Simbolismo no Brasil

 

simbolismo no Brasil surge em 1893 com a publicação de “Missal” e “Broquéis“, de Cruz e Souza. Esse é considerado o maior representante do movimento no país, ao lado de Alphonsus de Guimarães.

 

Características do Simbolismo

 

Autores Brasileiros Simbolistas

 Cruz e Sousa (1861-1898)

 

Sua obra é marcada pela musicalidade e espiritualidade com temáticas individualistas, satânicas, sensuais. Suas principais obras: Missal (1893), Broquéis (1893), Tropos e fantasias (1885), Faróis (1900) e Últimos Sonetos (1905).

 

Biografia de Cruz e Sousa

 

 

 

 

João da Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, na cidade catarinense de Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis). Ele era filho de ex-escravos, mas sua educação foi patrocinada por uma família de aristocratas (antigos proprietários de seus pais). Foi assim que ele estudou no Liceu Provincial de Santa Catarina. Desde pequeno, tinha uma inclinação para as artes, língua e literatura. Em Santa Catarina trabalhou como escritor no jornal abolicionista “Tribuna Popular”, além de ter sido diretor.

 

Alphonsus de Guimarães (1870-1921)

 

Um dos principais poetas simbolistas do Brasil, Afonso Henrique da Costa Guimarães, possui uma obra marcada pela sensibilidade, espiritualidade, misticismo, religiosidade. Sua temática é a morte, a solidão, o sofrimento e o amor. Sua produção literária apresenta características neo-romântico, árcades e simbolistas. Suas principais obras: Setenário das dores de Nossa Senhora (1899), Dona Mística (1899), Kyriale (1902), Pastoral aos crentes do amor e da morte (1923).

 

Biografia de Alphonsus de Guimarães

 

 

 

 

Afonso Henrique da Costa Guimarães nasceu em 24 de julho de 1870, na cidade mineira de Ouro Preto. Filho de um comerciante português e uma brasileira realizou os estudos primários e secundários em sua cidade natal. Estudou Direito em São Paulo e terminou o curso em Minas Gerais. Durante sua vida acadêmica ele já escrevia para diversos jornais. Como advogado, Guimaraens trabalhou como promotor e juiz em Minas Gerais. Um evento muito doloroso para o escritor foi quando Constança, sua noiva e prima, morre precocemente aos 17 anos. Na época, ele tinha 18 anos e esse fato tornou-se predominante na sua poesia que esteve repleta de melancolia. Após o evento, Alphonsus se entrega à vida boêmia. Apesar disso, casou-se com Zenaide de Oliveira em 1897 e com ela teve 14 filhos. Dois deles seguiram os passos do pai e se tornaram escritores: João Alphonsus (1901-1944) e Alphonsus de Guimaraens Filho (1918-2008) Em 1899 publica seu primeiro livro de poesia: Dona Mística. Numa de suas viagens, conheceu Cruz e Souza no Rio de Janeiro, o precursor do movimento simbolista no Brasil. Faleceu em 15 de julho de 1921, na cidade de Mariana, Minas Gerais.

 

Curiosidades

 

 

Principais obras e características

 

 

A obra de Alphonsus de Guimaraens apresenta marcas como o misticismo, à espiritualidade e a religiosidade católica. A escolha dos temas como a morte, a dor e o sofrimento advém de sua própria história. Isso porque após a morte precoce de sua prima Constança, ele usa a escrita como forma de expressar seus sentimentos e angústias. Ainda que tenha explorado a prosa, foi na poesia que Alphonsus teve maior destaque. De sua obra poética destacam-se:

Obras póstumas:

Poemas

Para compreender melhor a linguagem e os temas da poesia de Alphonsus de Guimaraens, confira abaixo três exemplos:

Ismália

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar…
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar…
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar…

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar…
Estava longe do céu…
Estava longe do mar…

E como um anjo pendeu
As asas para voar. . .
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar…

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par…
Sua alma, subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar…

Ai Dos Que Vivem, Se Não Fora O Sono

Ai dos que vivem, se não fora o sono!
O sol, brilhando em pleno espaço, cai
Em cascatas de luz; desce do trono
E beija a terra inquieta, como um pai.

E surge a primavera. O áureo patrono
Da terra é sempre o mesmo sol. Mas ai
Da primavera, se não fora o outono,
Que vem e vai, e volta, e outra vez vai.

Ao níveo luar que vaga nos outeiros
Sucedem sombras. Sempre a lua tem
A escuridão dos sonhos agoureiros.

Tudo vem, tudo vai, do mundo é a sorte…
Só a vida, que se esvai, não mais nos vem.
Mas ai da vida, se não fora a morte!

A Passiflora

A Passiflora, flor da Paixão de Jesus,
Conserva em si, piedosa, os divinos Tormentos:
Tem cores roxas, tons magoados e sangrentos
Das Chagas Santas, onde o sangue é como luz.

Quantas mãos a colhê-la, e quantos seios nus
Vêm, suaves, aninhá-la em queixas e lamentos!
Ao tristonho clarão dos poentes sonolentos,
Sangram dentro da flor os emblemas da Cruz…

Nas noites brancas, quando a lua é toda círios,
O seu cálice é como entristecido altar
Onde se adora a dor dos eternos Martírios…

Dizem que então Jesus, como em tempos de outrora,
Entre as pétalas pousa, inundado de luar…
Ah! Senhor, a minha alma é como a passiflora!

 

Augusto dos Anjos (1884-1914)

 

Augusto dos Anjos foi um dos grandes poetas brasileiros simbolistas, embora, muitas vezes, sua obra apresente características pré-modernas. Patrono da cadeira número 1 da Academia Paraibana de Letras, publicou um livro intitulado “Eu“, e foi chamado de “Poeta da morte”. Isso porque seus poemas exploram temas sombrios.

 

 

 

Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu em 20 de abril de 1884 no Engenho no município Pau d’Arco (atual Sapé), no estado da Paraíba. Desde cedo, foi educado por seu pai. Estudou no Liceu Paraibano e embora tenha cursado Direito na Universidade do Recife, foi na literatura que ele revelou seu grande talento. Sendo assim, não chegou a exercer sua profissão de advogado. Augusto dos anjos escrevia e publicava diversos poemas com forte teor de subjetividade no jornal local “O Comércio”. Suas poesias eram carregadas de subjetividade e de temas mórbidos e sombrios. Casou-se com Ester Fialho, com quem tem três filhos. No entanto, seu primeiro filho morreu prematuramente. Além de poeta e advogado, foi professor na Paraíba, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Mudou-se do Recife com o intuito de trabalhar e cuidar da sua família. No entanto, quando foi morar em Minas Gerais foi acometido por uma pneumonia. Augusto dos Anjos faleceu em Leopoldina, Minas Gerais, dia 12 de novembro de 1914, com apenas 30 anos.

 

Obra de Augusto dos Anjos

 

Augusto dos Anjos publicou vários poemas numa única obra intitulada “Eu” (1912). Embora sua obra esteja incluída no movimento simbolista, é notória a presença de características do parnasianismo e do pré-modernismo. Sua poesia é carregada de temas sombrios e, por isso, ficou conhecido com poeta da morte. Nota-se, portanto, um forte subjetivismo e pessimismo em seus poemas.

 

Poemas de Augusto dos Anjos

 

Para exemplificar a linguagem e os temas explorados por Augusto dos Anjos, confira abaixo dos sonetos do poeta:

Ecos d’Alma

Oh! madrugada de ilusões, santíssima,
Sombra perdida lá do meu Passado,
Vinde entornar a clâmide puríssima
Da luz que fulge no ideal sagrado!

Longe das tristes noutes tumulares
Quem me dera viver entre quimeras,
Por entre o resplandor das Primaveras
Oh! madrugada azul dos meus sonhares;

Mas quando vibrar a última balada
Da tarde e se calar a passarada
Na bruma sepulcral que o céu embaça,

Quem me dera morrer então risonho,
Fitando a nebulosa do meu Sonho
E a Via-Láctea da Ilusão que passa!

O Pântano

Podem vê-lo, sem dor, meus semelhantes!
Mas, para mim que a Natureza escuto,
Este pântano é o túmulo absoluto,
De todas as grandezas começantes!

Larvas desconhecidas de gigantes
Sobre o seu leito de peçonha e luto
Dormem tranqüilamente o sono bruto
Dos superorganismos ainda infantes!

Em sua estagnação arde uma raça,
Tragicamente, à espera de quem passa
Para abrir-lhe, às escâncaras, a porta…

E eu sinto a angústia dessa raça ardente
Condenada a esperar perpetuamente
No universo esmagado da água morta!

 

Simbolismo em Portugal

 

O marco inicial do Simbolismo em Portugal foi a publicação da obra “Oaristos“, de Eugênio de Castro (1869-1944) em 1890. Os poetas simbolistas portugueses que merecem destaque são: Camilo Pessanha (1867-1926), Eugênio de Castro (1869-1944), Augusto Gil (1873-1929), Raul Brandão (1867-1930) e Antônio Nobre (1867-1900).

 

Referências Bibliográficas:

 

FOTO: CONHECIMENTO CIENTÍFICO SIMBOLISMO NO BRASIL Disponível em:< https://conhecimentocientifico.r7.com/simbolismo-no-brasil/>. Acesso em: 13 fev. 2024.

 

FOTOS: SIMBOLISMO NO BRASIL Disponível em:< https://www.todamateria.com.br/simbolismo-no-brasil/>. Acesso em: 13 fev. 2024.

 

SIMBOLISMO NO BRASIL Disponível em:< https://www.todamateria.com.br/simbolismo-no-brasil/>. Acesso em: 13 fev. 2024.

 

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Alexandre de Oliveira, Formado em História pela – Universidade Estadual de Maringá – UEM – Paraná/Brasil, criador e responsável pelo projeto – História em Pauta.

 

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