexuais, além de comunistas, também foram exterminados. Apesar de sempre terem evitado empregar a palavra “extermínio” como forma de camuflar essa barbárie, os nazistas denominaram este que é um dos maiores crimes da história da humanidade como a “solução final do problema judeu” na Europa.
Referências Bibliográficas:
FOTO: Disponível em:< https://www.wallpaperflare.com/adolf-anarchy-dark-evil-history-hitler-military-nazi-wallpaper-shmtb >. Acesso: 06 dez. 2022.
MUNHOZ, Sidnei José. Para compreender a II Guerra Mundial. In: DIAS, Reginaldo Benedito (org). História Contemporânea III – Tópicos de História Contemporânea: da Grande Guerra à II Guerra Mundial. Coleção História e Conhecimento. Maringá: Eduem, 2012. p. 128.
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