Arquitetura gótica é um estilo arquitetônico que é evolução da arquitetura românica e que precede a arquitetura renascentista. Teve seu início no norte da França entre os anos 1050 e 1100, originalmente chamando-se “Obra Francesa” (Opus Francigenum), embora a Catedral de Dublim, na Irlanda, fundada no ano 1030, já possa ser classificada como pré-gótica. O termo “gótico” só apareceu na época do Iluminismo nos séculos XVII e XVIII como um insulto estilístico, já que, para os iluministas, a arte gótica era bárbara, sendo tipicamente Medieval. A palavra “gótico” é em referência aos godos, povo bárbaro germano. Suas características mais proeminentes incluíam o uso do arco em ogiva, abóbada em cruzaria e do arcobotante. Esses detalhes estruturais permitiam que o peso do teto fosse melhor distribuído para pilares mais esguios, dando maior altura e retirando a função estrutural das paredes, possibilitando espaços para grandes janelas, essa liberdade possibilitou uma característica importante das igrejas góticas que foi o uso extensivo de vitrais, e a rosácea, para trazer luz e cor para o interior. Outra característica era o uso de estatuária realista no exterior, particularmente sobre os portais, para ilustrar histórias bíblicas para os paroquianos em grande parte analfabetos. Algumas dessas tecnologias já existiam na arquitetura românica, mas elas foram usadas de formas mais inovadoras e mais extensivamente na arquitetura gótica para tornar os edifícios mais altos, mais leves e mais fortes.
O primeiro exemplo notável geralmente considerado é a Abadia de Saint-Denis, perto de Paris, cujo coro e fachada foram reconstruídos com traços góticos. O coro foi concluído em 1144. O estilo também apareceu em algumas arquiteturas cívicas do norte da Europa, notadamente em prefeituras e edifícios universitários. Um revivalismo gótico começou em meados do século XVIII na Inglaterra, espalhou-se pela Europa do século XIX e continuou, em grande parte por estruturas eclesiásticas e universitárias, até o século XX.
O estilo gótico ficou marcado em muitas catedrais europeias, entre elas a de Notre-Dame, Chartres, Colônia, Amiens e Santa Maria del Fiore, a maioria classificada como Patrimônio Mundial da UNESCO, todas construídas entre os séculos XII e XIV. Muitas catedrais góticas caracterizam-se pelo verticalismo e majestade denominando-se, durante a Idade Média, como supremacia e influência para a população. O surgimento do estilo gótico está ligado com a substituição do trabalho servil para o trabalho livre nesse setor da sociedade medieval, que deve ter estimulado a criatividade dos construtores da época. (ARQUITETURA GÓTICA. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_gótica. Acessado em: 18/12/2022).
Nesse contexto podemos entender que as Catedrais Góticas (Arquitetura Gótica), era uma representação material do Paraíso Celeste, sobre o estilo românico, características do século XI. Um dos pontos principais da Arquitetura Gótica é o “Arco de Ogiva”, permitindo que as construções tivessem suas alturas aumentadas sobre as colunas de sustentações anteriormente utilizadas no estilo romênico.
De acordo com Pelegrini (2015) a estética barroca ora se aproximou, ora se distanciou dos estilos que a antecederam. A arquitetura gótica, por exemplo, utilizou recursos técnicos desenvolvidos entre meados do século XII e XII que resolveram os problemas estruturais das construções, em particular das catedrais, tornando-as mais altas e iluminadas em decorrência do uso de vãos mais espaçosos, que permitiam a inserção de vitrais coloridos entre os pilares e as paredes de pedra. Lembramos que o Gótico prevaleceu entre meados do século XII e início do século XV, mas influenciou a concepção da arquitetura religiosa por muitos séculos, inclusive nas colônias portuguesas do “além-mar”. O estilo foi reconhecido pela leveza das construções, a verticalidade das formas e as tendências naturalistas na escultura, que tornam as representações dos personagens bíblicos mais reais e humanizadas, embora alongadas. Entre os seus traços construtivos predominaram os “grandes vãos para conseguir máxima luminosidade, captada pelas janelas com rendilhados e pelos vitrais em forma de rosácea”; arcos em ogivas, agulhas e capitéis; cúpulas com nervuras; e a utilização de “arcobotantes”, que possibilitam erguer as abóbadas a alturas muito elevadas. Tudo isso garantiu às construções a impressão de leveza, se comparadas com as do período anterior, denominado Românico (PELEGRINI, 2015, p. 24).
Interior da “Catedral de Notre-Dame”. Fotografia: Sandra C. A. Pelegrini (PELEGRINI, 2015, p. 25).
Nessa imagem a autora mostra Catedral de Notre-Dame, em Paris construída a partir do século XII. Podemos perceber que o estilo gótico está bem presente. A luz atravessa os grandes vitrais coloridos, a verticalidade do templo é bem acentuada, todos representando a glória de Deus e sua luz. As imagens esculpidas em pedra e nos vitrais representam a Divindade Suprema – Deus e sua condição imortal. Tanto essa Igreja como as demais com base na Arquitetura Gótica além de representarem um cenário religioso, também representam um cenário artístico e intelectual. De acordo com a autora a arquitetura renascentista sucedeu à gótica, retomou os referenciais clássicos da arte e optou pela projeção de igrejas com aspectos semelhantes aos templos gregos (PELEGRINI, 2015, p. 25). Veja o exemplo a baixo:
Igreja de S. Andrea. Fotografia: Sandra C. A. Pelegrini (PELEGRINI, 2015, p. 25).
A Igreja de S. Andrea, por exemplo, foi erguida em 1460, em Mântua, na região da Lombardia, Itália (Figura 3). Concebida pelo arquiteto Leon Battista Alberti (1404-1472), constitui um modelo notório das escolhas estéticas renascentistas. O domínio dos cálculos matemáticos e o gosto pela simetria e pela linearidade das formas, manifestas no emprego do frontão triangular, de colunas com capitéis (dóricos, jônicos ou coríntios), de arcos de volta-perfeita, da cúpula e da abóbada de berço compõem o conjunto da obra (PELEGRINI, 2015, p. 25).
Em suma, o estilo gótico surgiu na França no século XII e logo se espalhou pelas cidades da Europa. Contudo, as características da Arquitetura Gótica na Europa tomou o rumo não só nas construções religiosas, mas também em prédios urbanos, marcando assim uma arquitetura medieval. Entretanto, com o surgimento da Arquitetura Renascentista a partir do início do século XV, sucedendo a gótica e representando o Classicismo e Humanismo com uma ruptura da produção artística na Idade Média inclusive o estilo gótico. Dessa forma, essa transformação artística articulou diretamente na política, economia e sociedade vividas no continente europeu.
Referências Bibliográficas:
ARQUITETURA GÓTICA. Disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_gótica>. Acessado em: 18 dez. 2022.
PELEGRINI, Sandra C. A.; GREGIO, Gustavo B.; EVANGELISTA, Luciana de Fátima Marinho; PIMENTEL, Mariane Tutui & SILVA, Priscilla Perrud. História das ArtesColeção História e Conhecimento. Maringá: Eduem, 2015.
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